São Paulo, sábado, 01 de maio de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Anistia
"O STF afirmou, na interpretação da Lei da Anistia, que a tortura no período militar foi abominável. Mas o torturador não pode ser condenado. Em outros termos: a escravidão é execrável, mas os escravocratas, os capitães do mato e os traficantes podem ficar impunes.
Conclusão: crimes, se praticados pela elite, podem ser apontados. Mas seus autores devem ser absolvidos. Em nome da concórdia, do desarmamento dos espíritos.
Também se constata que alguns ex-perseguidos de outrora, lamentavelmente, pensam da mesma forma. Apegam-se à legalidade, preferindo a "paz dos cemitérios" à legitimidade de buscar, na Justiça, a dor social. Petrificam-se em conciliações realizadas no passado e não preferem dar o salto ao futuro em nome da verdade."
ZILDA MÁRCIA GRICOLI IOKOI e MÁRIO SÉRGIO DE MORAES, professores-doutores, pesquisadores do grupo Laboratório de Estudo sobre a Intolerância-USP (São Paulo, SP)

 

"Depois de 31 anos, a OAB resolveu questionar a aplicação da Lei da Anistia. E perdeu no STF.
Ora, OAB, depois de 31 anos vamos torturar os torturadores? Vamos aterrorizar os terroristas? Vamos atentar contra os ex-guerrilheiros? Vamos exigir que as polpudas pensões e aposentadorias pagas aos torturados sejam devolvidas com juros e correção?
Por que a OAB não aproveita o seu tempo e contingente e instaura processos contra os políticos corruptos que há décadas nos assaltam? Por que não se importa com os movimentos que achincalham com a propriedade privada no nosso país? Por que não se importa com a continuação e conclusão da CPI da Petrobras e de outras tantas que nunca deram em nada? Por que não exige um comportamento ético dos conselhos de ética do Congresso?"
VICTOR GERMANO PEREIRA (São Paulo, SP)

 

"Gostaria de registrar a minha admiração pela atuação do ministro Carlos Ayres Brito no STF.
Sempre que posso, acompanho pela TV os relatos de seus votos, e, nessa questão da revisão da Lei da Anistia, o seu posicionamento deu voz aos familiares dos desaparecidos políticos e a todos os vitimados pelo regime ditatorial militar.
Torço para que assuma em breve a presidência da corte."
JOSÉ CLÓVIS DE MEDEIROS LIMA (São Paulo, SP)

 

"Quando éramos crianças, a literatura nos ensinava que aquecer a cobra, mesmo que ela necessitasse, era perigoso. Isso não mudou. Não podemos, de forma nenhuma, acalentar as "cobras sociais" que se apresentam em nosso trajeto. O STF, ao manter intacta a Lei da Anistia, nos dá inequívoca demonstração de segurança jurídica. Livrou-nos da "cobra" do revanchismo. A luta armada e a repressão são coisas do passado, de mais de quatro décadas. Só não devem ser esquecidas para evitar que um dia possam se repetir. Perseguir seus participantes, tanto de um lado como do outro, chega a ser risível, pois o maior inimigo de todos eles, a essa altura, é o peso dos anos.
Para prendê-los, teria de ser criado um presídio de terceira idade."
DIRCEU CARDOSO GONÇALVES, tenente, dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo (São Paulo, SP)

 

"Nota zero para o STF, que decidiu manter a Lei da Anistia, de 1979, permitindo que aqueles que torturaram e mataram continuem impunes. Infelizmente, somente os ministros Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto votaram pela revisão da referida lei.
Em tempo: na Argentina tem ex-presidente preso."
LUCAS BELEZA (São Paulo, SP)

Adoção
"Ao se posicionar veementemente contra a adoção de crianças por casais de homossexuais, a Igreja Católica está tentando simplesmente garantir a essas crianças o direito de serem criadas por uma família tradicional, com a imprescindível autoridade paterna e também o carinho materno, num lar estável e seguro.
E a Igreja Católica tem autoridade moral para tanto, por tudo o que representa em mais de 2.000 anos de existência.
O fato de ela ser sempre atacada e traída por pessoas inescrupulosas, de dentro e de fora, não diminui a sua autoridade e a sua força de instituição santa e ao mesmo tempo pecadora, pois as portas do inferno não prevalecerão sobre ela."
MARISA STUCCHI (Ribeirão Preto, SP)

 

"Discordo do leitor Jorge Alberto Marum ("Painel do Leitor" de ontem). Penso que a igreja, independentemente da crença, tem o sagrado direito de expressar a sua posição sobre as relações humanas, visto que a religião trata do modo de pensar e de agir das pessoas, no que se inclui a adoção de crianças por casais homossexuais.
Além disso, vivemos numa democracia, e todos nós, religiosos ou não, temos o direito constitucional do livre pensamento.
Se as ideias da CNBB fossem afinadas com as do leitor, é possível que este não questionasse a competência daquela em se posicionar sobre o assunto. Destaco ainda que nem sequer sou católico."
HENDERSON PETERS SANTOS SILVA (São Paulo, SP)

Dilma
"Na edição de 29/4, chama a atenção a carta de um leitor de Osasco que diz ter pena da Folha pelo fato de o jornal se indignar com o simples "equívoco" cometido pelo site do PT no caso da troca "não proposital" da identificação da foto de Normal Bengell/Dilma Rousseff.
Como leitor e cidadão, parabenizo a Folha pela capacidade de ainda se indignar neste país. Não importa o tamanho da mentira, mas, sim, a atitude em si. É colecionando pequenos "equívocos", como um título acadêmico ali, um dossiê acolá e outros que a gente avalia os nossos candidatos."
MARCELO PARANHOS (Uberlândia, MG)

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