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Equilíbrio nos EUA

Com a vitória na eleição primária do Texas, o republicano Mitt Romney conseguiu, nesta semana, ultrapassar a marca de 1.144 delegados que o confirma como oponente do democrata Barack Obama no pleito de novembro.

A confirmação acontece em momento de grande incerteza na campanha. As pesquisas mais recentes indicam empate técnico entre Romney e Obama. Em alguns levantamentos, o republicano aparece à frente do candidato à reeleição.

É um cenário bem distinto do que se vislumbrava meses atrás, quando a aparente recuperação da economia americana dava fôlego às pretensões de Obama. A taxa de desemprego, que chegou a 10% como resultado da crise de 2008/09, começou a declinar no final do ano passado.

Entre dezembro e fevereiro, cerca de 250 mil empregos foram criados a cada mês, e a proporção de pessoas à procura de emprego recuou a 8,1%. Se a trajetória fosse mantida, a reeleição do presidente democrata pareceria inevitável.

Mas o ritmo de criação de vagas tem diminuído desde então. A taxa de desemprego voltou a subir, para 8,2%, revertendo a tendência dos 12 meses anteriores. As perspectivas de crescimento do PIB para este ano também foram revistas para baixo, como consequência da piora do cenário internacional.

Não à toa, a campanha democrata tentou mudar de assunto no mês passado. O apoio de Obama ao casamento gay pegou carona na tendência geral do eleitorado americano, que, apesar da estridência dos grupos ultraconservadores, tem se tornado mais progressista em temas comportamentais -metade dele defende a extensão aos homossexuais dos direitos advindos do casamento civil.

A estratégia tem limites claros. Se o imbróglio financeiro em que se encontra a zona do euro se agravar, os Estados Unidos decerto sentirão seus efeitos. Obama dificilmente conseguirá aprovar pacotes de estímulo fiscal no Congresso, controlado por republicanos.

Com as mãos amarradas, resta ao candidato à reeleição torcer para que os ventos econômicos nos próximos meses não sejam muito desfavoráveis. O agravamento da crise na Europa, porém, indica precisamente o oposto.

A eleição deste ano nos Estados Unidos poderá tornar-se uma das mais disputadas da história recente, a permanecer o cenário.

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