São Paulo, terça-feira, 02 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Chico Xavier
"Anteontem, aos 92 anos, morreu Chico Xavier. Com sua vida, ele nos deu um exemplo de bondade, de solidariedade e de amor ao próximo. Eleito o mineiro do século pelo povo de Minas e concorrente ao Prêmio Nobel da Paz, vivia de maneira simples e desapegada dos bens materiais. Reverteu todo o lucro da venda dos mais de 400 livros que escreveu para instituições de caridade. Demonstrou, por meio de ações, não apenas de palavras, o caminho da doação em contraponto ao da acumulação, o cooperativismo em lugar da competitividade. Deixa-nos em um dia especial para a nação, quando todas as atenções estavam voltadas para a vitória do penta. Morreu como sempre viveu. De maneira discreta e silenciosa, sem fazer alarde nem chamar a atenção para a sua grandiosa obra."
Etienne Janiake Bartulihe (São Paulo, SP)

"Poderia ter vivido na abundância, cercado de pompa e de poder, mas recusou tudo isso. Foi perseguido. Pregou e praticou verdadeiramente a bondade. Semeou esperança, caridade e fé. Chico Xavier viveu o Evangelho como raros no seu tempo."
Mario Teixeira Filho (São Paulo, SP)

"A Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas manifesta o seu respeitoso reconhecimento a Francisco Cândido Xavier, médium espírita que desencarnou na noite de anteontem. Com a compreensão que a doutrina dos espíritos propõe ao descrever a morte física não como perda, mas como um passamento do espírito desencarnado para o polissistema espiritual, o momento é de reflexão e de prece. A obra de Chico Xavier ocupa um lugar de destaque na história do espiritismo. A partir de agora, os espíritas têm mais essa motivação para prosseguir a sua busca de autoconhecimento e a sua evolução espiritual: a homenagem ao homem que fez de sua vida o exercício da humildade, da simplicidade, da caridade e do amor fraterno."
Maury Rodrigues da Cruz, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas (Curitiba, PR)

Titanic
"Lula, ao dizer que "quem está no comando do Titanic é FHC. Ele que pare de ir às festas de elite", mostra o velho Lula de sempre -sem o marqueteiro de plantão controlando o candidato. Revela outrossim que muda o discurso eleitoreiro, mas não muda o antigo ranço petista com sabor de esquerda empedernida e vingativa, muito perigoso para a continuidade da democracia e para a estabilização do mercado."
Atilio A. Zonta (Blumenau, SC)

"Se a Polícia Federal está há mais de um ano vasculhando a vida de Lula e até agora não encontrou nenhuma "bomba" para destruí-lo politicamente, das duas, uma: ou ela é de uma incompetência inacreditável, ou nos dá uma prova cabal de que Lula é uma pessoa absolutamente íntegra. No caso de a segunda hipótese ser verdadeira, a PF nos deve a divulgação de um atestado de idoneidade de Lula. Do contrário, vai ficar a primeira impressão."
José Paulo Ferrer (São Paulo, SP)

Copa e eleição
"Espero que toda essa euforia e patriotismo que estamos demonstrando se estenda até as eleições. Seria muito importante se votássemos com esse mesmo sentimento patriótico. Seria muito importante que o orgulho e a paixão de ser brasileiro estivessem presentes não apenas na hora de torcer pelo futebol mas também na hora de decidir quem estará no comando do país na próxima Copa."
Celi Menino (Diadema, SP)

"Não é muita cara-de-pau a Rede Globo vangloriar-se de ter obtido 96% de audiência durante os jogos da seleção (já que a emissora monopolizou toda a transmissão da Copa)? O pior é que essa "malandragem" provavelmente vai ocorrer em 2006 e seremos obrigados a ouvir o intragável Galvão Bueno novamente. Haja coração!"
Thiago Crivellaro Motta Netto (São Paulo, SP)

"O presidente Fernando Henrique foi corretíssimo ao não decretar feriado ontem, dia seguinte à conquista do pentacampeonato da Copa do Mundo. É hora de o brasileiro voltar à rotina. Chega de Copa! Precisamos voltar à fila do desemprego. Precisamos encarar a possibilidade de o dólar bater os R$ 3. Precisamos voltar à nossa santa violência de todo dia e enfrentar a falta de saúde, de moradia e de educação, problemas cuja solução tanto nos é prometida a cada campanha eleitoral. Não podemos nos dar ao luxo de ficar curtindo um sabor bem brasileiro, pois na matriz não é feriado e os investidores estrangeiros, como bons especuladores que são, não podem perder uma chance de sugar o nosso frágil mercado."
Luzia Lobato (Belo Horizonte, MG)

Suplente
"Gostaria de esclarecer a informação dada pela seção "Painel" de que o suplente da ex-governadora Roseana Sarney seria seu irmão. A informação não procede. O suplente escolhido em convenção é o atual senador Bello Parga. Não estão escolhidos os nomes para vice-governador e para suplente do senador Edison Lobão."
José Sarney Filho, deputado federal e presidente do diretório regional do Partido da Frente Liberal (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" - A primeira composição da chapa previa que Fernando Sarney fosse o suplente da chapa de sua irmã, Roseana. A mudança foi oficializada apenas após a publicação da nota.

Ioga
"Como presidente da Federação de Yôga do Estado de Minas Gerais, agradeço a atenção com que fomos brindados pela publicação da reportagem "Regulamentação cria cisão entre seguidores" (Cotidiano, pág. C10, 30/6). Mas não posso deixar de manifestar a indignação dos profissionais que represento neste Estado. Nossa categoria está plenamente unida -99,99% dos instrutores de ioga estão a favor da regulamentação profissional. Portanto não há "cisão". O que existe é uma ínfima minoria de pessoas com interesses escusos, cuja função é cumprir o papel de criar barulho e desordem. Infelizmente, foram essas pessoas que o jornalista da Folha mais escutou. A regulamentação do profissional de ioga visa à proteção dos instrutores de todas as linhas sem discriminação. É um anseio de todos os profissionais sérios que querem sair da clandestinidade e ser ainda mais respeitados pela sociedade."
Sérgio L. H. Santos, presidente da Federação de Yôga do Estado de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

"A cisão raivosa entre grupos, citada na reportagem "Regulamentação cria cisão entre seguidores", ocorre apenas entre os dois grupos citados no texto. Um desses pequenos grupos é ligado a uma empresa americana cujos interesses não encontram espaço no país. O outro grupo, também pequeno, é liderado pelo proprietário de uma franquia que nem mesmo tem acesso ao grupo de professores do país inteiro -que forma o colegiado brasileiro, representado em quase 20 Estados e que, realmente, está "capitaneando" os rumos do projeto de lei que trata da ioga."
Claudio Duarte, presidente da Associação Brasileira de Yoga (São Paulo, SP)



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