Painel do Leitor
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Rombo na Previdência
Quando a verdade sobre a Previdência será revelada ("Governo prevê rombo 28% maior na Previdência Social", "Mercado", 24/5)? Uma das verdades que o PT não quer divulgar é que, hoje, o INSS assiste milhões de pessoas que jamais contribuíram com um centavo, ou seja, puro assistencialismo político partidário. Outro ralo é a questão dos cerca de 4 milhões de aposentados do serviço público federal, que representam 20% dos aposentados e pensionistas, mas que consomem 80% dos recursos da Previdência. Dessa forma não existe sistema que aguente.
Marcos Sgaraboto (Brasília, DF)
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O deficit da Previdência decorre das aposentadorias sociais e rurais. Pessoas que nunca contribuíram têm benefícios, prejudicando os contribuintes do INSS. Os recursos para pagamento das aposentadorias sociais e rurais devem ter outra fonte.
Sergio Cavalcanti (Recife, PE)
Educação
Sobre a matéria "Ensino fraco faz estudante da rede pública buscar cursinho mais cedo" ("Cotidiano", 24/5), a Secretaria da Educação esclarece que não foi procurada pelo jornal e, por isso, não pôde informar o leitor. A reportagem erra ao generalizar o ensino público estadual de São Paulo como fraco em função de uma greve com baixa adesão. Os dados oficiais mostram que o índice de comparecimento dos docentes está em 95%, endossando que a maioria segue comprometida com o direito que os alunos têm de aprender. As ausências têm sido supridas com os 35 mil professores eventuais que são acionados para levar o conteúdo à sala de aula.
Ronaldo Tenório, assessor de imprensa da Secretaria da Educação (São Paulo, SP)
Mulher na política
A senadora Vanessa Grazziotin defende a questão de cotas para o Parlamento com o argumento de que as mulheres são responsáveis por uma grande participação no mercado e essa não está no Congresso ("Mais mulher na política", Tendências/Debates, 24/5). Não seria mais adequado que fosse feita campanha para que as mulheres votassem também em mulheres? Querer cota para tudo é um argumento torpe. A pessoa não teria mais direito de votar em quem achasse melhor, pois seu voto iria para uma cota. Cada um vota em quem quiser.
Antonio Carlos Domingues, advogado (São Paulo, SP)
Refugiados
É necessário dar mais atenção as pessoas que sofrem pelos conflitos no mundo, afinal, já são mais de 38 milhões de pessoas entre deslocados e refugiados, além dos incontáveis mortos ("Aumentam temores de genocídio em Mianmar", "Mundo", 24/5). Após o naufrágio no Mediterrâneo, os países da União Europeia, rapidamente, lançaram uma operação militar para coibir a imigração ilegal e o tráfico vindos da Líbia, em guerra civil, e, com a mesma rapidez, se recusaram a dividir a responsabilidade pelo acolhimento dos refugiados que chegam à Europa.
Thereza Cristina Faccio de Castro, advogada (São Paulo, SP)
CBF
Sobre sua coluna "O secretário-menor" ("Esporte", 24/5), senhor Juca, informo que tenho 10 anos de PCdoB contra a ditadura, 25 de PSDB, iniciados quando PMDB era governo, e 5 de Marina. Portanto na contramão do poder. Assinei, a seu pedido, em 92, manifesto antimaniqueísta na disputa Maluf-Suplicy. Foi a senha para participação de seus companheiros no governo Maluf. Fui ser médico da periferia, enquanto você se aproximava do poder. Não lhe cansa o papel de Torquemada da pelota, do Dom Quixote sem alma, de moralizador crítico de pouco conteúdo e muitos adjetivos pessoais? A CBF com Marco Polo será a base de transformação do novo futebol brasileiro, "apesar de você", como diria Chico.
Walter Feldman, secretário-geral da CBF (Rio de Janeiro, RJ)
Minhocão
A matéria "Futuro do minhocão opõe morador a ativista" ("Cotidiano", 23/5) usa a palavra "demolição". O MDM (Movimento Desmonte Minhocão), que reúne moradores, líderes comunitários e associações de bairros, solicita ao Executivo o desmonte, pois suas pistas podem ser desmontadas e reutilizadas sobre córregos nas periferias etc. No local, pode se fazer uma bela avenida, com árvores, flores, pistas para cooper, bikes etc., que seja um cartão postal da cidade. Os projetos de lei 10/14 e 22/15 do vereador Police Neto são atentatórios à saúde e segurança pública.
Francisco Gomes Machado, diretor de imprensa do MDM (São Paulo, SP)
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Sobre o Minhocão, há uma alternativa que atenderia a circulação de veículos, incorporando, ao mesmo tempo, uma "cortina" verde ao longo das pistas. Poderiam ser construídos canteiros nas bordas externas e em balanço, com árvores, arbustos e herbáceas, para absorver poluentes, diminuir os ruídos e oferecer privacidade aos moradores dos primeiros andares. Motoristas circulariam por pistas tomadas por plantas, que minimizariam a variação de temperatura.
Raul Cânovas, paisagista (São Paulo, SP)
Violência
É preciso analisar com carinho o que está causando tanta violência no Brasil. A maior causa é a gritante desigualdade social. Enquanto as celebridades ostentam um patrimônio absurdo, uma grande parcela da sociedade (que é excluída) não possui nada. O mais desesperador é que essas pessoas sabem que a sociedade sempre as rejeitará, então partem para o crime. Temos que tomar providências urgentes para não deixarmos criar um Estado Islâmico no Brasil.
Sebastião André da Silva (Curitiba, PR)
Foie gras
A polêmica sobre lei municipal que venha a coibir a produção do foie gras é inócua ("Prefeitura de São Paulo deve sancionar lei que proíbe o comércio de foie gras?", Tendências/Debates, 23/5). A lei 9.605/98, no seu artigo 32, tipifica como crime o abuso e os maus tratos a animais. Caso a lei seja aplicada, os apreciadores da iguaria terão de se contentar com outros tipos de patê.
Jairo Edward De Luca, promotor de Justiça (São Paulo, SP)
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