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Caciquismo tucano
NÃO É apenas na opinião
pública que vai diminuindo a tolerância ao caciquismo na política. A pesquisa
Datafolha publicada no domingo, acerca da disputa para a Prefeitura de São Paulo, mostrou
que a fidelidade partidária é um
valor disseminado na sociedade.
A certa altura do questionário,
o pesquisador perguntava ao entrevistado qual seria a melhor
decisão para o governador José
Serra: apoiar Geraldo Alckmin,
seu correligionário do PSDB, ou
o prefeito Gilberto Kassab
(DEM), vice do próprio Serra na
chapa que venceu a eleição municipal de 2004? Seis em cada
dez eleitores consultados escolheram a primeira opção.
A proporção cresce quanto
mais jovem é o eleitor -na faixa
de 16 a 24 anos, chega a 68%. Fica
acima da média no largo espectro de renda familiar até dez salários mínimos, que abrange
quase 70% da amostra, e só cai
no segmento de renda acima
desse patamar.
Enquanto o eleitorado se mostra francamente favorável à disciplina partidária, o PSDB se entrega a uma guerra interna sem
precedentes, com vistas à eleição
paulistana. Na polarização cerrada entre os grupos de dois caciques -Serra e Alckmin-, sacrifica-se a idéia de partido que se
consolida no eleitorado. Não
existe um controle partidário capaz de submeter e mediar o interesse das lideranças em conflito.
O caminho seria simples, baseado em duas perguntas: o
PSDB deve ter candidatura própria à prefeitura paulistana?
Quem deve ser o postulante do
partido, seja em caso de vôo solo,
seja numa aliança? Mas o partido
que se gaba de ser moderno e reformista cultiva internamente
um modo arcaico, desgastado, de
fazer política.
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