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Opinião

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Carlos Heitor Cony

Dana e Eliza

RIO DE JANEIRO - Colega de ofício, Leandro Mazzini sempre estranhou a insistência com que lembro os ossos de Dana de Teffé. Não tenho bordões, mas o Leandro tem razão. Sempre que posso e mesmo quando não posso, atribuo as mazelas do Brasil ao fato de Dana ter sumido ou sido assassinada, mas até hoje, ela própria e seus ossos não foram encontrados.

Houve mutirão no país, polícia, embaixadores, mídia nacional e internacional revolveram com pás e peneiras os oito milhões de quilômetros quadrados do nosso território, buscando os seus ossos. Tudo porque o assassino, Leopoldo Heitor, um advogado esperto, levantou a tese de que sem cadáver não há crime de morte.

Todos sabiam que ele era o assassino. Ficou com todos os seus bens e Dana desapareceu numa viagem de carro dirigido pelo advogado.

O caso durou anos no noticiário. Dana Fischerova nascera na antiga Tchecoslováquia, era judia, mas se tornou espiã para os nazistas, sendo jurada de morte. Na Espanha, casou-se com um diplomata brasileiro, Manuel de Teffé, que também era automobilista.

Ficou milionária, tornou-se amante do advogado, deixou-lhe todos os bens e sumiu. Como o corpo nunca foi encontrado, o crime ficou impune.

Leandro lembrou-se dela por causa do caso da Eliza Samudio, também sumida ou assassinada num crime complicado que há meses frequenta a mídia.

Na embrulhada, aparecem um Bruno, um Bola e um Macarrão. Um dos advogados dos suspeitos já levantou a tese dos ossos de Dana de Teffé.

O corpo de Eliza até agora não apareceu. A defesa garante que a vítima está viva. Tentando a carreira de modelo profissional, ela poderá aparecer de repente no programa do Faustão ou no "Fantástico".


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