São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Transplantes
"É impressionante o que acontece neste país. O médico Joaquim Ribeiro Filho, ex-coordenador do Rio Transplante, deveria ser julgado por crime hediondo no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia.
Aqui no Brasil nada vai acontecer com ele, que deverá ser solto pelo STF em poucos dias. Quando a gente pensa que já viu tudo em matéria de roubos e crimes, surge uma história terrível dessas, envolvendo pessoas à beira da morte, se escorando na esperança de um transplante, quando surge um vagabundo de jaleco branco e determina o preço da vida entre os pacientes indefesos: a propina que ganhava de um significava a morte de outro."
WILSON GORDON PARKER (Nova Friburgo, RJ)

Gil
"A manchete da Folha "Gilberto Gil troca governo pela carreira após 5 anos" (31/7) induz o leitor a pensar que o ministro deixou sua carreira de músico para se dedicar exclusivamente ao ministério. Gil sempre alimentou sua carreira, aproveitando para isso inclusive shows do governo e eventos culturais para se autopromover. A parte dura do ministério ficou mesmo com seus assessores. Errou o presidente Lula ao colocar na pasta mais um músico do que um gerenciador e divulgador da cultura do país. Errou também Gil ao aceitar o cargo, sabendo que não poderia conciliar as duas funções. Durante cinco anos, por causa de uma escolha insensata, quem perdeu foi o Brasil."
ANA ROSA BELLODI (Jaboticabal, SP)

Advogados
"Se acreditamos em democracia e em direitos iguais para todos, não pode haver privilégios para ninguém nem para classe alguma! Se minha casa pode ser vistoriada, o escritório de advocacia também pode. Temos de acabar com toda e qualquer forma de atribuir a uma classe regalias diferenciadas. Isso não é correto, nem justo, nem democrático. Essa lei se torna ainda mais lamentável porque beneficiaria justamente a classe que deveria zelar por direitos iguais para todos."
ANTONIO AUGUSTO ALVES MATEUS FILHO (Rio de Janeiro, RJ)

SACs
"As operadoras não precisam de tempo para se adaptar às novas regras, pois o único atendimento demorado é aquele no qual você faz uma reclamação ou cancelamento.
Quando se trata da compra de serviços, o atendimento é imediato, sem musiquinhas ou propagandas."
OSWALDO MACHADO SANTANA (Taubaté, SP)

Passaportes
"Apesar de parecer muito eficiente quando desencadeia mais uma das suas espalhafatosas operações, a Polícia Federal tem enormes deficiências em alguns dos seus serviços mais básicos, como a emissão de passaportes. Para obter um, entrei no site da PF e segui todas as orientações. Quando pensei que a tarefa estava concluída e tentei encaminhar dos dados, tive o acesso repetidamente negado. Telefonei para a PF e fui informado que o site estava congestionado. Continuei tentando durante a madrugada, sempre esbarrando no mesmo problema. Só vejo duas opções: 1) O site é uma porcaria; 2) Há legiões de brasileiros querendo abandonar o "navio"."
JÚLIO FERREIRA (Recife, PE)

Yeda
"Em relação à coluna "O Sul em chamas" (29/7), de Eliane Cantanhêde, as denúncias de corrupção no Detran, todas com datas anteriores a 2007, foram apuradas desde que vieram à tona pela Operação Rodin. A governadora afastou os denunciados e não fez nenhum gesto para impedir as investigações. Ao contrário, instaurou e divulgou o resultado das sindicâncias.
E a compra da casa? Sem conseguir encontrar nem um indício sequer, usam um documento apócrifo para levantar dúvidas a respeito do valor da casa, mesmo depois de o autor do documento dizer que não tinha dinheiro para comprar o imóvel. Aí vão informações omitidas: 1) O vendedor da casa nunca aceitou a proposta a que a Folha se refere; 2) O pretenso comprador não dispunha de dinheiro vivo. Para conseguir os R$ 150 mil que prometia como entrada, precisava vender um carro. Os R$ 200 mil referidos no documento que só ele assina e não foi registrado, nem tem firma reconhecida, dependiam da venda duma casa numa praia do Rio Grande do Sul; 3) A casa que ele oferece com o valor de R$ 600 mil é avaliada em R$ 400 mil pela Prefeitura de Porto Alegre e está hipotecada a um banco, por causa de um saldo de financiamento de R$ 50 mil. A governadora Yeda pagou R$ 550 mil com um cheque pessoal pela venda de patrimônio, economias de toda a vida. O restante do valor, R$ 200 mil, já está depositado e será pago quando forem solucionados dois processos movidos por uma instituição financeira contra anterior proprietário, vendedor do imóvel."
JOABEL PEREIRA, assessor de Imprensa da governadora Yeda Crusius (Porto Alegre, RS)

Fome
"As citações são muito utilizadas no jornalismo. Tipicamente uma citação P tem a seguinte forma: Fulano x afirmou Q. Assim, P é verdadeira se x afirmou Q, e falsa se x não afirmou Q. Logo, a verdade de uma citação independe do valor-verdade de Q. Ao insistir que "Garapa", documentário que fiz sobre famílias que sofrem de desnutrição, será ficção caso cite um enunciado supostamente equivocado do Ibase, Ali Kamel comete erro trivial de lógica.
Em seus comentários sobre a abrangência do Bolsa Família, erra na análise. A capacidade que uma família tem de se nutrir é função de muitas variáveis. Uma forma de estudar fenômenos assim é considerar que todas as variáveis, a exceção da que se quer estudar, estão fixas.
Se considerarmos que a capacidade de nutrição das famílias varia apenas com a sua renda, podemos dizer que, para qualquer família, existe uma renda X acima da qual ela consegue se nutrir minimamente, e abaixo da qual não consegue. O Bolsa Família é um acréscimo BF na renda. Assim, as famílias que recebem o Bolsa Família e estão no intervalo de renda (X, X + BF) se tornarão desnutridas se excluídas do programa. Não se pode determinar quantas famílias estão neste intervalo unicamente a partir do numero de desnutridos no Brasil ou por medidas antropométricas. Comentários sobre a abrangência ótima do Bolsa Família centrados nestes pontos não dão conta do problema nem para modelos simplificados."
JOSÉ PADILHA, cineasta (Rio de Janeiro, RJ)

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