Painel do Leitor
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ANHEMBI
A Folha, como toda a imprensa paulista, faz de tudo para desgastar a administração de Haddad, com o objetivo de deixá-lo sempre em baixa nas pesquisas ("Governo Haddad quer privatizar o centro de convenções do Anhembi", "Cotidiano", 27/4). O pior é que tem conseguido. A manchete de que Fernando Haddad vai privatizar um dos metros quadrados mais caros de São Paulo passa para seus leitores mais uma ideia negativa do governo petista. Esse tipo de jornalismo praticado no Brasil não existiria em um país como os EUA nem na Europa.
Luís Decarlos (Belém, PA)
IMPEACHMENT
Quando vejo pessoas gabaritadas se posicionando contra o impeachment de Dilma Rousseff, vem-me à lembrança a atuação dessas pessoas e da mídia a favor do impeachment de Collor ("Impeachment hoje serve aos corruptos e aos corruptores", "Poder", 26/4). Não me parece que Collor malversou tanto o dinheiro público como o governo Dilma. Teria sido pela demissão de funcionários não concursados e pelo fechamento de ministérios que Collor foi massacrado pela mídia? Pelo confisco da poupança é que não foi, pois nem os governos que o sucederam nem a mídia se preocuparam com isso.
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)
Maravilhosa a entrevista com o sociólogo Adalberto Cardoso. Finalmente leio um posicionamento concreto, baseado em uma reflexão aberta, acerca do impeachment e o cenário político atual.
Luiza Kohler Seixas, estudante (Curitiba, PR)
REFORMA POLÍTICA
Entristece-me o fato de que cientistas políticos continuem defendendo o monopólio do poder por meio de partidos, quando ele pertence, constitucionalmente, ao povo ("Para especialistas, distritão é um retrocesso", "Poder", 23/4). Precisamos não só do voto distrital como também de candidatos independentes. Só assim teremos (poucos) partidos fortes, cujas ideias e ideologia, aliadas a bons candidatos, garantam boa representatividade do povo. O paternalismo estatal aos partidos determinou a conjuntura de corrupção do sistema político que, a continuar assim, conduzirá o país a algum tipo de ruptura.
Thomas Hahn (Cotia, SP)
TERCEIRIZAÇÃO
Vinicius Mota erra quando afirma que, diante da suposta tradição liberal, o Estado não poderia interferir "abusivamente no domínio privado" ("Um país suave", "Opinião", 27/4). A CF/88 está cheia de mandamentos de proteção aos que estão à margem do sistema. Até para se alcançar o crescimento econômico se estabelecem parâmetros que não levam em consideração apenas as taxas de crescimento. O objetivo não está só no ato de crescer, e, sim, no desenvolvimento (elevando o IDH). Sustentar a antiquada tese do crescimento, além de falacioso e equivocado, é ultrapassado.
De Kayo César (Belém, PA)
PENA DE MORTE
Estranho o fato de que, com tantas opções de estudo, um jovem de família rica vá traficar drogas em um país onde a pena para esse crime é a morte ("Indonésia avisa que executará segundo brasileiro neste ano", "Cotidiano", 26/4). Enquanto rico, deveria ter buscado formas menos perigosas e mais divertidas de encontrar a felicidade. Se fosse o caso de procurar algum tratamento para seu suposto problema mental, isso deveria ter sido planejado pelas escolas que os ricos costumam frequentar. Vendeu uma realidade alternativa e pagará com a vida por todo o sofrimento que seu produto gera, tanto aqui quanto lá.
Edson Cabral de Oliveira, estudante (Nova Odessa, SP)
CRECHE NA USP
O artigo de Virgilio Afonso da Silva mostra apenas um dos lados nefastos da política do atual reitor em relação às creches da USP ("USP, creches e machismo", Tendências/Debates, 27/4). O outro é o contínuo desrespeito à Lei Estadual 1.202, de 2013, que eleva os profissionais das creches a professores de educação infantil, como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A gestão da maior universidade da América Latina tem sido um exemplo deplorável para as nossas crianças.
Isabelle C. S. de Castro, doutora em história social (USP) (São Paulo, SP)
DIREITOS HUMANOS
Primoroso o artigo dos três ex-presidentes da Comissão Justiça e Paz de São Paulo ("Um longo e difícil caminho", Tendências/Debates, 27/4). Ouvir vozes chamando de volta a ditadura militar é lamentável. O que precisamos todos é aprimorar a nossa democracia.
Jose Rodolpho Perazzolo, advogado (São Paulo, SP)
SARNEY
O livro de José Sarney 'A Família que não deve morrer' pode bem confirmar os discursos do padre Antônio Vieira sobre a gente do Maranhão ("Sarney e a família que não consegue morrer", "Ilustrada", 27/4). Já a queixa do digníssimo autor, dizendo que não leram e não gostaram de seus livros, pode ser resolvida se os juízes condenarem réus de pequenos delitos à leitura obrigatória de toda a obra.
Alba Cristina Fontes (Salvador, BA)
GREGORIO DUVIVIER
Deixei de ler a coluna do senhor Duvivier há muito tempo, pois ele confunde humor com grosseria ("É melhor ser cabeludo broxa que careca viril", "Primeira Página", 27/4). Infelizmente a Folha achou interessante dar uma coluna semanal a alguém que se acha bem-humorado mas que é, na verdade, mal-educado.
Paulo Celso Carvalho (Piracicaba, SP)
OMBUDSMAN
Parabenizo a renovação da jornalista Vera Guimarães Martins por mais um ano como ombudsman ("Ombudsman tem mandato renovado por mais um ano", "Poder", 26/4). Ganham os leitores, a democracia e a Folha.
Pedro Valentim (Bauru, SP)