Painel do leitor
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Maioridade penal
O competente e esclarecedor artigo do professor Joaquim Falcão ("Supremo não deverá interferir na manobra de Cunha que permitiu avanço de emenda", "Cotidiano", 3/7) deve ser conhecido pelos afoitos em ir ao STF. A OAB nacional, por meio de seu presidente, tem aparecido muito ultimamente. Por que será?
Luiz Antonio Souza Lima de Macedo (São Paulo, SP)
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Já que os parlamentares são eleitos pelo povo e devem representá-lo, é oportuno lembrar aos políticos teóricos escolásticos, que estão sempre na contramão da vontade popular, que cerca de 90% da população anseia há anos pela diminuição da maioridade penal.
José Ávila da Rocha (São Paulo, SP)
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Sou contra a redução da maioridade penal por achar que, além de não resolver o problema da criminalidade, pode piorar a situação daqueles que nunca puderam escolher qual o caminho seguir, daqueles que não tiveram a oportunidade de experimentar o que significa o convívio familiar, a escola, a educação e o lazer, daqueles que lutam diariamente para conseguir alimento e sobreviver. É muito fácil "jogar" as crianças em instituições, virar as costas e esquecê-las. E depois rotulá-las de criminosos violentos. Nós os produzimos.
Marino Ermida Conti (Santos, SP)
Protesto contra Dilma
Durante a visita de Dilma aos EUA, professores e alunos do Lemann Center, centro que estuda educação brasileira na Universidade de Stanford, organizaram-se para falar com ela. A reunião foi frustrada porque dois jovens brasileiros furaram a segurança, entraram no prédio e dirigiram ofensas lamentáveis à presidenta, no mesmo recinto onde estavam convidados como Mark Zuckerberg e o chairman do Google. O direito de protestar é um pilar da democracia, mas o tipo de ataque desses jovens (que têm fotos com Jair Bolsonaro no Facebook) lembra a virulência de grupos políticos fascistas que infelizmente proliferam pelo mundo.
Paulo Blikstein, professor da Universidade de Stanford (Stanford, EUA)
Balada social
A Folha tem em sua Redação um "discípulo de Jesus": Jairo Marques ("Balada social", "Cotidiano", 3/7). Sua causa é chamar a atenção para seres humanos invisíveis. Que bom que a Folha também está sempre aberta para noticiar o que fere a dignidade humana, sensibilizando o leitor!
Antonio Carlos Simões (Santos, SP)
Alvaro Costa e Silva
Sobre a coluna "Terra devastada" ("Opinião", 3/7), de Alvaro Costa e Silva, o título é um eco de "The Waste Land", famoso poema de T.S. Eliot. A evocação dos bondinhos de Santa Teresa não fica nada a dever em surdo lirismo a Rubem Braga, nosso cronista maior segundo unanimidade da crítica. Toda prefeitura deveria ocupar-se de um suplemento de alma para a cidade, e Alvaro seria o primeiro a ser indicado para o Rio. Sua crônica é uma golfada de ar puro na atmosfera poluída e irrespirável das grandes cidades em que vivemos.
Gilberto de Mello Kujawski (São Paulo, SP)
Boicote a Israel
O BDS (Boicotes, Desinvestimentos e Sanções) é uma iniciativa errônea de interferir num processo já delicado de negociações entre agentes representantes do povo israelense e palestino ("BDS: liberdade, igualdade e justiça", Tendências/ Debates, 3/7). Em sua estrutura, o BDS não antevê a sobrevivência do Israel como Estado judeu soberano! Não é com difamação e evitando o intercâmbio saudável do mundo acadêmico que se promove a paz, mas com uma honesta vontade de aceitar seu vizinho sem demonização! O BDS não é lúcido em suas reivindicações.
Floriano Pesaro, secretário de Estado de Desenvolvimento Social (São Paulo, SP)
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Nosso total apoio ao movimento BDS contra o Estado de Israel e os crimes contra a humanidade. Assim como acontecia com a África do Sul nos tempos sombrios do apartheid, a comunidade internacional e as empresas precisam adotar sanções econômicas e políticas contra Israel, que construiu um muro ilegal na Cisjordânia e pratica o genocídio do pobre povo palestino. Somos cidadãos do mundo e devemos lutar contra toda e qualquer forma de opressão, discriminação, dominação, racismo, intolerância e barbárie e a favor da civilização, baseada na tolerância, respeito e paz entre os povos.
Renato Khair (São Paulo, SP)
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O senhor Mahmoud Nawajaa, desinformado, erra e compromete a Fundação Bienal de São Paulo quando afirma que dispensamos o apoio do Consulado de Israel à sua 31ª edição. Como na época foi amplamente divulgado, recebemos o patrocínio. Se a instituição não interfere na escolha dos artistas pelos curadores nem nas obras e temas escolhidos pelos artistas, seria incompreensível que recebesse qualquer instrução sobre sua política de recursos. A Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição de natureza cultural e educacional, sem fins lucrativos e sem vinculações políticas e religiosas.
Luis Terepins, presidente da Fundação Bienal de São Paulo (São Paulo, SP)
Educação
Bem oportuna a convocação urgente de um PAC da Educação, feita pelos professores Soraya Smaili e Pedro Arantes ("Precisamos de um PAC da Educação", Tendências/ Debates, 3/7). O governo Dilma poderia, ao menos, fazer gol de ouro e evitar sua própria morte súbita. Assumir de fato e sem demagogia a prioridade do slogan "Pátria Educadora". Do contrário, o povo brasileiro terá que ecoar, mais uma vez, o mote de nossa triste condição real: "Pátria Enganadora".
*Francisco Foot Hardman,* professor titular da Unicamp (São Paulo, SP)
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Oportuno o artigo. Não faltam boas ideias e intenções para materializar a educação e assegurar melhor futuro ao país. Faltam recursos, que transitam em discursos políticos, mas são tratados com baixa prioridade nos orçamentos. Se empresários e empreiteiros são sempre dispostos a fazer doações a políticos, como se vê na pauta da Lava Jato, por que não têm a mesma motivação para estimular a educação?
João Carlos Araújo Figueira (Rio de Janeiro, RJ)