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Editoriais
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Valorizar o professor
O CNE (Conselho Nacional
de Educação) aprovou um
programa de incentivo a
mudanças no ensino médio elaborado pelo Ministério da Educação. A pasta abandona a intenção de acabar com a divisão entre
disciplinas, mas estimula escolas
a "flexibilizar" seus currículos.
O programa final se ateve a
medidas mais concretas, como a
proposta de ampliação da carga
horária de 2.400 horas nos três
anos para 3.000. Para alunos do
turno da noite, a modificação implica um curso mais longo. Sem
que as escolas consigam manter
os estudantes em sala de aula,
porém, a medida será inócua.
Na tentativa de tornar o ensino
médio mais atraente, o ministério incluiu no programa a possibilidade de eleger cerca de cem
escolas que tiverem feito modificações curriculares e dar-lhes
verba extra. O bônus do MEC,
contudo, continua escapando
aos problemas mais graves da
educação de jovens no Brasil: a
desorientação de professores e
diretores para ministrar o conteúdo mais básico aos alunos.
Minadas por indisciplina, desinteresse e despreparo, as instituições de ensino médio, em especial as públicas, se tornaram o
retrato de problemas que se acumulam por toda a vida escolar
brasileira, desde a pré-escola.
A boa notícia é a abertura neste
ano de inscrições para 54 mil vagas de professor da rede pública
em universidades federais e estaduais. A ideia é dar formação a
docentes sem títulos e atingir
330 mil pessoas até 2011. O programa, que deve consumir R$ 1,9
bilhão até 2012 em repasses às
instituições, abarca 21 Estados.
Na situação lastimável em que
a educação se encontra, a formação dos professores e a valorização de sua carreira será mais determinante para o correto andamento do ensino médio do que
experimentalismos curriculares.
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