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Copa sob controle central

O governo federal deu, nesta semana, dois passos importantes na tentativa de evitar que a Copa do Mundo de 2014 se transforme numa demonstração de incompetência nacional.

Primeiro, interveio no Comitê Organizador Local (COL). Depois, obteve do Senado a aprovação sem alterações da Lei Geral da Copa, que regula a realização do evento de acordo com os compromissos assumidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2007.

A intervenção no COL, acordada com a Fifa, põe fim à alegação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de que a Copa seria um empreendimento essencialmente privado. Se a afirmação já era insustentável no quesito financeiro, agora não faz mais sentido também no aspecto organizativo.

O COL, instância esportiva não governamental que coordenava os preparativos, tornara-se, de fato, uma extensão da CBF e dos interesses de seu ex-presidente, Ricardo Teixeira, cuja filha, Joana Havelange, vinha exercendo papel proeminente no órgão.

Com a inclusão em suas fileiras do secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, bem como de um representante da Fifa (o paulista Marco Paulo Del Nero), o governo federal e a entidade máxima do futebol passam, na prática, a administrar o COL.

A medida centralizadora confirma as evidências de que o desempenho do comitê encontrava-se muito aquém do desejável. Reforça, ainda, os sinais de que os atrasos nas obras, a despeito das declarações em contrário do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegaram a um ponto preocupante.

Embora tenha relatado progressos na construção dos estádios do Rio, de Recife e de Salvador, a Fifa declarou que vários obstáculos haviam sido identificados em algumas cidades. A julgar pelo ritmo atual, é provável que boa parte dos 12 estádios não esteja pronta para a Copa das Confederações, evento de teste que se realiza em 2013.

Já passa da hora de o Ministério do Esporte atuar com mais transparência. O país precisa conhecer com clareza a real situação das arenas esportivas e das prometidas melhorias na infraestrutura.

Quanto à Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que não é o ideal, mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento. O aspecto mais polêmico era a venda de bebidas alcoólicas nos estádios.

A lei eliminou o veto federal, mas não exclui que os organizadores precisem negociar a permissão em alguns Estados, como São Paulo.

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