Índice geral Opinião
Opinião
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Josué Gomes da Silva

Tricampeões

Termina neste domingo o torneio de Roland Garros-2012, um dos mais concorridos e importantes do circuito internacional do tênis.

Entre os seus grandes vencedores inclui-se o brasileiro Gustavo Kuerten, tricampeão no glamouroso saibro francês. Nosso Guga, este catarinense que tanto honra o esporte nacional, jogou profissionalmente de 1995 a 2008. Ele ganhou 20 títulos de simples, nove de duplas, foi campeão do Masters de Lisboa-2000 e ficou 43 semanas na liderança do ranking mundial.

Assim, foi mais do que justa a indicação do "raquete de ouro" de Florianópolis ao Hall da Fama do tênis, em março último. Sua nomeação oficial ocorrerá em 14 de julho, na sede da entidade criadora dessa honraria, na cidade de Newport, EUA. É o segundo tenista brasileiro a fazer parte do seletivo grupo de esportistas.

A primeira foi Maria Esther Bueno, homenageada em 1978. Também um ícone, ela venceu 19 torneios do Grand Slam, sendo sete individuais, 11 em duplas femininas e um em duplas mistas. Segundo o anuário do jornal "Daily Telegraph", nossa rainha da modalidade foi a número um do mundo em 1959 e 1960.

Gustavo Kuerten e Maria Esther Bueno somam-se a tenistas que também brilharam em nosso país, em distintas gerações, como Thomaz Koch e Edison Mandarino, que venceram individualmente, mas se destacaram como a dupla mais exitosa do país. Nomes como Fernando Meligeni, o "Fininho", Luiz Mattar, Jaime Oncins, Carlos Kirmayr e Cássio Motta também evidenciaram o talento dos brasileiros para esse esporte.

Mas, apesar dessa vocação dos atletas, não se soube criar no Brasil uma escola de tênis, como temos no futebol, no vôlei e na natação, para formar, de maneira continuada e em maior número, atletas de ponta. O tênis é ainda modalidade esportiva que sobrevive do esforço pessoal dos próprios jogadores e de seus clubes.

Não é obra do azar, portanto, o fato de o Brasil estar há seis anos fora do Grupo Mundial da Copa Davis, a principal competição internacional de tênis entre as nações. Ao contrário de países como Espanha, França, EUA, Reino Unido e Argentina, não soubemos montar uma estrutura eficaz para desenvolver talentos e incentivar a sua prática.

Contudo algumas iniciativas começam a recuperar o tempo perdido, buscando-se a formação de tenistas desde a primeira infância. Estímulo e oportunidade para isso encontram-se na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, na qual o tênis será uma das atrações. Não só nesse esporte, como em todas as modalidades, cada atleta formado é uma conquista a mais para que

o Brasil também seja um grande campeão, ganhando os títulos da saúde, da educação e do civismo!

JOSUÉ GOMES DA SILVA escreve aos domingos nesta coluna.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.