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Ruy Castro

Ideias no ovo

RIO DE JANEIRO - Todas as histórias a seguir têm 20 anos -para se ver como certas ideias que, hoje, damos de barato já foram, um dia, um brilho nos olhos de pessoas que, por algum motivo, não puderam torná-las realidade. E, para seu horror, viram quando outros as aplicaram com sucesso.

Por exemplo, o paninho na cadeira do avião, que impede que o óleo natural do cabelo do passageiro suje a parte onde ele descansa a cabeça, e se prolonga para as costas da poltrona, ficando à vista do fulano sentado atrás. Uma amiga pensou em vender para uma companhia aérea a ideia de imprimir publicidade naquela parte do paninho. Mas não tomou providências e, anos depois, alguém teve essa ideia e a vendeu para os fabricantes de aviões.

E os porta-guardanapos nos balcões e mesas de botequins e restaurantes? Como eram de metal, não se podia imprimir neles. Mas, e se fossem de plástico? -pensou outro amigo. E, se o plástico fosse vermelho, não atrairia o refrigerante xis? Sim. Como demorou muito a agir, sua ideia ocorreu a não sei quem e, hoje, está em milhares de mesas e balcões.

Um terceiro amigo, com altos contatos no futebol, imaginou um dispositivo que permitiria ao bandeirinha alertar o juiz para alguma irregularidade em campo -algo elétrico, que daria um choquinho no braço do juiz. Pois também foi caroneado por alguém com contatos ainda mais altos -e, hoje, juízes e bandeirinhas se comunicam por um dispositivo que não sei qual é, mas me parece similar à ideia do meu amigo.

Donde não adianta deixar uma boa ideia no ovo. Falando nisso, outro dia alguém se perguntou como nunca pensaram em imprimir propaganda em ovos -como o logotipo do supermercado, a marca do granjeiro ou mesmo o nome da galinha. Pois agora pensaram -e periga vermos essa infeliz ideia concretizada.

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