São Paulo, segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Educação
"Gostaria de expressar minha opinião após ler o artigo de Gilberto Dimenstein "O que você não vai ser quando crescer?" (Cotidiano, 31/1). Acabei de me formar em letras pela USP e tive no ano passado a experiência de vivenciar o cotidiano de professor de escola pública em São Paulo. A partir dessa experiência, concluí que a última coisa que desejo nesta vida é ser professora.
Os salários são péssimos, as salas superlotadas, os alunos são agressivos e não há suporte algum aos professores, mesmo porque faltam funcionários de limpeza, inspetores e psicólogos. Hoje em dia, pelo que pude perceber, os alunos possuem todos os direitos e nenhum dever. A escola pública não tem autonomia para combater a indisciplina, pois não conta com o apoio do Estado e muito menos com o das famílias. O Estado conseguiu matar até o sentimento que movia os professores de antigamente a lecionar: o amor à docência. Ainda assim, meus respeitos e admiração pelos heróis que ainda resistem."
NATÁLIA DA SILVA (São Paulo, SP)

 

"Muito bem feita a reportagem "Entre os muros da escola" (Mais!, 31/1). Apesar de a reportagem ter sido feita em uma escola carioca, reflete perfeitamente a realidade das escolas do país. Destaco alguns pontos que me chamaram a atenção: alunos demonstram mais interesse em atividades que saiam da rotina, a queixa dos mesmos com relação a professores que dão aulas tradicionais e a emoção de um pai ao ser chamado na escola para receber elogios pelo desempenho de sua filha nos estudos. Isso é o que vemos e vivemos nas escolas públicas estaduais aqui em São Paulo."
DENISE COSTA DE CARVALHO (São Paulo, SP)

Enchentes
"Gostaria de transcrever um parágrafo do livro "Decifrando a Terra", de Wilson Teixeira. É usado nos cursos introdutórios de geologia, mas o leitor comum não terá dificuldades de entender: "Um fato curioso é a situação em grandes centros urbanos, como São Paulo, onde se detectou uma recarga significativa da água subterrânea por vazamentos da rede de abastecimento". Em outras palavras, os vazamentos nos dutos da Sabesp têm contribuição ativa no encharcamento do solo e, portanto, nos desmoronamentos e enchentes. Depois de 15 anos de PSDB, podem demitir o economista e botar um especialista na Sabesp? Que tal um engenheiro ou geólogo com 20 anos de empresa?"
ALVARO TADEU SILVA (São Paulo, SP)

Lucros
"Esse projeto conjunto apresentado pelos Ministérios da Justiça e da Economia -que obrigará os empresários a dar aos seus empregados 5% do lucro obtido- não pode ser levado a sério. Essa matéria já é prevista na Constituição, já foi regulamentada no ano 2000 e permite a livre negociação entre patrões e empregados. Por aí se vê que essa equipe do governo Lula está sempre por fora, não conhece nada, mas está sempre querendo "fazer bonito" perante os pobres e ignaros trabalhadores. Estando previsto na Constituição e regulamentado, esse atual projeto, se transformado em lei, será inconstitucional."
CARLOS EDUARDO DE BARROS RODRIGUES (São Paulo, SP)

Igreja
"Imaginemos que, por um momento, fizéssemos a besteira de seguir os conselhos do medieval sr. Francesco Scavolini ("Os enganos da cúpula da CNBB", Opinião, 29/1) e da minoria de radicais católicos que ele representa. Nada de métodos contraceptivos, aborto, relações homoafetivas e por aí vai... O que seria da nossa sociedade? Milhares de crianças a mais que iriam parar nas ruas por falta de estrutura, milhares de casamentos de fachada efetuados por gays reprimidos e insatisfeitos, criando núcleos familiares fadados ao fracasso e à infelicidade. E o que o sr. Scavolini faria por toda essa gente? Rezaria por elas? Desculpe, mas é pouco. Querer decidir a vida alheia é muito fácil quando se está ajoelhado. Mas a realidade é tão mais ampla que não cabe em uma sacristia."
ALEX FABIANO NOGUEIRA (São Paulo, SP)

