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CLÓVIS ROSSI
Cadê o espetáculo?
SÃO PAULO - O pífio crescimento
da economia no segundo trimestre
é apenas mais um elo na longa cadeia de fracassos de sucessivos governos em levar o país ao "espetáculo do crescimento", promessa do
presidente de turno, outro engodo
de uma longa série.
Pior que o passado parece ser o
futuro.
"Com o resultado divulgado hoje
pelo IBGE para o PIB brasileiro, fica bem distante da realidade a perspectiva de um crescimento entre
4% e 4,5% para este ano. Mesmo
para um crescimento mais modesto, como 3,5%, a evolução do segundo semestre teria de se acelerar para níveis que hoje parecem difíceis
de serem alcançados", escreve, por
exemplo, o IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Quem lançou as análises do IEDI
foi o competente economista Júlio
César Gomes de Almeida, hoje secretário de Política Econômica do
governo federal.
Não dá, pois, para acusar o instituto de ser parte de uma conspiração das elites contra o governo Lula, como gostam de fazer os petistas
sempre que os fatos contrariam
suas versões ou promessas.
Mais sobre o futuro: na semana
passada, o "Estadão" anunciou que
a Sadia estuda a possibilidade de
produzir frango congelado na Índia. A Sadia, como todo mundo sabe, foi presidida, até a eleição de Lula, por um certo Luiz Fernando
Furlan, competente executivo tanto no setor privado como agora no
governo. Furlan é ministro do Desenvolvimento (além de Comércio
Exterior e Indústria).
Que desenvolvimento pode ter
de fato um país que exporta fábricas
e, por extensão, empregos?
Quer mais? A remota China já
tem maior participação no mercado
latino-americano que o vizinho
Brasil (7,8% contra 6,5%).
É esse o espetáculo que o Brasil
oferece: além do engodo e da lama, a
permanente anemia econômica.
crossi@uol.com.br
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