São Paulo, quarta-feira, 02 de maio de 2007

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CLÓVIS ROSSI

Meninas, chegou seu turno

PARIS - Não havia exatamente uma multidão, mas o grito de guerra vale o registro: "Mulheres da França, tomemos a última Bastilha". A Bastilha de sempre era a praça com esse nome; a última "bastilha", a Presidência da França, sob assalto pela candidatura da socialista Ségolène Royal.
De minha parte, até pagaria para continuar vivo até 2009 e, mais ainda, para ser escalado para cobrir o encontro de cúpula do G7 de 2009, só para ver eventualmente três mulheres formando quase a metade do grupo.
Uma, a alemã Angela Merkel, já tem lugar garantido no clube como chanceler (ou primeira-ministra).
Royal pode ser a segunda, embora, francamente, pareça ter menos chances do que seu adversário, Nicolas Sarkozy.
Em 2009, de repente Hillary Clinton chega à Casa Branca e, bingo, eis que metade do clube dos poderosos vestirá saias (é modo de dizer, porque a maioria delas prefere mesmo calça comprida).
Não acho, honestamente, que as mulheres-políticas sejam melhores que os homens-políticos. Piores certamente não são. Mas acredito (ou torço, ou espero, sei lá) que sejam de fato capazes de ter um olhar diferente sobre os assuntos mundiais, porque a angústia que acompanha a tal de globalização é coisa para ser tratada pela sensibilidade feminina.
Os homens já demonstraram baixo teor nesse quesito.
O problema é que o clube das luluzinhas poderosas é muito pequenininho, como contabilizou outro dia, em "Le Monde", Anne Chemin: além de Angela Merkel, só há Michelle Bachelet (Chile), Tarja Halonen (Finlândia), Michaëlle Jean (governadora-geral do Canadá), Mary Mc Aleese (Irlanda), Vaira Vike-Freiberga (Letônia), Ellen Johnson Sirleaf (Libéria) e Gloria Arroyo (Filipinas).
Que venham mais, pois. Piorar é que não vai.

crossi@uol.com.br


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