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Acomodação nos EUA

Com a desistência do pré-candidato ultraconservador Rick Santorum, as primárias do Partido Republicano na corrida pela Presidência dos Estados Unidos vão seguindo o roteiro previsto.

O moderado Mitt Romney, que já liderava com certa folga a disputa interna, fica na prática sem adversário. O conservador Newt Gingrich e o libertário Ron Paul têm, juntos, apenas um terço dos delegados já comprometidos com Romney. É uma questão de tempo até que ele seja ungido candidato.

Apesar de todo o barulho produzido pelo Tea Party e por outros movimentos ultraconservadores, os eleitores preferiram seguir o script convencional e apoiar um postulante mais moderado.

A estratégia faz sentido. Nos EUA, o número de pessoas ideologicamente comprometidas com algum dos dois grandes partidos é mais ou menos equivalente, com ligeira vantagem para os democratas. Os pleitos são, assim, decididos pelos eleitores moderados e independentes, que votam ao sabor das circunstâncias, principalmente as econômicas.

Tem sido uma constante nas últimas eleições que os postulantes façam campanhas radicalizadas nas primárias, numa tentativa de galvanizar a militância do próprio partido. Passada essa fase, dão uma guinada para o centro, de modo a conquistar as massas moderadas. Posteriormente, as feridas cicatrizam.

O presidente Barack Obama, por exemplo, trocou palavras ásperas com sua rival nas primárias, Hillary Clinton. Isso não a impediu de ocupar a Secretaria de Estado. Políticos sabem esquecer o passado.

O mais provável, portanto, é que os eleitores republicanos de todos os matizes se unam em torno de Romney. Com o objetivo maior de derrotar o adversário Obama, perdoarão o que hoje percebem como falhas em seu virtual candidato: posições pouco firmes sobre aborto e casamento gay, além de sua própria religião -mórmon.

O roteiro não é infalível. Como nos EUA o voto não é obrigatório, quem não se entusiasmar com o candidato pode simplesmente não comparecer às urnas.

Perder votos dos eleitores mais ideológicos, cujo apoio deveria ser automático, é um problema. Isso vale tanto para Romney quanto para Obama, acusado por democratas de não ter ousado o bastante na Presidência.

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