Painel do Leitor
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Falta de água
Por que ainda não se cogitou a perfuração em série de poços artesianos para amenizar a crise hídrica que assola a região Sudeste do país? No final do ano passado, geólogos da USP propuseram essa alternativa para a região de Piracicaba, mas desde então nada mais se falou sobre a viabilidade técnica da medida. Seria uma aberração o potencial uso de águas subterrâneas diante da calamidade que estamos vivendo?
ODAIR CHICONELLI (São Paulo, SP)
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Esses sérios problemas que assolam o Brasil talvez façam a classe política olhar um pouco mais para a população que, após as eleições, é sempre esquecida.
ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)
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Nós, brasileiros, principalmente do Sudeste, onde a estiagem surpreende, devemos mostrar nossa altivez e espírito guerreiro e mostrar que estamos preparados para o escalonamento do fornecimento de água, antes que a situação se torne calamitosa. Então que o racionamento comece já, e não em abril, pois talvez até lá não tenhamos mais o precioso líquido para racionar.
OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP)
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A charge de João Montanaro publicada neste sábado ("Opinião", 31/1) é genial, mas a linguagem das caveiras merece correção. Hoje ninguém fala mais em "falta de água". Melhor trocá-la pelo eufemismo --um tanto pedante-- "crise hídrica".
GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI (São Paulo, SP)
Escândalo da Petrobras
O senhor José Sergio Gabrielli afirma que o ministro José Jorge não provou que a compra da refinaria de Pasadena (EUA) foi um mau negócio e que seu voto foi político ("O voto político do ministro José Jorge", Tendências/Debates, 30/1). A velha desculpa de "perseguição política". Não é necessário malabarismo retórico ou matemático para demonstrar a incompetência dos dirigentes da Petrobras --ou coisa pior. Foi um bom negócio para outros, mas péssimo para a Petrobras e para o contribuinte brasileiro.
JOSÉ E. RUBIN (São Caetano do Sul, SP)
Ucrânia
Incrível e chocante a foto que ilustra a reportagem "Confrontos matam 25 civis na Ucrânia" ("Mundo", 31/1). Ela mostra, de forma sutil, a frieza e a cultura do individualismo que vivemos hoje. Enquanto um ser humano jaz morto na calçada, duas senhoras conversam normalmente e uma moça passa ao lado do corpo como se nada tivesse acontecido.
ADAUTO LEVI CARDOSO (Sorocaba, SP)
Crise energética
Achei ótimo o artigo de Bárbara Rubim, "Deus fez a parte dele, agora é com o governo" (Tendências/Debates, 30/1), a respeito dos apagões e do racionamento de energia. É incrível que essa senhorita tão jovem, dedicada às ações do Greenpeace, demonstre ter uma visão muito clara quanto às soluções para a situação energética do país. Para soluções de emergência ela tem razão em tentar acordar o governo para que se priorize a entrada de instalações de geração eólica e solar, recursos tão abundantes no Brasil.
FERNANDO S. BONANNI (Passa Quatro, MG)
Eleição na Câmara
É triste sentir que os diversos partidos políticos do Brasil só enxergam pura e simplesmente o poder e outras vantagens. Não fosse assim, haveria escolha de uma filosofia que justificasse e embasasse a preferência por um dos candidatos às presidências da Câmara e do Senado, sem que mais despesas se fizessem necessárias naquelas Casas. Triste!
THEREZA SALGADO LOOTENS Y GIL (Volta Redonda, RJ)
Formação médica
A pátria educadora adora números, mas é pouco afeita à qualidade. A cada dia se multiplicam dados e provas do declínio da formação médica no Brasil. Vemos que se inicia um fenômeno de êxodo de médicos de alto gabarito, deixando o país por melhores condições de vida e trabalho na Austrália, no Canadá e nos EUA. Mais do que dinheiro, buscam reconhecimento, segurança e retaguarda para exercer sua profissão da melhor forma.
PAULO SARACENI NETO, otorrinolaringologista (São Paulo, SP)
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O Conselho Regional de Medicina de São Paulo divulga o resultado de mais uma tragédia brasileira por vir, previsível e evitável, que mostra o descaso oficial. Cinquenta e cinco por cento dos formandos de cursos de medicina de São Paulo não conseguiram acertar pelo menos 60% das perguntas do seu "provão". E o governo, demagógica e cinicamente, pretende criar novas "escolas de medicina", como se fosse possível --em um passe de mágica ou por decreto-- criar docentes capacitados para isso.
LUIZ NUSBAUM, médico (São Paulo, SP)
Direitos trabalhistas
Sou um pequeno empresário da construção civil e posso falar com conhecimento de causa que nós sofremos com as benesses das distorções dos chamados direitos trabalhistas. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem razão ao criticar o atual descontrole do pagamento do seguro-desemprego. O que tem ocorrido na prática é que o empregado provoca a sua demissão para receber tal "benefício". É urgente corrigir essa falha da lei, alongando os prazos de carteira assinada para se ter direito ao benefício.
CARLOS ALBERTO M. F. SANTOS (Belo Horizonte, MG)
Liberdade de expressão
Estamos vivendo uma era em que é difícil não concordar com o politicamente correto. O sistema educacional como um todo está contaminado com seus novos "padrões", impostos de forma explícita e obrigatória. Não há nada de correto em tolher o direito alheio de discordar.
LEONARDO FRAGA LIMA, estudante do 2° ano do ensino médio (Salvador, BA)