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VINICIUS TORRES FREIRE
BBB4
SÃO PAULO - Não, não vai se tratar do "Big Brother Brasil 4", mas do
"Brasil vai à Breca com o BC em
2004". A tolice é a mesma, mas os
BBBs são mais inofensivos. Atingem
apenas pornógrafos amadores e gente com mingau no lugar do cérebro.
Vai se tratar do BC, o Banco Central, apêndice do governo que define
a taxa de juros, negocia a dívida, regula o estoque de dólares da União e
fiscaliza muito mal e porcamente
bancos e financistas.
O BC acha que há perigo de inflação. Homessa! Se vier inflação nesse
ambiente de desemprego, salários esfolados há três anos e juros indecentes então o país acabou mesmo, não
há mais dúvida. Que os EUA nos
anexem. Não haveria mais falta de
dólares, 70% dos brasileiros (pobres)
teriam ao menos tantos direitos como as pessoas mais discriminadas
dos EUA (negros) e, ora, viva, não teríamos mais de aturar as chatíssimas
discussões sobre Alca.
Passou o tempo de levar a sério a
algaravia ignorante, a lógica pedestre e o português analfabeto dessa
gente do Banco Central. Havia risco
de inflação no início de 2003? Havia.
Foi preciso tomar medidas duras. Se
os juros baixarem haverá rios de leite
e mel? Não, o país não cresce só à base
de juros baixos. O governo precisa
economizar, fazer superávit fiscal para pagar a dívida? Precisa.
Mas o que essa gente do BC está fazendo, outra vez, é minar o país para
explodi-lo em seguida: deixar o juro
alto, o dólar barato e outras tolices.
O duríssimo corte de gasto público
não basta para pagar os juros do BC.
Falta dinheiro para energia, estrada,
para não falar de água limpa e posto
de saúde. Sem infra-estrutura e mais
igualdade social, o país não tem como crescer de modo duradouro.
Capital externo? O país é ignorado
pelo mundo, pois não cresce: ano passado entrou aqui pouco mais de US$
1 bilhão de investimento estrangeiro
de fato, ninharia perto da China.
Pior, o país parece anestesiado como quase sempre. Não há oposição
afora o indizível PFL, os tucanos (roteiristas do filme-catástrofe) e os "radicais" babaístas e tolos do gênero.
A saída, por favor?
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