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Carlos Heitor Cony

Marco Túlio Cícero

RIO DE JANEIRO - Ignorante em política e em direito, mesmo assim me atrevo a dar um palpite: o PT não será o mesmo depois do julgamento no STF, que ainda não terminou. Falta o segundo tempo e o escore está na base do 3x1 a favor da

condenação da maioria dos réus ou corréus -palavra que acabei de aprender e tenciono usar daqui em diante para designar não o Zé Dirceu ou o Zé Genoino, mas a humanidade inteira, na qual, a contragosto me incluo.

O placar pode virar durante a próxima semana, mas qualquer resultado (faltam seis pênaltis a serem cobrados) já mudou para pior a história do bravo partido do bravíssimo Lula.

Contudo qualquer resultado já arruinou, histórica e definitivamente, a imagem do partido que pretendia funcionar como uma "avis rara" na paisagem do país. Nenhuma instituição criada pelo homem é perfeita, mas o PT sempre se julgava e se vendia ao eleitorado, ao próprio e aos alheios como uma vestal, uma varoa de Plutarco.

Depois dos encontros e desencontros de que ficamos sabendo sob o crivo da mais alta corte do país, mesmo descontando os exageros e o disse me disse inevitável em processos como o do mensalão, o estrago foi realmente, como o próprio Supremo Tribunal: federal.

Nem vem ao caso o fato de Lula, assessorado na política e na administração por dois pesos-pesados do partido, ter ou não ter conhecimento total ou parcial da engenharia criminosa que deu vitória a seu governo em duas votações no Congresso que lhe interessavam e cujo mérito não está em discussão.

Dois pontos marginais que anotei: o revisor desqualificar o delator do processo, acentuando a sua condição de corréu já condenado; e a erudita citação de Marco Túlio Cícero pelo decano Celso de Mello: "O tempora! O mores!".

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