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O avanço de Romney

Primárias da Flórida firmam o ex-governador de Massachusetts como adversário de Obama na eleição presidencial dos EUA

A expressiva vitória alcançada na prévia do Partido Republicano na Flórida confirma o pré-candidato Mitt Romney como mais provável adversário do presidente dos EUA, Barack Obama, na eleição presidencial de novembro.

Romney, ex-governador de Massachusetts, amealhou 46% dos votos e garantiu para si todos os 50 votos da Flórida na convenção que escolherá o candidato republicano em agosto. Newt Gingrich, segundo colocado, obteve 32%.

É verdade que apenas uma pequena fração dos 2.177 delegados foram escolhidos até aqui. Dos 50 Estados americanos, só quatro realizaram eleições primárias. Romney soma agora 71 delegados a seu favor, contra 23 de Gingrich, seu principal adversário, ex-presidente da Câmara dos Representantes.

Apesar de ainda faltar muito para Romney alcançar os 1.144 votos necessários para garantir um lugar na cédula, o poderio financeiro que sua campanha já reuniu é um trunfo. Apoiadores do ex-governador gastaram em propaganda de TV mais de quatro vezes o total despendido em favor de Gingrich. E o favoritismo tende a atrair mais doadores, realimentando o ciclo.

Fica, assim, cada vez mais difícil para Gingrich cumprir a promessa, reiterada após a derrota, de manter sua candidatura nas 46 prévias restantes e levar a disputa para a convenção. Tampouco interessa à cúpula do partido tal cenário. Um prolongado embate fratricida entre republicanos, como se viu até aqui nos anúncios de TV, fortalece as chances de reeleição de Obama, pois divide o campo conservador e fornece ao presidente material para atacar o futuro adversário.

Romney é considerado um candidato mais viável por ser mais moderado que Gingrich. As dificuldades que ora encontra para obter apoio nas franjas ultraconservadoras do eleitorado republicano tradicional podem converter-se em vantagem em novembro, quando precisará angariar votos mais ao centro do espectro político para derrotar Obama.

Conta a favor do atual presidente seu desempenho no front externo, que corrigiu em parte a imagem anterior de líder fraco. O lance mais simbólico de seu governo, nesse quesito, foi a operação militar que assassinou Osama bin Laden.

Na economia, que ainda convive com as consequências da pior crise desde a década de 1930, há sinais débeis de recuperação. Registrou-se ligeira queda na taxa de desemprego, que todavia ainda se encontra em patamar alto.

Um agravamento da crise europeia, com provável contágio da economia dos EUA, parece ser no presente um dos poucos cenários capazes de afastar de Obama a perspectiva de reeleição.

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