São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Saúde
"Em atenção à carta do deputado Tomaz Antonio Brandão ("Saúde", "Painel do Leitor", 25/5), tenho a esclarecer: 1. como o próprio deputado admite não conhecer "os critérios adotados pela pesquisa do Ministério da Saúde", começo informando-o sobre o levantamento; 2. a avaliação realizada com usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) é importante elemento para a melhoria da qualidade dos serviços prestados. Por isso, o ministério enviou a todos os pacientes que tiveram alta de hospitais do SUS, em determinado mês do ano passado, um questionário que avaliava desde as instalações físicas até o tratamento recebido. Foram enviadas 960.835 cartas aos usuários do SUS e 110 mil foram respondidas; 3. na divulgação dos resultados, o Ministério da Saúde procurou deixar claro que se tratava de uma avaliação dos usuários, e não de um estudo técnico realizado pelo governo federal. Cada hospital foi avaliado, portanto, pela sua clientela; 4. o Ministério da Saúde não apontou os piores hospitais do Brasil. Pelo contrário. Com base nos resultados da pesquisa, o ministério instituiu o Prêmio da Qualidade Hospitalar, destacando os três melhores hospitais de cada região e os nove melhores hospitais do Brasil (três de pequeno porte, três de médio porte e três de grande porte). Vale destacar que os hospitais do SUS foram bem avaliados por seus pacientes, com nota média de 8,2; 5. não foi o Ministério da Saúde que classificou o hospital de São Benedito como o pior do Brasil. Foram os próprios usuários. As notas atribuídas pelos pacientes internados naquele hospital foram as mais baixas de todo o universo pesquisado; 6. o volume de recursos federais recebido mensalmente pelo hospital é resultado do tipo e da quantidade de serviços prestados. A pesquisa demonstrou que não existe relação de causa e efeito entre volume de receita e boa avaliação dos usuários. Pequenos hospitais com receitas menores foram, em muitos casos, mais bem avaliados que hospitais de grande porte."
Renilson Rehem de Souza, secretário de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde (Brasília, DF)

ACM
"Como na fábula de Esopo, a montanha pariu um rato. Assim foi o desabafo (não propriamente um discurso) do ex-todo-poderoso ACM. Um discurso medíocre, digno do autor, que foge pelo caminho fácil da renúncia, como Collor. Sou um dos eleitores do senador Saturnino Braga. Sei-o um homem simples e de bem. Nunca bajulou os poderosos do momento. O mesmo não pode ser dito do medíocre baiano. Hoje o Senado é melhor do que ontem e, consequentemente, o Brasil também."
Luiz Fernando Ribeiro de Almeida (Rio de Janeiro, RJ)

"As urnas vão ser a punição de ACM, que, numa atitude covarde, conseguiu fazer prevalecer a impunidade. A pizza do momento agora é instantânea e tem entrega imediata: renúncia."
Sérgio Fajardo (Mandaguari, PR)

"Nunca pensei que um dia teria que agradecer ao ex-senador ACM. Mas esse dia chegou, e agradeço a esse senhor por confirmar e detalhar ao restante do país o caráter nefasto deste (des)governo FHC."
Jayme Kopelman (São Paulo, SP)

TV-arte
"Quem não mais acreditava que televisão e arte pudessem andar juntas já pode alimentar sua crença. O episódio da série "Brava Gente" de 29/5, "Lira Paulistana", é a fórmula perfeita: narrativa atraente, boa literatura, cultura, cinema, ironia, humor, apelo público. Só uma equipe genial poderia realizar o inusitado. O texto de Alexandre Machado e Fernanda Yang, rastreando a obra homônima de Mário de Andrade, reavivando os conceitos do movimento "antropofagia", acabou por descobrir o fio de Ariadne no labirinto da televisão brasileira. Os atores, convincentes, adequados, perfeitos. O diretor Cláudio Torres é só talento. Algo assim dá ânimo e esperança diante do futuro da televisão."
Ely Vieitez Lanes, escritora (Ribeirão Preto, SP)

Anistia
"Na data em que se comemoram os 40 anos da Anistia Internacional (28/5), uma das principais organizações não-governamentais dos direitos humanos no mundo, não poderia deixar de parabenizar a Folha pelo prêmio recebido durante o lançamento do "Informe Anual 2001". Esse prêmio mostra o empenho do jornal em prol dos direitos humanos."
João Caramez, secretário-chefe da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Planejamento
"Este jornal está de parabéns pelo iluminado editorial "Planejamento já" (Opinião, pág. A2, 27/5). Além de fazer uma síntese correta da crise do setor elétrico, apresenta sugestões de fundo para a saída do impasse. A manutenção do Estado à frente do planejamento estratégico e um novo modelo de gestão profissionalizado para empresas ainda não privatizadas são providências essenciais para a construção de um novo modelo. Com relação a esse último aspecto, é bom lembrar que a emenda constitucional nš 19 extinguiu as empresas de economia mista, remetendo ao Congresso Nacional a elaboração de um novo estatuto para as empresas públicas."
Luiz Cézare Vieira (Florianópolis, SC)

Bienal
"Mais patética que a reação dos artistas à participação dos arquitetos e designers na mostra sobre os 50 anos da Bienal foi a reportagem conduzida pelo repórter na Ilustrada de 30/5 ("Crítica e preconceito", pág. E1). Compartilhando nitidamente da opinião dos artistas, a todo custo o repórter tentou, através de perguntas agressivas, direcionadas e insistentes, fazer com que o arquiteto Carlos Bratke concordasse com o seu ponto de vista. Quanto aos artistas, certamente a dor-de-cotovelo motiva suas críticas. Esnobes, perceberam, frustrados, que não é preciso ter status de "artista" para fazer, até quem sabe bem melhor, a arte que eles fazem."
Paulo de Carvalho (Penápolis, SP)

Biomassa
"Acabei de ler com enorme satisfação o artigo do professor de ciências sociais Gilberto Vasconcellos sobre a energia derivada da biomassa ("A civilização dos hidratos de carbono", Mais!, pág. 11, 27/ 5). A afirmação infeliz de uma televisão dendrofóbica não desmerece em nada suas reflexões, que nos arremete, profissionais das ciências agrárias, a encarar as grandes culturas -não só a cana-de-açúcar- como produtoras de energia. Quem sabe a agricultura passe a ser, de fato, reconhecida pelos governantes como a principal atividade geradora de divisas deste país e, em nome de uma revolução verde, o governo invista nos institutos de pesquisa e em extensão rural."
Dilson Rodrigues Caceres, engenheiro agrônomo (Ribeirão Preto, SP)



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