São Paulo, terça-feira, 02 de julho de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Direitos humanos e combate à tortura
MARCO MACIEL
Com base nessas sugestões, o governo federal preparou uma inédita campanha nacional contra a tortura, veiculada por spots publicitários na televisão, no rádio e nos jornais. Como presidente em exercício, lancei-a no dia 30 de outubro de 2001. Na ocasião foi, também, inaugurada a central nacional de SOS Tortura, que oferece um canal eficiente para o registro e o acompanhamento de denúncias de tortura em todo o país. Para que a campanha contra a tortura tenha êxito, faz-se necessária a adesão de todas as unidades da Federação, de suas instituições no âmbito dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e do Ministério Público. Os órgãos e instituições do Estado devem, em seu conjunto, esmerar-se ao máximo para que a Lei da Tortura seja aplicada em todo o território nacional. Como bem destacou o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ministro Nilson Naves, durante recente solenidade de adesão do Brasil ao Dia Mundial de Combate à Tortura, "o sofrimento humano não é espetáculo; justiça não é vingança; policial não é carrasco". E, portanto, enfatiza o ministro que, "ao agirem fora da lei, sobre os criminosos recaia o castigo por seus crimes, após o devido processo legal". Os esforços em andamento sinalizam a construção de um consenso na sociedade brasileira sobre a gravidade da prática da tortura no país e a necessidade de ações conjuntas para a superação desse quadro no mais curto prazo. É por meio delas e com o êxito dessa campanha que realizaremos o "sonho intenso" de que fala o hino nacional, de construir uma nação não só democrática e desenvolvida, mas igualmente pacífica e, sobretudo, justa. Marco Maciel, 61, é vice-presidente da República. Foi governador do Estado de Pernambuco (1972-82), senador pelo PFL-PE (1982-94) e ministro da Educação (governo Sarney). Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Paulo Thiago: Cultura fora da agenda política Índice |
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