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Desgaste do governo
O sr. Bresser-Pereira retornou ao ultrapassado discurso de burguesia contra trabalhadores ("Ricos nutrem ódio ao PT, diz ex-ministro", "Poder", 1º/3), alimentando esse "ódio" ao citar o mantra "pobres contra ricos". Não se pode dizer que toda a classe economicamente mais elevada deseja mal aos pobres e é contrária ao Bolsa Família e às demais políticas sociais. A rejeição ao governo se deve aos equívocos do PT.
Victor Hargrave Alves da Silva (Campinas, SP)
Raramente concordo com o articulista Vladimir Safatle, porém não posso deixar de aplaudi-lo pelo excelente "Fritz Lang e o impeachment" ("Opinião", 3/3).
Carlos Alberto Bellozi (Belo Horizonte, MG)
"M, o Vampiro de Dusseldorf", de Fritz Lang, é a melhor metáfora que vi para mostrar a "nossa corte política de corruptos". Foi muito inteligente, brilhante.
Mariza Bacci Zago (Atibaia, SP)
A política deveria ser a voz da ponderação e meio de elevado peso altruístico, mas se tornou mercado financeiro, fonte de enriquecimento ilícito e troca de favores. Sem ética, nada acrescentará ao país, enquanto não houver menos quadros, salários modestos e ausência de privilégio no Congresso.
Ricardo C. Siqueira (Niterói, RJ)
O artigo de João Santana ("Calote não é ajuste fiscal", Tendências/Debates, 3/3) deixa claro como o governo trata a classe produtora, que paga impostos abusivos e que mantém os programas sociais e os privilégios dos detentores dos podres poderes da República.
Jaime Bertolaccini Costa (Vargem Grande do Sul, SP)
Leio estarrecido o desabafo de João Santana, presidente da Constran. Não importa que se trate de empreiteira, nome amaldilçoado hoje em dia. Mas demonstra a falta de responsabilidade com que o governo federal trata os contratos. Se faz isso com uma grande empresa, imaginem com os pobres mortais como nós?
Edson Sant'anna (São Paulo, SP)
Concordo plenamente com a análise de Natuza Nery ("A coragem de Dilma", folha.com/no1597390, 3/3), mas não com sua conclusão. Coragem seria permanecer fiel às suas crenças e até mesmo renunciar ao mandato no caso de julgar que não estão dadas as condições para implementar seu programa de governo (na verdade, promessas de campanha). Permanecer no cargo a reboque de outras forças caracteriza fraqueza e oportunismo para se agarrar ao poder a qualquer custo.
Heriovaldo Ramos da Silva (Santo André, SP)
Educação
É vergonhoso que deputados da Bahia tenham dado bolsa a políticos, empresários e parentes ("Poder", 1º/3). Isso vai na contramão do slogan de Dilma, "Brasil, pátria educadora". Desvios como esses deveriam ser casos de polícia.
Sonia Regina Valentim Peixoto (São Paulo, SP)
Petrolão
Como bem destacou o jurista Juarez Tavares ("Eu Protesto", "Mônica Bergamo", "Ilustrada", 2/3), "quando um juiz censura a postulação de um advogado no processo, isso implica cerceamento da defesa". O magistrado não pode impor ao advogado exigência que a lei processual penal não impõe quando ele arrola as testemunhas de acordo com o Código de Processo Penal e as leis especiais. Não é despiciendo lembrar que, segundo a Constituição Federal, o advogado é indispensável à administração da justiça e que a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, constitui um dos mais sagrados princípios do Estado democrático de Direito. A busca sistemática pela punição não poderá jamais atropelar os direitos e garantias fundamentais, o que representaria a volta indesejável do regime de exceção e da barbárie.
Leonardo Isaac Yarochewsky, advogado criminalista (Belo Horizonte, MG)
Nizan Guanaes
Li com a maior atenção o artigo "Brasiliando", de Nizan Guanaes ("Mercado", 3/3). Tal como o ilustre publicitário brasileiro, também eu acredito que a história brasileira tem muito a ensinar. Isso inclui fazer a justiça de olhar para ela com o rigor e a abrangência que merece, evitando juntar aos erros do passado outro erro, infelizmente ainda comum --o do estereótipo ou o do ângulo estreito. Cada país é composto da sua história completa e não apenas de pedaços isolados dela. Por outro lado, conhecê-la bem, sem complexos ou mistificações, é tão importante como deixar de a usar como pretexto para os erros do presente.
Paulo Lourenço, cônsul-geral de Portugal (São Paulo, SP)
Consumo de álcool
A coluna de Cláudia Collucci ("'Melhor morrer de vodca do que de tédio'", http://folha.com/no1597188, 3/3) tocou em alguns dos pontos cruciais que devem ser debatidos para entender o que leva jovens estudantes a procurar a morte numa espécie de suicídio indireto. A ação deletéria da indústria do álcool é facilitada pela direção das escolas, com as desculpas de que nada sabiam ou de que preservam uma hedionda "tradição".
Henrique Valêncio (São Paulo, SP)
Para os especialistas, o ciclo da droga é este mesmo: prazer inicial, hábito, tolerância, dependência, síndrome de abstinência, morte! É preciso um trabalho de prevenção, retirando as pessoas do vício e dando a elas um projeto de vida saudável.
Antonio Carlos Ramozzi, procurador da República aposentado e ex-membro do Conselho Estadual de Entorpecentes (São Paulo, SP)
Caminhoneiros
Lamentável a decisão de aumentar a insegurança nas rodovias e ruas com acréscimo do limite de peso por eixo, entre outras medidas ("Mudança na Lei dos Caminhoneiros ainda depende de regulamentação", "Mercado", 3/3). São decisões na contramão da Década de Ação pela Segurança Viária definida pela ONU (2011-2020) com a proposta de reduzir em 50% o número de mortes no trânsito. Foi feita para beneficiar especialmente os embarcadores de commodities.
Mario Ernesto Humberg (São Paulo, SP)