São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Investimento
"Em resposta à carta "Novo patamar" ("Painel do Leitor" de ontem), digo que a promoção do Brasil a "grau de investimento" é fruto da competência do governo Lula em cumprir rigorosamente -via Henrique Meirelles- a "herança terrível" do tucanato. Ou alguém acha que os novatos teriam tanta competência assim?"
EDUARDO MUZZOLON (Cascavel, PR)

"Acho que o Brasil deveria pensar em sua infra-estrutura sucateada antes de sair por aí comemorando que seu "investment grade" colocou-nos próximo do Primeiro Mundo.
Afinal de contas, tudo o que estamos oferecendo até agora são lucros financeiros -realistas, artificiais ou oportunistas- de um país que é realmente um dos futuros celeiros do mundo.
Mas alguém já teve coragem de levar a Standard & Poor's para conhecer o porto de Santos?"
CARLOS FERREIRA VILLARES (São Paulo, SP)

"Grau de investimento significa que o Brasil é visto por grandes investidores internacionais como um baixo risco de calote.
A PEC 12, dos precatórios, foi definida pelo presidente da OAB, Cezar Britto, como a institucionalização do calote público crônico das dívidas judiciais na própria Constituição. Grau de investimento e PEC 12 são mutuamente excludentes.
Confiemos que os senadores farão a escolha certa, ignorando de vez o calote defendido por prefeitos e governadores.
O Brasil mudou para melhor, e somente os caloteiros não se conformam."
FLAVIO BRANDO, presidente da Comissão de Precatórios da OAB-SP (São Paulo, SP)

A corda do berimbau
"A observação do coordenador do curso de medicina da UFBA sobre o suposto baixo QI dos baianos é estarrecedora, mas típica de certos administradores públicos.
Em vez de atribuir as deficiências do curso à sua própria ineficiência ou a de seus superiores, aos quais deve seu cargo, culpa a população.
Se considera que seu próprio povo é indigno de sua grandeza, que vá procurar outro para ensinar."
CARLOS BRISOLA MARCONDES, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, SC)

"O ministro Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Gilberto, Carlinhos Brown e outros baianos que honram o Brasil com inteligência e criatividade vão deixar barato o preconceituoso e antológico comentário do senhor Antônio Dantas?"
ENELSI LUIZA PORTELLA (Ubatuba, SP)

Imprensa
"Considerei excelente o artigo de ontem de Janio de Freitas ("Imprensa com ou sem lei", Brasil), a respeito das investidas equivocadas de alguns que querem tornar a imprensa, mais do que livre, libertina.
São aqueles que pensam erroneamente que a liberdade seja a ausência de limites, que só se aplicam aos outros que por ventura venham a se sentir incomodados.
Parabéns à Folha por esse exemplo do bom uso da liberdade de imprensa."
ANTONIO DOMINGUES DE FIGUEIREDO (São Paulo, SP)

Dinheiro público
"O nosso presidente tem dado inúmeros exemplos de seu descaso pelo trato ético do dinheiro público, resultado da nossa exagerada carga tributária.
Agora foi seu apoio ao governador Cid Gomes, que sucedeu uma canastra de casos condenáveis: mensalões, sanguessugas, dossiês, aloprados, valeriodutos, altos cargos no serviço público a políticos e sindicalistas sem competência para ocupá-los, elogios a pessoas que atacava ferozmente, como Jader, Sarney, Jucá etc...
E não podemos esquecer que impediu que as finanças dos sindicatos e das centrais fossem fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União. Liberou geral.
Há dinheiro público para ser desperdiçado, mas não para os aposentados, para a infra-estrutura, a saúde, a educação etc.
Mesmo assim o gasto corrente federal aumenta sempre mais do que o PIB."
MÁRIO ALVES DENTE (São Paulo, SP)

Indenizações
"Paguem muito, sempre será muito pouco", escreveu ontem o senhor Orlando Gomes, neste "Painel do Leitor", sobre as indenizações às vítimas da ditadura.
Eu pergunto: qual é o sujeito dessa frase? Ou, simplificando, para quem vai a fatura? Para o povo, incluindo os sem-terra, sem-teto, sem comida, sem saúde, sem educação e sem voz para reclamar dos bilhões pleiteados em ações indenizatórias que não param de aumentar.
E teríamos que indenizar também os ex-escravos africanos, os índios, as vítimas de bala perdida, de falta de socorro médico etc. E, quem sabe, criar um novo imposto no Brasil para este fim?
Com meu grande respeito às vítimas da ditadura e ao senhor Orlando, não é só pelo volume de dinheiro que a referida conta será definitivamente saldada, mas também pelo reconhecimento dos nossos agentes históricos e pela conscientização política do nosso povo, o que era mais importante no discurso dos heróis dos tempos passados."
VIRGÍNIA GONÇALVES (Londrina, PR)

"A leitora Maria Cecília de Godoy acusou, no "Painel do Leitor" de ontem, o companheiro Ivan Seixas de mercenário por haver, segundo ela, lutado pelo povo e depois "mandado a fatura".
Ora, ele estava com 16 anos quando lutou pelo povo, foi torturado ao extremo e teve seu pai assassinado pela repressão, além de ter permanecido preso durante vários anos ao arrepio da lei, já que era inimputável ao ser detido.
E até hoje padece de uma lesão remanescente das torturas."
CELSO LUNGARETTI, jornalista, escritor e ex-preso político anistiado pelo Ministério da Justiça (São Paulo, SP)

Saúde
"O governo gosta muito de ditar obrigações para os planos de saúde, porta de escape do cidadão brasileiro, que não tem atendimento que preste na rede pública.
Pergunto: por que não reajustar a tabela do SUS com a periodicidade e o índice dos planos de saúde?"
MARIA ELOISA DO NASCIMENTO (Jacareí, SP)

Isabella
"Acredito que o "caso Isabella" deva, sim, ser publicado na Primeira Página da Folha (ao contrário da opinião do novo ombudsman) e amplamente detalhado nas demais páginas por ser este o veículo que temos para obter informações seguras, e não sensacionalistas.
Peço que o jornal não perca o foco e ajude a polícia e a sociedade a evitarem que esse caso termine em pizza.
Se o fato de atirar uma criança pela janela (especialmente quando o pai é o principal suspeito) não tem a adequada investigação e punição, este país não pode ser considerado sério e este momento não pode ser considerado mágico, como disse o nosso presidente."
VIVIANE SANTUARI PARISOTTO MARINO, médica, professora da UFMG (Belo Horizonte, MG)

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