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CLÓVIS ROSSI
Meninas, chegou seu turno
PARIS - Não havia exatamente
uma multidão, mas o grito de guerra vale o registro: "Mulheres da
França, tomemos a última Bastilha". A Bastilha de sempre era a praça com esse nome; a última "bastilha", a Presidência da França, sob
assalto pela candidatura da socialista Ségolène Royal.
De minha parte, até pagaria para
continuar vivo até 2009 e, mais ainda, para ser escalado para cobrir o
encontro de cúpula do G7 de 2009,
só para ver eventualmente três mulheres formando quase a metade do
grupo.
Uma, a alemã Angela Merkel, já
tem lugar garantido no clube como
chanceler (ou primeira-ministra).
Royal pode ser a segunda, embora,
francamente, pareça ter menos
chances do que seu adversário, Nicolas Sarkozy.
Em 2009, de repente Hillary
Clinton chega à Casa Branca e, bingo, eis que metade do clube dos poderosos vestirá saias (é modo de dizer, porque a maioria delas prefere
mesmo calça comprida).
Não acho, honestamente, que as
mulheres-políticas sejam melhores
que os homens-políticos. Piores
certamente não são. Mas acredito
(ou torço, ou espero, sei lá) que sejam de fato capazes de ter um olhar
diferente sobre os assuntos mundiais, porque a angústia que acompanha a tal de globalização é coisa
para ser tratada pela sensibilidade
feminina.
Os homens já demonstraram baixo teor nesse quesito.
O problema é que o clube das luluzinhas poderosas é muito pequenininho, como contabilizou outro
dia, em "Le Monde", Anne Chemin:
além de Angela Merkel, só há Michelle Bachelet (Chile), Tarja Halonen (Finlândia), Michaëlle Jean
(governadora-geral do Canadá),
Mary Mc Aleese (Irlanda), Vaira Vike-Freiberga (Letônia), Ellen
Johnson Sirleaf (Libéria) e Gloria
Arroyo (Filipinas).
Que venham mais, pois. Piorar é
que não vai.
crossi@uol.com.br
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