Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Marco Aurélio Canônico

Surto museológico

RIO DE JANEIRO - Entre as diversas coisas de que o Rio precisa, dificilmente alguém citaria museus. Afinal, a cidade já tinha 131 deles (em São Paulo são 145, segundo o Instituto Brasileiro de Museus - Ibram), quase todos desconhecidos, malconservados e com visitação risível.

No entanto, a reboque da empolgação com Copa do Mundo e Olimpíada, a capital passa por um inédito boom de museus.

Contando com o MAR (Museu de Arte do Rio), instituição municipal que abre as portas para a população a partir de amanhã, serão cinco inaugurações nos próximos anos, quatro delas bancadas com dinheiro público.

Isso numa cidade em que o museu mais visitado (o MAM) recebeu 250 mil pessoas no ano passado, e onde as quatro principais instituições do gênero (dá-se de lambuja o MAC de Niterói), somadas, não chegam ao público do Masp.

As justificativas para a criação do MAR, uma bela obra ocupando dois edifícios na zona portuária, são louváveis: é preciso atrair mais crianças e jovens aos museus, e educá-los em arte; é preciso, também, colecionar, criar um acervo público.

Tudo bem, mas é necessário construir novos museus para fazer isso? Os quase R$ 80 milhões gastos apenas no MAR (além do orçamento de R$ 25 milhões por ano) equivalem a anos de investimento nos principais museus do Rio.

Por que os três níveis de governo, todos eles participantes desse surto museológico, não investem em lugares que já têm estrutura, história, coleções e que carecem de verba para mantê-las? Por que criar novas fontes de despesa, que vão disputar dinheiro e público com os museus já existentes, degradando-os ainda mais?

Claramente não há um planejamento integrado, apenas a vontade de criar coisas novas que os governantes atuais possam chamar de suas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página