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Falhas no Enem
A RECONFIGURAÇÃO da prova
do Exame Nacional do
Ensino Médio, até 2008
um já eficiente instrumento de
avaliação de alunos e escolas,
prometia trazer maior racionalidade ao processo seletivo das
universidades públicas no país.
O modelo atualmente preponderante, que obriga estudantes a
uma maratona de vestibulares
na busca de uma vaga no ensino
superior, seria gradualmente
substituído por um exame único,
seguido de um sistema de seleção que aloca candidatos em todo o universo de vagas das instituições participantes.
Neste primeiro ano de funcionamento do novo Enem e de seu
complemento, o Sisu (Sistema
de Seleção Unificada), foram
quase 48 mil vagas distribuídas
por 51 faculdades e universidades de todo o país. Tal volume já
representa um avanço na distribuição do estoque de vagas do
ensino superior, ao aumentar a
possibilidade de acesso de muitos estudantes à universidade.
Erros reiterados em todas as
etapas do novo processo, implementado às pressas pelo governo
em 2009, no entanto, ameaçam
sua credibilidade. A mais recente
atingiu o processo de seleção,
iniciado na última sexta.
O modelo exige consulta constante à página do Sisu na internet, pois estudantes preteridos
em cursos concorridos podem
mudar de opção e buscar outras
vagas. Mas, desde as primeiras
horas de seu funcionamento até
sábado à tarde, o acesso apresentou problemas -operava normalmente na noite de ontem.
Repete-se agora, na etapa conclusiva, importantes falhas de
gerenciamento e execução. O
próprio Enem teve que ser remarcado, depois que a prova vazou ainda no momento de impressão. O exame também apresentou, em 2009, a maior abstenção em 11 anos e erros no gabarito inicialmente divulgado.
São falhas que não prejudicam
apenas o processo seletivo em
curso, já que o novo modelo depende da livre adesão das instituições para ampliar o seu alcance e a sua eficiência. A sequência
de problemas ameaça a credibilidade do projeto, elemento central para sua consolidação nos
próximos anos.
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