Camargo Corrêa
"É uma aberração e um escândalo a notícia de que o governo federal auxiliará, com recursos públicos, a empreiteira Camargo Corrêa a se transformar numa megaempresa do setor elétrico, abiscoitando um terço do mercado nacional (Dinheiro, 31/1). A Camargo Corrêa, que floresceu durante a ditadura militar, sempre mamando nas tetas do governo, vive envolvida em escândalos e negociatas nunca investigados e esclarecidos com seriedade. Ainda agora, o relatório da Polícia Federal divulgado no dia 22 de janeiro acrescenta novas informações sobre a Operação Castelo de Areia, na qual se apurou que diversos diretores da Camargo Corrêa pagaram propinas para obter obras públicas, entre as quais a eclusa de Tucuruí, no Pará. Enquanto tudo isso não restar devidamente apurado e esclarecido, não se pode admitir que tal empresa possa ser beneficiada mais uma vez com dinheiro do povo. Um mínimo de decência, senhores governantes!"
ANTONIO CARLOS AUGUSTO GAMA (Ribeirão Preto, SP)

Impostos
"É impensável o sistema tributário brasileiro. Um apartamento em São Paulo de 120 metros quadrados paga IPTU de R$ 2.500,00, e um veículo CRV ano 2008 recolhe IPVA de R$ 3.000,00. Eis o que os nossos administradores empunham como bandeira, e que acarreta o caos. Enquanto não houver a revisão disso, jamais alcançaremos a justiça fiscal. Essa forma perversa e míope de tributar é extremamente prejudicial e mostra a nossa distância em relação ao Primeiro Mundo em termos de arrecadação e sua reaplicação na melhoria da infraestrutura e do serviço público."
CARLOS HENRIQUE ABRÃO (São Paulo, SP)

Lula
"Não gostaria de estar na posição do médico do presidente quando teve de assumir a decisão de abortar a viagem de Lula a Davos. Imagino sua angústia de falar ao presidente, já no aeroporto, que teria de cancelar este importante compromisso internacional devido a um problema médico. Possivelmente teve de enfrentar muitos palpites em contrário do presidente e de sua comitiva. Realmente foi uma atitude muito corajosa. Cumprimento o colega Cleber Ferreira por sua posição firme e o presidente por acatar a orientação do profissional."
JORGE DA ROCHA GOMES, médico e professor aposentado da Faculdade de Saúde Pública da USP (São Paulo, SP)

 

"Fiquei pasmo quando soube da quantidade de exames pelos quais passou o presidente da República e feliz com a notícia de que sua saúde está perfeita. Infelizmente não podemos dizer o mesmo da saúde do Sistema Único de Saúde. Não desejo mal a ninguém, muito menos ao presidente, mas gostaria que esses mesmos exames, feitos criteriosamente por um hospital particular, um hospital para gente rica, fossem realizados no serviço público. Quanto tempo o presidente teria de aguardar os resultados dos exames? Quantos dias esperaria até ser atendido por um órgão público de saúde? Pois é assim que anda a saúde do presidente: perfeita. Pena que não podemos dizer o mesmo da saúde do povo brasileiro, aqueles 140 milhões sem planos de saúde e totalmente dependentes do SUS."
TANCREDO FAGUNDES LINS (Contagem, MG)

Futebol
"A Fifa (Federação Internacional de Futebol) quer impedir uma manifestação cultural brasileira. Essa entidade internacional quer proibir a exibição dos jogos da Copa do Mundo na África do Sul em bares, restaurantes, shoppings e nas ruas sem prévia autorização e mediante pagamento de uma taxa. Há quatro anos, a Fifa tentou a mesma medida e, na época, recuou.
O hábito brasileiro (e principalmente carioca) de reunir os amigos em frente à televisão para beber, fazer um churrasco e assistir aos jogos está ameaçado. Neste caso, devemos usar o instituto jurídico (e legal) da "desobediência civil" para legitimar nossa cultura e não permitir que suíços (a sede da Fifa fica em Zurique) venham dizer o que podemos ou não fazer."
FABIO TAVARES (Rio de Janeiro, RJ)

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