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PAINEL DO LEITOR
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Investimento
"Em resposta à carta "Novo patamar" ("Painel do Leitor" de ontem),
digo que a promoção do Brasil a
"grau de investimento" é fruto da
competência do governo Lula em
cumprir rigorosamente -via Henrique Meirelles- a "herança terrível" do tucanato.
Ou alguém acha que os novatos
teriam tanta competência assim?"
EDUARDO MUZZOLON (Cascavel, PR)
"Acho que o Brasil deveria pensar
em sua infra-estrutura sucateada
antes de sair por aí comemorando
que seu "investment grade" colocou-nos próximo do Primeiro Mundo.
Afinal de contas, tudo o que estamos oferecendo até agora são lucros financeiros -realistas, artificiais ou oportunistas- de um país
que é realmente um dos futuros celeiros do mundo.
Mas alguém já teve coragem de
levar a Standard & Poor's para conhecer o porto de Santos?"
CARLOS FERREIRA VILLARES (São Paulo, SP)
"Grau de investimento significa
que o Brasil é visto por grandes investidores internacionais como um
baixo risco de calote.
A PEC 12, dos precatórios, foi definida pelo presidente da OAB, Cezar Britto, como a institucionalização do calote público crônico das
dívidas judiciais na própria Constituição. Grau de investimento e PEC
12 são mutuamente excludentes.
Confiemos que os senadores farão a escolha certa, ignorando de
vez o calote defendido por prefeitos
e governadores.
O Brasil mudou para melhor,
e somente os caloteiros não se
conformam."
FLAVIO BRANDO, presidente da Comissão de Precatórios da OAB-SP (São Paulo, SP)
A corda do berimbau
"A observação do coordenador do
curso de medicina da UFBA sobre o
suposto baixo QI dos baianos é estarrecedora, mas típica de certos
administradores públicos.
Em vez de atribuir as deficiências
do curso à sua própria ineficiência
ou a de seus superiores, aos quais
deve seu cargo, culpa a população.
Se considera que seu próprio povo é indigno de sua grandeza, que vá
procurar outro para ensinar."
CARLOS BRISOLA MARCONDES, professor da Universidade Federal de Santa Catarina
(Florianópolis, SC)
"O ministro Gilberto Gil, Caetano
Veloso, João Gilberto, Carlinhos
Brown e outros baianos que
honram o Brasil com inteligência e
criatividade vão deixar barato o
preconceituoso e antológico comentário do senhor Antônio
Dantas?"
ENELSI LUIZA PORTELLA (Ubatuba, SP)
Imprensa
"Considerei excelente o artigo de
ontem de Janio de Freitas ("Imprensa com ou sem lei", Brasil), a
respeito das investidas equivocadas
de alguns que querem tornar a imprensa, mais do que livre, libertina.
São aqueles que pensam erroneamente que a liberdade seja a ausência de limites, que só se aplicam aos
outros que por ventura venham a se
sentir incomodados.
Parabéns à Folha por esse exemplo do bom uso da liberdade de imprensa."
ANTONIO DOMINGUES DE FIGUEIREDO (São Paulo, SP)
Dinheiro público
"O nosso presidente tem dado
inúmeros exemplos de seu descaso
pelo trato ético do dinheiro público,
resultado da nossa exagerada carga
tributária.
Agora foi seu apoio ao governador Cid Gomes, que sucedeu uma
canastra de casos condenáveis:
mensalões, sanguessugas, dossiês,
aloprados, valeriodutos, altos cargos no serviço público a políticos e
sindicalistas sem competência para
ocupá-los, elogios a pessoas que
atacava ferozmente, como Jader,
Sarney, Jucá etc...
E não podemos esquecer que impediu que as finanças dos sindicatos e das centrais fossem fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da
União. Liberou geral.
Há dinheiro público para ser desperdiçado, mas não para os aposentados, para a infra-estrutura, a saúde, a educação etc.
Mesmo assim o gasto corrente federal aumenta sempre mais do que
o PIB."
MÁRIO ALVES DENTE (São Paulo, SP)
Indenizações
"Paguem muito, sempre será
muito pouco", escreveu ontem o senhor Orlando Gomes, neste "Painel
do Leitor", sobre as indenizações às
vítimas da ditadura.
Eu pergunto: qual é o sujeito dessa frase? Ou, simplificando, para
quem vai a fatura? Para o povo, incluindo os sem-terra, sem-teto,
sem comida, sem saúde, sem educação e sem voz para reclamar dos bilhões pleiteados em ações indenizatórias que não param de aumentar.
E teríamos que indenizar também os ex-escravos africanos, os índios, as vítimas de bala perdida, de
falta de socorro médico etc. E,
quem sabe, criar um novo imposto
no Brasil para este fim?
Com meu grande respeito às vítimas da ditadura e ao senhor Orlando, não é só pelo volume de dinheiro que a referida conta será definitivamente saldada, mas também pelo
reconhecimento dos nossos agentes históricos e pela conscientização política do nosso povo, o que era
mais importante no discurso dos
heróis dos tempos passados."
VIRGÍNIA GONÇALVES (Londrina, PR)
"A leitora Maria Cecília de Godoy
acusou, no "Painel do Leitor" de ontem, o companheiro Ivan Seixas de
mercenário por haver, segundo ela,
lutado pelo povo e depois "mandado
a fatura".
Ora, ele estava com 16 anos quando lutou pelo povo, foi torturado ao
extremo e teve seu pai assassinado
pela repressão, além de ter permanecido preso durante vários anos ao
arrepio da lei, já que era inimputável ao ser detido.
E até hoje padece de uma lesão
remanescente das torturas."
CELSO LUNGARETTI, jornalista, escritor e ex-preso
político anistiado pelo Ministério da Justiça
(São Paulo, SP)
Saúde
"O governo gosta muito de ditar
obrigações para os planos de saúde,
porta de escape do cidadão brasileiro, que não tem atendimento que
preste na rede pública.
Pergunto: por que não reajustar a
tabela do SUS com a periodicidade
e o índice dos planos de saúde?"
MARIA ELOISA DO NASCIMENTO (Jacareí, SP)
Isabella
"Acredito que o "caso Isabella" deva, sim, ser publicado na Primeira
Página da Folha (ao contrário da
opinião do novo ombudsman) e
amplamente detalhado nas demais
páginas por ser este o veículo que
temos para obter informações seguras, e não sensacionalistas.
Peço que o jornal não perca o foco e ajude a polícia e a sociedade a
evitarem que esse caso termine em
pizza.
Se o fato de atirar uma criança
pela janela (especialmente quando
o pai é o principal suspeito) não
tem a adequada investigação e punição, este país não pode ser considerado sério e este momento não
pode ser considerado mágico, como
disse o nosso presidente."
VIVIANE SANTUARI PARISOTTO MARINO, médica,
professora da UFMG (Belo Horizonte, MG)
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