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Menos PMs nas ruas

Diante de repiques de violência no Estado, após queda constante desde o início dos anos 2000, soa ainda mais preocupante a notícia de que a Polícia Militar de São Paulo retirou contingente das ruas nos últimos quatro anos.

Relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) aponta aumento nos quadros em funções administrativas, entre 2008 e 2011, em detrimento da operação nas ruas.

São quase 3.000 homens a menos no policiamento ostensivo. Nas palavras do próprio TCE, isso contrasta com o "aumento dos indicadores de criminalidade".

Números da Secretaria da Segurança Pública divulgados em junho mostraram alta em roubos de veículos, em todo o Estado, e homicídios, concentrada na capital. Não é, decerto, boa época para contar com menos homens nas ruas.

A Polícia Militar questiona problemas pontuais no relatório do TCE. Eles de fato existem: considera-se em "função administrativa" o pessoal dos centros que recebem chamados da população e PMs aprovados em concursos que ainda estão em treinamento.

Os problemas, no entanto, não invalidam a constatação de que houve queda no número absoluto de policiais nas ruas -de 60.347 para 57.630-, quando a tendência deveria ter sido de aumento.

Se por si só o policiamento ostensivo não pode determinar melhoria no quadro geral de violência, também é pouco provável que a criminalidade, em especial delitos contra o patrimônio, arrefeça sem vigilância diuturna.

Nesse sentido, a disposição do comandante-geral da PM, Roberval França, de pôr maior contingente nas ruas, parece correta e digna de apoio do governo do Estado.

Também tem sentido positivo o plano de desobrigar a PM de tarefas como a escolta de presos, que pode ser absorvida pela função já existente de agente de escolta. Para isso, o governo precisa investir na contratação e no treinamento desses outros profissionais.

Em outra frente, com o auxílio do Judiciário, cabe estimular o uso do sistema de teleaudiências de presos, hoje subutilizado.

São Paulo vinha de uma persistente queda nos índices de violência. Deixá-la em risco por falta de braços é, na prática, delegar a dinâmica da segurança pública às veleidades dos líderes do crime.

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