São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Gato e rato
"Nessa discussão sobre a competência do Ministério Público para investigar crimes, lembrei-me de um pensamento de Deng Xiaoping: "Não importa se o gato é branco ou preto, o que importa é que cace o rato"."
Israel Jaques Wainer (Brasília, DF)

Comparações
"É muito triste ver um jornal com a importância da Folha publicar, na sua segunda página, um artigo tão malicioso e infeliz como o de Fernando de Barros e Silva em 31/8 ('Foi o PT que fez'). Por mais que se possa discutir o "neo-PT", comparar a figura de Marta com a de Maluf, tomando por base conceitual slogans publicitários, é, além de mau jornalismo, piada de profundo mau gosto. Coloca o eleitor como uma marionete manipulada pelos marqueteiros, trata o leitor como imbecil ao comparar a maquete do Fura-Fila com a do CEU Saúde e abusa da ironia (cabe ironia no jornalismo?) quando coloca a frase "Marta "rouba" os pontos de Maluf", querendo criar uma associação com o bordão "rouba mas faz". E depois são contra a criação do CFJ."
Thiago Dottori (São Paulo, SP)

Ética camaleônica
"Com a palavra o MP ou sei lá a quem caiba fiscalizar essa "folga" da Prefeitura de São Paulo, que está passando por cima das leis de licitação como se o mundo agora fosse do PT ("Obra de escola de latinha será investigada", Cotidiano, 1º/9). No Planalto, estão todos tão imbuídos de tal poder que tudo parece valer -para as leis até um outro olhar é possível. O PT descobriu a pólvora e esquece que tem o dever de dar satisfações para os brasileiros sobre suas atitudes. Ou será que agora a ética mudou de cor?"
Leila E. Leitão (São Paulo, SP)

Sem mordaça
"O Premio Nuevo Periodismo Cemex-FNPI 2004, homenageando Clóvis Rossi pelo conjunto da obra, é motivo de orgulho para todos nós. O trabalho desse jornalista, assim como o de alguns outros que honram a profissão, é uma resposta à mordaça que tentam colocar na imprensa independente e responsável."
Flávia de Castro Lima (São Carlos, SP)

Inativos
"Os votos dos ministros Marco Aurélio de Mello, Celso de Mello, Helen Gracie Northfleet e Carlos Ayres Britto na decisão do STF que castigou os aposentados são marco histórico da independência daquela suprema corte de justiça ("Governo obtém vitória parcial no STF para tributar inativos", Brasil, 19/8). Os freqüentes arreganhos de violência perpetrados contra a lei e o direito pelos sucessivos governantes do Brasil desde a República Velha até hoje encontraram nestes quatro votos dissidentes derrotados o símbolo da resistência estóica à vontade dos donos do poder. O poder, é claro, num país subdesenvolvido como o nosso, pode tudo. Como lembrou em seu voto o ministro Marco Aurélio, o Estado tem obrigação de custear os aposentados e não há regra moralmente aceita ou socialmente digna que desobrigue o Estado de honrar esse compromisso. Lembrou ainda a ministra Helen Gracie que o dispositivo de reforma da Previdência violou cláusulas pétreas da Constituição. O ministro Carlos Ayres Britto lembra que não é possível o governo instituir uma contribuição sem oferecer um novo benefício em troca. O ministro Celso Mello, com muita proficiência, recordou a seus pares que o Congresso Nacional não tem o condão de destruir o texto constitucional. Magníficos votos, redentores da integridade e da independência do Judiciário no Brasil."
Edson Khair (Rio de Janeiro, RJ)

Erros
"Achei que deveria dar a minha opinião sobre dois episódios simples que chamaram a atenção de milhares de brasileiros. Destaque para a atleta Daiane dos Santos, na singela e digna confissão do erro, simplesmente tendo a coragem de dizer: "Errei". E o Vanderlei Cordeiro? Qualquer pessoa ficaria revoltada. Ele, com simplicidade e humildade, desculpou a pessoa que, naquele gesto louco, lhe tirou a oportunidade, talvez única, da medalha de ouro. Grandes gestos de pessoas comuns que deveriam servir de exemplo a muita gente. Eu votaria, sem pestanejar, no político que tivesse a coragem de confessar que errou algumas vezes."
Maria Aparecida Marques (Jaú, SP)

Música
"O pesquisador José Ramos Tinhorão ("Era uma vez uma canção", Mais!, 29/8) disse que não é exagero chamar Caetano Veloso de "semi-analfabeto". No entanto Caetano escreveu um belíssimo livro sobre o tropicalismo, chamado "Verdade Tropical". Parece-me que Tinhorão guarda muitos ressentimentos. Talvez por isso sua enorme inteligência e seu grande trabalho como pesquisador fiquem ofuscados."
Maurício Lemos Ferreira dos Santos (São Paulo, SP)

Educação
"Parabenizamos a Folha pelo editorial "Sucateamento público" (Opinião, pág. A2, 9/8), que apresenta de forma clara a escassez de recursos nas instituições federais de ensino profissional e superior. Não obstante as dificuldades enfrentadas nos últimos anos, os Cefets (antigas escolas técnicas federais) têm mantido sua tradição de 94 anos de educação pública de qualidade por meio de seus cursos de qualificação, técnicos, superiores de tecnologia, de engenharia e de pós-graduação. Ressaltamos que, nos últimos seis anos, os Cefets apresentaram um crescimento significativo de vagas para os cursos superiores de tecnologia como conseqüência de um modelo de gestão ágil e flexível que se tornou paradigma para a reforma da universidade. Esse fato torna-se ainda mais relevante no momento em que está em andamento a discussão sobre a reforma da educação superior na universidade."
Garabed Kenchian, diretor-geral do Cefet-SP -Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo (São Paulo, SP)

Amigo
"Paulo Maluf se considera um amigo do publicitário Duda Mendonça, por quem tem muito apreço, e jamais disse sobre ele a frase que lhe é atribuída em uma das notas da seção "Painel" (Brasil, pág. A4) de 31/8."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Renata Lo Prete, editora do "Painel" - Pelo menos duas pessoas ouviram Paulo Maluf afirmar que seu ex-marqueteiro Duda Mendonça "gosta muito daquilo que os fenícios inventaram".


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