São Paulo, segunda-feira, 01 de outubro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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CPMF
"Não vejo motivo para que alguns berrem tanto contra a CPMF -há outros impostos muito mais onerosos. Pensando bem, a CPMF é um imposto relativamente justo: quem movimenta muito dinheiro paga mais, quem movimenta menos paga menos. Parece-me que todos pagam. Os outros impostos caem de preferência na conta dos trabalhadores. A burguesia e a classe média alta fazem todo o possível para ludibriar o governo e não pagar o devido imposto. Nós, os trabalhadores, não temos escapatória: o imposto já vem descontado na folha de pagamento. Se é para lutar contra os impostos, por que não combater o imposto pago pelos trabalhadores? Quem deveria pagar imposto é a burguesia e a classe média alta. A gritaria contra a CPMF ocorre porque ela incide sobre o dinheiro da burguesia. A vontade dessa classe é não pagar nada, deixar tudo para os trabalhadores pagarem. Esta é a ética possível no regime capitalista."
JOSÉ LOURENÇO CINDRA (Guaratinguetá, SP)

Futebol feminino
"Parabéns às brasileiras pela conquista da medalha de prata na China e à Marta por ser a melhor do mundo. Não, o Brasil não perdeu na competição. Isso porque um esporte que vence o preconceito, a falta de patrocínio e de credibilidade é sempre vitorioso, principalmente quando joga contra times altamente financiados e com longa história na competição. É engraçado que os jornais brasileiros destacaram mais a perda do pênalti do que a conquista dessas meninas -que não recebem milhões por ano em contratos de patrocínio, mas que sabem muito bem o que é jogar de verdade."
LUCIANE LAUFFER (Vancouver, Canadá)

Trabalho escravo
"A reportagem principal da Folha de sábado toca em um ponto triste, porque histórico, do Brasil: o trabalho escravo nas grandes fazendas do país. O Estado do Pará é simbólico: uma imensidão de terra em que o descaso político é contrastado pela esperteza dos fazendeiros. A Folha traz entrevista com o senador pelo PSDB do Pará, Flexa Ribeiro, que criticou a decisão de Ruth Vilela, secretária de Inspeção do Trabalho. Flexa Ribeiro viajou à fazenda Pagrisa, foco da fiscalização do ministério sobre trabalho escravo, em um avião da Pagrisa. Flexa Ribeiro é senador: pode e deve utilizar meios públicos, custeados pelo Senado, para missões deste tipo. Pois preferiu viajar em avião cedido pela empresa que deveria denunciar. Não será possível cobrar do senador imparcialidade para formar juízo de valor. Deve-se ao menos cobrar-lhe os custos da viagem."
JOÃO VICTOR VILLAVERDE (São Paulo, SP)

"Se for comprovada a existência de trabalho escravo em pleno século 21, no Pará, será uma vergonha para o Brasil. Será que há necessidade de se colocar seres humanos em situações degradantes por causa dos lucros? Já não chega a violência que se vê todos os dias por motivos banais? Tomara que não seja verdade. Nosso país precisa de empreendedores que respeitem a dignidade de todos os trabalhadores que carregam este Brasil nas costas."
CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP)

Sesc
"Compartilho plenamente da opinião apresentada por Drauzio Varella no sábado: toda vez que piso numa unidade do Sesc, fico chocado pelo contraste da qualidade oferecida. Vou mais longe: o colunista o comparou com os serviços públicos, já eu incluo na comparação os estabelecimentos particulares. As melhores salas de teatro que já fui são do Sesc. Nos shows, basta ver quantas cartas chegam ao Guia da Folha reclamando de casas particulares e quantas do Sesc, e isso cobrando preços 10 vezes menores."
LEANDRO FIORINI AURICHI (São Paulo, SP)

Hobsbawm
"Cumprimentos à Folha por brindar seus leitores com a entrevista do historiador Eric Hobsbawm neste domingo (30/9). Um brinde à inteligência."
JOÃO GARCIA (São Paulo, SP)

"Exceto por sua indisfarçável simpatia por Hugo Chávez, o historiador Eric Hobsbawm concedeu uma das melhores entrevistas que já li na minha vida. Recomendei-a, inclusive, para minha filha adolescente, que deverá prestar os exames vestibulares no próximo ano."
MARCOS EUSTÁQUIO SOARES (Taguatinga, DF)

Governo Lula
"As cartas dos leitores Gilberto de Camargos Cunha e e José Luiz Bettini, publicadas no domingo, surpreendem pelo grau de desinformação. Um confunde poderes Executivo e Legislativo e critica um certo "Senado sob o governo Lula", sem lembrar que esta é a Casa onde a voz da oposição é mais forte, sendo o seu "bastião". O outro vem com a velha cantilena contra o Bolsa Família, que ele chama de "esmola", e depois afirma que "indústria, comércio e agricultura" caminham para a falência, quando nunca a indústria utilizou tanto da sua capacidade instalada, o comércio apresenta recordes de superávit e a agricultura, de produção! Meu Deus, em que planeta vivem essas pessoas? Será tão difícil assim para um leitor acrítico da "grande imprensa" simplesmente admitir que o operário não está se saindo tão mal quanto eles esperavam? O preconceito cega."
CARLOS ODAS (Santo André, SP)

Deus na escola
"Parabenizo Roseli Fischmann pelo brilhante artigo "Vetar, pela cidadania!" (Opinião, 29/9). Para os protestantes históricos que lutaram no séc. 19 pela separação de religião e Estado, esta lei é um enorme retrocesso. Governador José Serra, deixe a escola pública livre desta lei! Garanta o princípio republicano da laicidade do Estado!"
ROLF SCHÜNEMANN, teólogo luterano (Mauá, SP)

"A discussão sobre o projeto "Deus na escola" denota apenas uma divergência semântica na apresentação da matéria. São convergentes na abordagem e no conteúdo e, na prática, sugerem o desenvolvimento de virtudes morais e de boas ações. Há uma demonstração evidente de que as duas correntes estão dispostas a desenvolver seres humanos na prática do bem. E o bem aqui não designa a busca desenfreada por bens materiais, mas na busca constante da aquisição e aperfeiçoamento dos bens da alma. Não há uma única religião ou mesmo um deus específico que tenha exclusividade sobre a busca pelo aprimoramento e bem humano. A busca do bem é princípio e fim da vida humana, independe das religiões. Mesmo os ateus buscam realizar o bem como princípio ético. Portanto a matéria poderia intitular-se o "Bem na escola", onde o comprometimento dos mestres seria a formação e o desenvolvimento ético e moral de cada cidadão; aperfeiçoando sua individualidade e habilidades para o compartilhamento com outros indivíduos pela responsabilidade em conduzir melhor a vida na sociedade e neste mundo."
ÂNGELA LUIZA S. BONACCI (São Paulo, SP)

"O Estado laico é um traço fundamental da sociedade contemporânea parida pela Revolução Francesa. Se a proposta de "Deus na escola" é transmitir valores éticos, então restaure-se a Educação Moral e Cívica, que não precisa ser o que se tornou sob a ditadura. Temo só em pensar no que professores comprometidos com credos particulares possam fazer sob a chancela desta disciplina, pois já o fazem em qualquer oportunidade na sala de aula."
ELAINE S. BARBOSA (São Paulo, SP)

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