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Sérgio Dávila

Notícias Aladim

SÃO PAULO - Em "O Ditador", novo filme de Sacha Baron Cohen, que estreia em agosto no Brasil, o personagem-título, almirante general Aladim, rebatiza com seu próprio nome várias palavras de seu país, a fictícia República de Wadiya.

Assim, as palavras "negativo", "positivo", "bom" e "ruim" passam todas a ser designadas simplesmente como "aladim". Numa das várias cenas politicamente incorretas do filme, um médico infectologista diz a um paciente: "Eu tenho uma notícia aladim: você é HIV aladim".

No longa, o comediante britânico faz graça com desmandos, infelizmente reais, de ditadores recentes.

Mudar os nomes das palavras, por exemplo, foi obra de Saparmurat Niyazov, que comandou o Turcomenistão por 20 anos, até morrer em 2006, não sem antes renomear os dias da semana e os meses do ano em homenagem a membros de sua família. "Abril" virou "Gurbansoltan", nome da mãe dele.

A boa notícia é que o número de ditadores e ditaduras no mundo está em queda. Segundo a Freedom House, existem hoje 16 países nessas condições, ante um pico de 38 em 1984.

A ONG baseada em Washington atribui essa diminuição ao colapso do comunismo na Europa e à onda de eleições diretas em países da África, reforçados pela Primavera Árabe.

A má notícia é que a Síria foi rebaixada para a categoria mais preocupante, "Pior dos Piores". O relatório é do mês passado, e desde então a situação só se deteriorou no país. Relatos de execuções de civis, mulheres e crianças têm sido frequentes.

A truculência do regime contrasta com a imagem que o líder sírio, Bashar Assad, e sua mulher, Asma, tentaram vender ao mundo no início de sua chegada ao poder, em 2000.

Era a de "déspostas esclarecidos", educados na Inglaterra, ela defensora dos direitos das mulheres no mundo árabe, ele distensor da ditadura herdada do pai. Viraram personagens que inspiram tragédias, e não comédias.

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