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Painel do Leitor

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Mensalão
Esta Folha publicou em 25/9 notícia ("Artistas solidários a Dirceu criticam tom de julgamento", "Poder") que levou leitores e amigos meus a entender que eu teria assinado um manifesto de apoio a José Dirceu. De fato, eu assinei um manifesto que me foi enviado por amigos do político do PT, mas esse manifesto não menciona seu nome nem faz referência a ele; manifesta apenas preocupação com a forma como o julgamento do mensalão está sendo tratado pelas elites brasileiras -uma forma, a meu ver, incompatível com os princípios do Direito e da democracia.
No momento em que o esquema de corrupção foi denunciado, cabia perfeitamente a manifestação da opinião pública. Agora, no momento do julgamento, essa manifestação é espúria. Temos uma instituição e um corpo de juízes da mais alta qualidade que estão encarregados constitucionalmente de examinar as provas e decidir. Eles têm as informações necessárias e conhecem melhor do que nós os princípios do Direito. A melhor maneira de respeitá-los e de respeitar a democracia é deixar que decidam com liberdade, em vez de julgarmos por nossa própria conta.
Luiz carlos Bresser-Pereira, colunista da Folha (São Paulo, SP)

Zavascki
Como se diz aqui em Santa Catarina, terra natal do talvez ministro Teori Zavascki, "o homem é mais liso que bagre ensaboado". Zavascki evitou responder se participaria do julgamento do mensalão, alegando "mérito". Ora! Dizer "sim"ou "não" é apenas esclarecer a população, ali representada por seus senadores, e não entra em mérito algum. Dizer o que pensa sobre a lavagem de dinheiro também não. O pior é ter-se mostrado ofendido e ressentido por ser questionado!
Maria Cristina R. Azevedo (Florianópolis, SC)

São Luís, 400
Não poderia deixar de expressar meu elogio ao artigo do senador José Sarney "São Luís, 400 anos, cheiro de poesia e cravo" (Tendências/Debates, ontem). Primoroso -apesar da bela mas inadequada ilustração que o acompanhou-, o texto mostra de forma clara a grandeza da história dessa maravilhosa capital. E mostra a falta que o ex-colunista faz ao jornal. Ele paga a pena de, pelo fato de ser político, não ser reconhecido como um ótimo escritor.
Auridea Sampaio de Souza (Itajubá, MG)

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Beira a ironia a citação, no texto "São Luís, 400 anos, cheiro de poesia e cravo", do lorde inglês Thomas Alexander Cochrane (1775-1860), marquês do Maranhão, o Lobo dos Mares, que saqueou as nossas riquezas. Assim como o senador José Sarney, Cochrane era político e escritor.
Luiz Thadeu Nunes e Silva (São Luís, MA)

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José Sarney escreveu, em "São Luís, 400 anos, cheiro de poesia e cravo", que sua cidade foi "saqueada por Cochrane". Ironia. Quem estragou a cidade dos belos azulejos foram as administrações de sua família, que não tiraram milhares da miséria humana, que se esqueceram do saneamento e da educação e que pouco fizeram pelo patrimônio arquitetônico e cultural da capital.
Washington Dellacqua (São Paulo, SP)

Jornalismo luso
Alexandra Lucas Coelho, correspondente do jornal português "Público" no Rio de Janeiro, não acredita que eu desconheça os 278 textos (ou serão obras-primas?) que ela já escreveu sobre o Brasil (Painel do Leitor, ontem).
A sra. Lucas Coelho, desprovida de sentido de humor e manifestamente apaixonada por si própria, tem inteira razão: eu conheço os textos; li-os; recortei-os. E, sempre que me pedem um exemplo de analfabetismo, deslumbramento provinciano e sentimentalismo poético vácuo, são os textos da sra. Lucas Coelho que eu dou como amostra. Espero que a autora não leve a mal os meus desígnios pedagógicos. Mas só se aprende alguma coisa com os autores verdadeiramente bons e os verdadeiramente maus. O fato de a sra. Lucas Coelho estar na última categoria não deve ser motivo de desânimo.
João Pereira Coutinho, colunista da Folha (Lisboa, Portugal)

Herzog
Sobre o editorial "Em memória de Herzog" ("Opinião", 26/9), vale registrar que, em 30 de março de 1973, houve missa, na catedral da Sé, em São Paulo, em memória de Alexandre Vannucchi Leme, preso pela famigerada Operação Bandeirantes no dia 16 daquele mês e morto dois dias depois em decorrência da tortura a que foi submetido nas dependências do tenebroso DOI-Codi.
Embora ateu, fui um dos organizadores dessa missa, celebrada por dom Paulo Evaristo Arns, que teve cunho muito mais político do que religioso. Apesar de a cidade ter sido cercada por barreiras em algumas de suas artérias mais relevantes, como as marginais, com o intuito de dificultar a circulação da população, cerca de 5.000 pessoas estiveram presentes, e o cantor Sérgio Ricardo veio do Rio de Janeiro especialmente para cantar nessa missa. Esta, sim, foi a manifestação pública pioneira contra a ditadura.
Alfredo Spínola de Mello Neto (São Paulo, SP)

Muçulmanos na Europa
Quando Janer Cristaldo equipara a presença muçulmana à morte da Europa (Tendências/Debates, 26/9), reproduz o discurso da extrema direita. Na Europa, os muçulmanos são uma minoria que sofre dominação, exploração, discriminação. A Europa morrerá quando deixar de ser mestiça e acolhedora.
Romain Jean-Marc Pierre Bragard, antropólogo (Campinas, SP)

Mascote da Copa
Concordo com Ruy Castro ("Bravo tatu-bola", "Opinião", 26/9). Acho que o pior nome para a mascote da Copa é Fuleco. Para os estrangeiros, qualquer um dos três nomes será divertidíssimo e, para a Fifa, muito valioso.
Hans Misfeldt (São Paulo, SP)

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