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Ruy Castro A cidade ideal RIO DE JANEIRO - Em ótima entrevista a Vaguinaldo Marinheiro e Regiane Teixeira ("Cotidiano", 24/6), o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, relacionou alguns problemas comuns às grandes cidades e suas soluções. Com 7,2 milhões de habitantes, a capital colombiana equivale mais ou menos ao Rio. Não seria mal adotar suas ideias por aqui. Eis algumas: "Os carros são maravilhosos para passear, para sair à noite. Mas, se todos resolverem ir de carro ao trabalho, a cidade entra em colapso. Quando falamos de cidades sem carros, ou com poucos carros [...], estamos falando de cidades que já existem e que são as mais bem-sucedidas do mundo, como Nova York, Londres, Zurique. [...] Não defendo que as pessoas não tenham carro. Defendo que repensem como usá-lo. "Não devemos proibir o carro, mas dificultar sua utilização. [...] A [maneira] mais fácil [de fazer isso] é a elevação do preço da gasolina. Outra é eliminar vagas nas ruas e cobrar mais nos estacionamentos. Há ainda pedágios urbanos [...]. O poder público deve cobrar bastante e usar esse dinheiro para subsidiar um sistema de transporte eficiente, rápido, confortável, com ar-condicionado. [...] A cidade avançada não é aquela em que os pobres andam de carro, mas aquela em que os ricos usam transporte público. "Se o prefeito resolver acabar com áreas de estacionamento para ampliar calçadas e ciclovias, pode haver muita reclamação. Vão dizer: onde vamos estacionar? O prefeito, então, pode responder: Isso não é responsabilidade minha. É um problema privado. Eu também não digo onde você guarda sua roupa. O estacionamento não é um direito adquirido. "Devemos pensar em cidades para os mais vulneráveis. Para as crianças, os idosos, os que se movimentam em cadeiras de rodas, os mais pobres. Se a cidade for boa para eles, será também para os demais". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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