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CRESCIMENTO E CAUTELA
As vendas da indústria de
transformação do Estado de
São Paulo cresceram 4,9% em maio
em comparação com o mês de abril,
segundo dados divulgados pela
Fiesp (Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo). No cotejo com
igual mês de 2003, quando o setor
passava por um quadro recessivo, o
aumento foi de 25,7%. De janeiro a
maio, as vendas da indústria paulista
subiram 20,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
O levantamento mostra também
que houve elevação de 0,9% do total
de salários reais em relação a abril e
de 9% na comparação com maio de
2003. Já o salário real médio teve leve
aumento, de 0,4%, de abril para
maio e de 7% na comparação com o
mesmo mês de 2003.
Os números demonstram que a recuperação econômica verificada no
primeiro trimestre continua em curso, o que reforça a previsão de crescimento do PIB em torno de 3,5% para
este ano. Constatar o reaquecimento
econômico não implica, no entanto,
alimentar ilusões a respeito das características desse processo. Os dados relativos ao desempenho da economia que vêm sendo divulgados
devem ser observados com a necessária precaução, devido à fraca base
de comparação do ano de 2003.
Até aqui, assiste-se a uma recuperação econômica cíclica, que se segue a um período de recessão. Para
que esse movimento de reaquecimento da atividade venha a se transformar numa trajetória contínua e
robusta de expansão do PIB ainda há
desafios importantes a vencer.
A área econômica do governo vem
emitindo sinais de que agora o fundamental é cumprir a chamada
agenda microeconômica, ou seja,
avançar em questões como regras e
garantias para os investimentos, de
modo a estimular a ampliação da infra-estrutura e da capacidade produtiva. Não há dúvida de que essa agenda é de grande interesse para o país,
mas ela não pode servir para ocultar
a permanência de alguns graves problemas de ordem macroeconômica.
O elevado endividamento público,
a pesada carga tributária, a vulnerabilidade externa e cambial, além dos
altos juros, são fatores que ainda permanecem em cena, alimentando incertezas quanto à qualidade e a capacidade de sustentação do crescimento econômico no país.
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