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Paula Cesarino Costa

Paes no céu, Freixo na terra

RIO DE JANEIRO - A considerar o cenário dado pela pesquisa Datafolha divulgada ontem, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) deverá manter sua estratégia: pouca campanha de rua, overdose de exposição na TV das obras espalhadas pelas zonas norte, oeste e centro e nenhuma reação a críticas dos adversários.

A pesquisa revela detalhes do comportamento do eleitorado carioca.

Há uma tendência de crescimento do apoio a Marcelo Freixo (PSOL) entre a elite, chegando a haver um empate com Paes entre os que ganham mais de dez salários mínimos. Só que esses representam apenas cerca de 8% do eleitorado. Freixo atinge 40% dos votos, o mesmo índice de Paes.

No total, o candidato do PSOL obteve 13% das intenções de voto, mas entre os mais pobres, limita-se a 5%.

O que explicaria a queda de Paes e o crescimento de Freixo entre os mais ricos e mais escolarizados?

Essa parcela votou majoritariamente em Gabeira em 2008, é mais bem informada sobre os escorregões éticos do governador Cabral, padrinho do atual prefeito, e não o reconhece como um dos seus. Nascido e criado na Barra da Tijuca (zona oeste da cidade), Paes cresceu politicamente e tem maior apoio na região.

Para piorar, tem dado muito mais atenção, pelo menos no rádio e na TV, aos mais pobres e moradores de zonas menos favorecidas.

O problema de Freixo é que a faixa dos mais escolarizados e os mais ricos representa cerca de 20% do eleitorado. Na maior parte da população, continua pouco conhecido e sem apoio. Para levar a eleição para o segundo turno precisa dos mais pobres, e dos outros candidatos, que estão estacionados em taxas baixíssimas.

Impressiona o desempenho do filho do ex-prefeito Cesar Maia. Com muito mais tempo que Freixo no rádio e na TV, Rodrigo Maia (DEM), tem 5%. Sua vice, Clarissa Garotinho, deve estar arrependida do casamento acertado entre os pais.

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