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Cerco às Farc
NÃO DEIXA de ter um caráter simbólico a libertação,
após 12 anos e três meses
de cativeiro, de um dos mais antigos reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), realizada na terça-feira.
É inegável o enfraquecimento da
narcoguerrilha, que há muito
abandonou a aspiração ideológica de transformar o país vizinho
em uma ditadura comunista e vê
se esgotarem suas opções políticas e militares.
Seu gradual desmonte deve-se
ao enérgico combate determinado pelo presidente Álvaro Uribe.
Estima-se que o contingente das
Farc, que chegou a somar mais
de 20 mil homens e mulheres, tenha sido reduzido à metade. O
grupo, que já controlou porções
extensas e contínuas do território colombiano, hoje se encontra
disperso. Banidos das grandes cidades, seus efetivos refugiam-se
em áreas isoladas da floresta.
A liberação unilateral do sargento Pablo Emilio Moncayo, 32,
capturado quando tinha 19 anos
durante ataque a uma base militar, bem como de outro refém,
no domingo, faz parte da estratégia adotada pelas Farc de buscar
apoio na opinião pública para
sua proposta de troca negociada
de prisioneiros com o governo.
Ainda estão em poder da guerrilha 21 reféns militares -além
de centenas de civis, sobre os
quais não há estimativa precisa.
A organização propõe ao governo a troca dos militares por cerca
de 500 guerrilheiros presos.
Apesar dos notáveis avanços
das forças governamentais, algum tipo de negociação para a
soltura de todos os reféns poderá
ocorrer no futuro. Mesmo porque impor uma derrota militar
plena às Farc sempre esbarrará
nas dificuldades de eliminar o
tráfico de drogas e exercer controle sobre áreas de selva nas remotas fronteiras do país -que
oferecem recursos e abrigo aos
guerrilheiros.
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