Painel do Leitor
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Petrolão
Muito intrigante esse encontro entre o ministro Cardozo e o procurador Janot ("Procurador omite encontros com vice e ministro da Justiça", "Poder", 27/2). Se o tema da conversa foi uma suposta ameaça à integridade do procurador-geral da República, por que vem sendo tratado tão sigilosamente? Não seria de interesse dos cidadãos saber da existência dessa ameaça, com total transparência? Qual "órgão de informação" a detectou? Quando? A sociedade aguarda respostas ansiosamente.
Rogério Medeiros Garcia de Lima, desembargador (Belo Horizonte, MG)
O PT passou anos acusando Geraldo Brindeiro de ser o "engavetador-geral da República". Agora este governo tem um procurador-geral para chamar de seu. É vergonhoso que Rodrigo Janot se encontre às escondidas com o ministro da Justiça e com o vice-presidente da República a poucos dias de apresentar a lista de políticos suspeitos de envolvimento na Operação Lava Jato.
Jéssica Mariane Soares da Silva (Itapevi, SP)
Tinha razão Joaquim Barbosa quando sugeriu a demissão do ministro da Justiça devido ao seu pronunciamento em favor dos ora processados incursos na Lava Jato. O ministro mais uma vez se vê em palpos de aranha quando estranhamente alega que o procurador-geral está em risco.
Eber Soares de Souza (Niterói, RJ)
A nova CPI da Petrobras é uma piada. Grande parte de seus membros recebeu doações de empreiteiras envolvidas na Lava Jato, cujo dinheiro é proveniente de corrupção ("Escolhidos para CPI receberam doações de empresas investigadas", "Poder", 25/2). Para virar circo, só falta convocarem o grande deputado Tiririca para cantar.
Antonio Augusto de Castro Oliveira (Osasco, SP)
A possível queda do "rating" do Brasil é fruto, entre outras coisas, do "estelionato contábil" oculto sob o nome de "contabilidade criativa", por meio do qual o governo Dilma 1 tentava maquiar os resultados da contabilidade oficial. Isso nos trouxe agora a um ajuste duríssimo. Depois houve um estelionato eleitoral, seguido de uma tentativa de esconder o petrolão, e muito mais.
Ulf Hermann Mondl (Florianópolis, SC)
Condução do governo
Só pode ser piada Lula falar que Dilma deveria ir a público para reconhecer que errou na condução do governo ("Os erros são dela", "Painel", 27/2). O culpado de grande parte deles é ele: entregou câmbio fora do lugar, deficit externo da ordem de 3% do PIB, preço da gasolina abaixo do custo, contas públicas desarrumadas e inflação comprimida. O "mea culpa" deveria ser dos dois. Não entendo como a presidente deixa isso tudo passar batido e assume a culpa integral. Acorda, Dilma.
Carlos Manoel Caiafa (Belo Horizonte, MG)
Caminhoneiros
O bloqueio de vias públicas, incluídas aí rodovias estaduais e federais, é uma das formas mais arbitrárias, contraproducentes e odiosas de manifestação, independentemente de sua causa ("Governo endurece discurso, mas caminhoneiros mantêm greve", "Mercado", 27/2). E as autoridades parecem assistir a tudo sem tomar as medidas que se esperam para assegurar aos cidadãos o direito de ir e vir. Afinal, quando o Estado realmente se fará presente, partindo do pressuposto de que ninguém está acima da lei?
Flávio Guimarães De Luca (Limeira, SP)
Caminhoneiros, unidos, têm muita força. Se quiserem, param o país. Mas, para isso, não precisam bloquear estradas. Basta ficarem em casas ou nas empresas. Os passageiros de automóveis de passeio não têm nada com isso, a não ser com alta de combustível e a falta de mercadorias, mas esse é um preço a pagar.
Flávio Cardoso (Guariba, SP)
Contas governamentais
Gostaria que a Folha explicasse claramente o porquê do arrocho ("Dilma faz novo arrocho para equilibrar contas", "Primeira Página", 27/2). Sabemos que sobra para o povo e a classe média. Interessante é que se falou em taxar "o andar de cima". Imagino a estrondosa gritaria do cartel da grande mídia contra a taxação.
Hélio de Sousa Reis (Guarulhos, SP)
Central empresarial do setor de serviços, a Cebrasse condena os aumentos de impostos ("PAC entra no corte; tributos vão subir", "Mercado 1", 27/2). Há muito, empresários pagam a conta da sexta maior carga tributária do mundo e de relações trabalhistas arcaicas --males para a competitividade dos negócios, pondo o país na retaguarda do mercado global. Falemos ainda da absoluta ausência de bens e serviços públicos em contrapartidas ao mercado, aos cidadãos e aos consumidores. Somos favoráveis à imediata redução de gastos com despesas nada relevantes ao Brasil. Ou esse cenário muda, ou afundaremos num abismo que os brasileiros --eleitores, cidadãos, empresários e trabalhadores-- não desejam e não tolerarão.
Paulo Lofreta, presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços - Cebrase (São Paulo, SP)
Fernando Haddad
Evidente que, em uma megalópole como São Paulo, com milhões de árvores, algumas podem ser atingidas nas temporadas de chuva. A morte na rua Tupi (região central) deveu-se à descarga elétrica provocada por queda de árvore saudável ("Chuva deixa um morto e alaga ruas em SP", "Cotidiano", 26/2). É desejável que o poder público trabalhe de maneira preventiva para tentar diminuir ocorrências, mas confundir o tema com ciclovias e faixas de ônibus (Painel do Leitor, 27/2), recomendadas por especialistas em mobilidade urbana e aprovadas pela maioria da população é atestado de ignorância.
Francisco Nascimento Xavier (São Paulo, SP)