São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Brasil camarada
"A reportagem "Governo parcela dívidas em 8.900 séculos" (Brasil, pág. A8, 1º/2) infelizmente não surpreende nem choca, apenas confirma e quantifica o que sabíamos. Faltou apenas esclarecer que a manutenção de empresas fechadas, sem bens ou operações, como "ativas" perante o fisco é um estratagema para continuar enganando o Estado, evitando que a cobrança dos impostos atrasados recaia sobre seus proprietários ou acionistas e, muito pior para eles, sobre o seu patrimônio pessoal, como ocorreria se elas fossem oficialmente declaradas extintas."
Celso Balloti (São Paulo, SP)

Elite no paraíso
"Excelente a reportagem sobre os milionários que desfrutam das ilhas em Angra dos Reis ("Elite brasileira encontra paraíso em Angra dos Reis", Cotidiano, pág. C8, 1º/2), porém é triste observar essa elite financeira brasileira gastar milhões de dólares levando uma vida "maravilhosa" de muito luxo e glamour, tendo somente a hilária preocupação de como será a programação do dia. Isso mostra a vergonhosa discrepância entre as classes sociais do nosso país e até que ponto pode chegar a exclusão, a desigualdade, o egoísmo, o descaso e a avareza."
Daniel Solano (Paulínia, SP)

Fundo Lula
"Cheguei à conclusão de que os países que compõem o G-8 não têm informações sobre as nações pobres ou em desenvolvimento. Pois é impossível aceitar que eles acreditam no que Lula conta. Como pode um presidente que não resolve nem os problemas internos querer dar palpite no exterior sobre a contribuição para acabar com a fome no mundo? Ele deveria dizer também que está usando o dinheiro do contribuinte para fazer caixa, superávit e pagar juros da dívida. Deveria dizer que, para conseguir dinheiro, está contratando 3.000 funcionários sem concurso, para os quais pagará salários que, somados, representam uma despesa R$ 38 milhões a R$ 50 milhões para os cofres públicos."
José Saez Neto (Curitiba, PR)

Planejamento familiar
"A sra. Elza Berquó diz que o país não precisa de planejamento familiar (Entrevista da 2ª, 26/1), pois a taxa de crescimento populacional está declinando. Logo em seguida diz que só temos fecundidade maior nos bolsões de pobreza, mas isso só corresponde a 6,2% do total. Pergunto: será que esta senhora desconhece a realidade da pobreza no Brasil? Será que ela também não percebe que a taxa de mortalidade infantil vem caindo, a ponto de influenciar o declínio da taxa de crescimento? Planejamento familiar, sim, como contrapartida exigida das famílias beneficiadas pelos programas sociais do governo."
Álvaro Alcides Pereira (Itajaí, SC)

Sono remunerado
"Quero parabenizar a Folha pela foto dos ilustres representantes do povo "dormindo em serviço" (Brasil, pág. A6, 29/1) e que agora é criticada pelos "dorminhocos", como mostra a reportagem "Foto de "cochilo" revolta deputados" (Brasil, pág. A6, 30/1). Em vez de o deputado Afonso Gil usar a tribuna para defender projetos em prol do povo, usa-a para chamar a Folha de "impressa marrom", e o deputado Wagner Rubinelli pede providências à Procuradoria da Câmara acusando o ato do jornal de desserviço. A Folha tem mais é que mostrar mesmo para que o eleitor tome conhecimento das coisas ruins que acontecem dentro da Casa. Vai um trabalhador comum dormir no serviço que é demitido por justa causa. A lei não é igual para todos?"
Edésio Cláudio Verduro (Presidente Prudente, SP)

Projeto Rondon
"Merecia um pouco mais de repercussão e apoio a proposta do presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Gustavo Petta, formulada ainda no final do ano passado, no sentido de que seja retomada pelo Ministério da Educação a idéia do antigo Projeto Rondon, instrumento de extensão acadêmica, que, no período entre 1967 e 1989, foi um fator de estímulo à inclusão social de regiões menos desenvolvidas do país. Recorde-se que o Projeto Rondon era baseado na prestação de serviços técnicos e sociais, efetuados por estudantes que se inscreviam em suas unidades de ensino para, durante seu período de férias, serem transportados para regiões remotas onde ficariam em contato direto com as populações carentes, ofertando serviços voluntários inerentes aos cursos que estivessem fazendo. Tenho certeza de que a reativação do Projeto Rondon aplicaria um "choque de realidade" em nossa juventude universitária, acordando-a para as dificuldades em que vive grande parcela da nossa população interiorana."
Júlio Ferreira (Recife, PE)

Polícia
"Em relação à carta do leitor Ruyrillo Pedro de Magalhães, de Campinas, publicada dia 29/1 neste "Painel do Leitor", a Coordenadoria de Imprensa do Governo de São Paulo esclarece que o governo paulista vem realizando pesados investimentos tanto em equipamentos quanto na formação dos policiais. Um investigador em início de carreira ganhava, em janeiro de 1995, R$ 512,15 e hoje ganha R$ 1.220. Um aumento nominal da ordem de 138,21% e real (já descontada a inflação) de 27,86%. O delegado de polícia quinta classe, ou seja, logo que assume a profissão, tem salário de R$ 2.550. O piso salarial da categoria no Estado de São Paulo, de janeiro de 1995 a dezembro de 2002, teve um aumento nominal de 180% e real de 40%. Na PM, o salário inicial (piso) de um soldado primeira classe, a grande maioria da corporação, saltou de R$ 448,91, em janeiro de 1995, para R$ 1.220, em dezembro de 2002, um aumento nominal de 171,77% e real de 45,87%. Considerando como base de cálculo o IPC-FIPE do período entre jan/95 e dez/02 (86,31%). Apesar do período recessivo que atravessamos, a despesa com pessoal do governo do Estado cresceu, em valores nominais, entre 1994 e 2002, 330,4%, ou seja, de R$ 5,5 bilhões para R$ 23,8 bilhões. O crescimento real foi de 130,9%. O governo do Estado reconhece, contudo, que os níveis salariais ainda não são os ideais e, assim que o aumento de arrecadação permitir, pretende promover a recomposição dos ganhos do funcionalismo."
Sircarlos Parra Cruz, coordenador de Imprensa do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)
 

"Tem razão o delegado de polícia Ruyrillo Pedro de Magalhães no que expôs em sua carta publicada neste "Painel do Leitor" dia 29/1. No mês de maio de 2003, em audiência concedida aos presidentes das entidades de classe dos policiais, o secretário da Segurança, Saulo de Castro, afirmou, alto e bom tom, que, se o governo federal baixasse em 1% a taxa Selic, possibilitaria ao governo de São Paulo atender à postulação salarial da polícia. Terminou o ano, a taxa baixou dez pontos percentuais e o governo nem mesmo recebeu os policiais para negociação. Assim fica difícil esboçar uma mudança no quadro atual. Em área de relevância como a da segurança pública, a dignidade da função passa pela questão salarial."
Hermes Bittencourt Cruz, Coronel Res. PM, porta-voz das entidades da Polícia Militar, e Gildete Amaral dos Santos, porta-voz das Entidades da Polícia Civil (São Paulo, SP)



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