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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Petróleo: um rei todo-poderoso
Por mais que os americanos tentam negar, o que está por trás dessa vontade incontida de atacar o Iraque é o petróleo.
Os números são eloquentes. Os EUA
têm apenas 5% da população do planeta Terra e consomem um terço da
energia do mundo! Suas reservas de
petróleo são apenas 2% do total mundial e caem dia a dia, enquanto o consumo aumenta. A situação é crítica.
As reservas de petróleo tornam-se
cada vez mais concentradas no Oriente Médio, em especial Arábia Saudita,
Iraque, Irã, Kuait e Emirados Árabes.
Sozinhas, elas permitirão aumentar a
oferta mundial de petróleo em 41% até
2020. No âmbito da Opep, a Arábia
Saudita responde por 33% da produção, sendo logo seguida por Iraque
(14%), Irã (13%), Kuait e Emirados
Árabes (12% cada um).
Grandes investimentos estão sendo
feitos no sentido de tornar as máquinas e equipamentos mais econômicos
no uso do petróleo. Inúmeras tecnologias estão disponíveis e poderiam ser
usadas com sucesso para reduzir o
consumo do combustível. A tabela
abaixo indica que, só no campo dos
veículos, tais inovações poderiam diminuir o consumo nos Estados Unidos entre 40% e 65%.
Isso significa dizer que a guerra poderia ser evitada se a inteligência humana fosse colocada a serviço da humanidade, e não dos lobbies que lutam pela manutenção do atrelamento
das economias modernas ao petróleo.
Mas não é só isso. A poupança de
energia poderia ser ampliada de forma colossal, não só com inovações
tecnológicas como, sobretudo, com
mudanças de comportamento no
campo da eletricidade.
Os EUA gastam cerca de 20% da eletricidade que produzem na forma de
iluminação. Nesse campo, os desperdícios são enormes. A maioria dos espaços públicos, inclusive comerciais e
até residenciais, é superiluminada
com lâmpadas incandescentes. Lâmpadas modernas, conjugadas com refletores e outros aparatos, poderiam
economizar até 70% da eletricidade
consumida. É uma enormidade!
Mais do que isso, um melhor controle da iluminação em edifícios que
ficam vazios e solitários durante a noite nas grandes cidades americanas poderia contribuir de forma positiva para reduzir ainda mais o criminoso desperdício.
Os brasileiros deram uma lição ao
mundo quando, no ano de 2001, economizaram energia de forma disciplinada, o que evitou um colapso maior.
Com certeza, George W. Bush, que
preside um povo educado, teria grande sucesso ao promover o uso racional
de energia em seu país, pondo de lado
a voracidade de uma guerra que será
catastrófica para a humanidade.
Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.
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