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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
O Brasil e a agricultura
ROBERTO RODRIGUES votou
em José Serra para presidente da República. Apesar disso,
o presidente Lula convidou-o para
o Ministério da Agricultura, reconhecendo nele um técnico de alta
competência e um cidadão filiado
ao PB, o Partido do Brasil.
O trabalho do ministro à frente
da pasta da Agricultura foi imenso,
usando tudo o que aprendeu na sua
longa carreira de produtor rural, líder cooperativista e professor universitário. Ele, que já gozava de
ampla reputação internacional,
alargou ainda mais seu prestígio ao
alcançar grandes conquistas para o
Brasil na OMC e em outros fóruns
internacionais, onde lutou permanentemente contra o deslavado
protecionismo dos países ricos.
Isso era essencial. Afinal, a agropecuária é um setor estratégico para o desenvolvimento do nosso
país, e os avanços tecnológicos e os
ganhos de produtividade conquistados nos últimos anos são reconhecidos por todos.
Ao lado de sua competência técnica, Roberto Rodrigues defendeu
com veemência o mais fundamental dos princípios democráticos: o
direito de propriedade. Ele sabe
muito bem que, quando o produtor
perde a segurança na sua fazenda,
começa aí o fim da produção e do
progresso.
Rodrigues foi um homem de diálogo. Com os produtores, procurou
recolher suas reivindicações e explicar as limitações do governo. No
estouro da febre aftosa, foi o primeiro a mobilizar os parcos recursos do ministério para evitar o alastramento da doença.
Roberto sempre foi um homem
animado. Conheço-o há muitos
anos. O entusiasmo é a marca de
sua ação e a criatividade é o guia de
suas propostas. Foi o único ministro que realizou um plano de longo
prazo, com metas e recursos definidos para saber o que será da agricultura brasileira daqui a 5, 10, 15 e
20 anos.
Penso que o governo Lula perdeu um dos seus melhores quadros. Mas, com a altivez que lhe é
peculiar, Rodrigues não se queixou
de nada. Simplesmente considerou
sua missão cumprida, sabendo que
dali em diante nada mais podia fazer. Mas deixou grandes exemplos
de conduta ética, retidão e patriotismo que, certamente, serão registrados pela história.
Roberto Rodrigues tem muito a
contribuir ao país. É moço. Inteligente. Inovador. E, sobretudo, um
líder respeitado. Muitas tarefas o
esperam para o bem do Brasil e o
desenvolvimento da agricultura.
Por ora, caro Roberto, aceite meu
abraço e minha solidariedade e
desfrute a tranqüilidade que você
tanto merece.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos
domingos nesta coluna.
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