Painel do Leitor
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Entrevista de Dilma
Corajosas e fortes as palavras da presidenta Dilma Rousseff ("'Eu não vou cair, isso aí é moleza', afirma Dilma", "Poder", 7/7). Boatos não derrubam um presidente numa democracia madura e séria. É lastimável que tenhamos uma oposição cujo principal objetivo seja derrubar quem está no poder. A oposição não apresenta alternativas para o país superar a crise que atravessa. Políticos do bem devem somar esforços pelo Brasil, deixando de se comportar como meninos mimados, que choram e esperneiam quando não conseguem o que querem.
JOSE RODOLPHO PERAZZOLO, advogado (São Paulo, SP)
A crise é, sobretudo, inflada pela oposição. Não estou disposto a ver o meu voto e o de milhões de brasileiros anulados pelos aventureiros e golpistas de plantão, inconformados com a derrota nas urnas.
GILBERTO HELENO (São Paulo, SP)
Com baixa aprovação popular e os julgamentos futuros de suas contas no TCU e da campanha eleitoral no TSE, somados aos desdobramentos da Operação Lava Jato, seria interessante saber em que se materializa a certeza da atual presidente. Num possível processo de impeachment, no momento de um ajuste fiscal que já começa a causar perdas das conquistas sociais dos 40 milhões que ascenderam à classe média nos últimos anos, quem iria para as ruas defender Dilma?
PEDRO VALENTIM (Bauru, SP)
Dilma mostra toda a sua arrogância, achando-se inatingível pelas leis que regem afastamento de ocupantes de cargos em uma plena democracia. Das pedaladas à Petrobras, existem motivos suficientes para justificar seu afastamento pelo "conjunto da obra".
OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP)
Educação
Viviane Senna causou indignação no meio educacional brasileiro, ao afirmar, em entrevista, que a educação trabalha com "achismos" ("'Educação é baseada em achismos', afirma Viviane Senna", "Ciência+Saúde", 18/6). A entrevistada aponta a consciência superior da iniciativa privada a respeito da importância da "ciência do aprendizado" e nada diz sobre a correlação entre dedicação e foco e origem social, aparentemente não estudada. Questionamos uma entrevista sem nenhuma informação científica que tenta desqualificar toda uma área que vem produzindo e divulgando conhecimentos no país há décadas e que tem inúmeras contribuições oferecidas à sociedade e à educação.
MARIA MARGARIDA MACHADO, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), e os presidentes do Cedes, da Anfope, da ABdC e da Anpae (São Paulo, SP)
Astronomia
Muito bem-vinda a nova coluna da Folha ("Astronomia", "Ilustrada", 6/7). Salvador Nogueira tem feito divulgação científica de alto nível, em linguagem acessível ao leitor comum e com clareza e objetividade na redação. Sua coluna e seu amplo artigo sobre Plutão ("Plutão à vista", "Ciência+saúde", 6/7) são belos exemplos de tudo disso.
ADEMAR FREIRE-MAIA (São Paulo, SP)
Crise da água
A Sabesp remanejou o orçamento para enfrentar a seca. Projetos essenciais foram priorizados. Ninguém elogia o que está indo mais rápido, mas muitos criticam o que está indo mais devagar. Em "Sabesp trava obras de esgoto no litoral" ("Cotidiano", 7/7), a entrevista do prefeito de São Sebastião não menciona que a Sabesp já terminou na cidade duas obras de coleta e tratamento de esgoto nas praias Baleia e Paúba e que constrói outra (Itatinga). Além disso, prolongou o emissário submarino, recuperou o coletor-tronco e constrói um novo sistema completo de captação, tratamento e distribuição de água em Boiçucanga. O investimento é de R$ 65 milhões, ou seja, mais de R$ 2.000 por casa, um valor alto em qualquer padrão de comparação.
ADRIANO C. STRINGHINI, superintendente de comunicação da Sabesp (São Paulo, SP)
Estética
Como dermatologista, expresso meu contentamento ao ler o texto dos doutores Raymundo Paraná e Raul Cutait ("Culto ao corpo, desprezo à saúde", Tendências/ Debates, 7/7). Eu me sentia clamando no deserto ao falar aos meus pacientes sobre os efeitos destes hormônios usados em terapia anti-aging, que de naturais não têm nada, idênticos aos hormônios da terapia de reposição. O CRM deveria alertar a população nas mídias sociais, onde está o consumidor desses produtos.
CHRISTIANA BLATTNER, dermatologista (Campinas, SP)
Fiquei chocada com a receita de esfoliante publicada ("Higiene feita à mão", "Equilíbrio", 7/7). O limão pode causar alergias e manchas horríveis. É certo que foi recomendado que fosse usado à noite, mas foi esquecido que as lâmpadas econômicas também emitem radiações ultravioleta, responsáveis por causar o melasma. Além disso, o açúcar possui cristais que causam microlesões, o que, a longo prazo, fragiliza a pele. E se esqueceram de dizer que a esfoliação só deve ser feita uma vez por semana em peles normais. Para quem deseja mesmo fazer o produto em casa, é mais prudente usar fubá misturado a um pouco de iogurte natural.
MIRELLA MARIA HESPANHOL, naturopata e dermaticista (São Paulo, SP)
Colunistas
É um absurdo o espaço que a Folha cede para os políticos (agora para Ronaldo Caiado, "Uma nova eleição é solução para a crise", "Mercado", 4/7). Num momento em que o jornal encolhe, em vez de otimizar os espaços, cede-os para aqueles que vão utilizá-los somente para o vazio e palanqueiro blá-blá-blá. Deveriam, isso sim, ter mantido os colunistas que foram demitidos, o que seria muito mais útil para todos os leitores. Afinal, quem quer ouvir políticos?
ANTONIO PEDRO DA SILVA NETO (São Paulo, SP)
Parabéns à Folha pelo respeito à pluralidade de opinião, ao publicar no mesmo número colunas tão divergentes como o "Não", de Janio de Freitas ("Poder", 7/7), e "Um salto no abismo", de João Pereira Coutinho ("Ilustrada", 7/7), sobre a opção dos gregos pelo não. Endosso a posição realista de Coutinho, mas é bom que os leitores tenham dados e pontos de vista diferentes para reflexão.
MARIA M. DE ANDRADE (Belo Horizonte, MG)