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INVESTIMENTO BAIXO
A taxa de investimento da economia brasileira caiu para
17,88% do Produto Interno Bruto
(PIB) no segundo trimestre de 2003
de acordo com o IBGE. Trata-se do
pior resultado desde os primeiros
três meses de 1993. Analistas estimam que o país necessitaria de uma
taxa de investimento entre 25% e
26% do PIB para poder crescer entre
4% e 5% ao ano.
É verdade que alguns setores ligados às exportações, como o siderúrgico e o de papel e celulose, que estão
operando com muito pouca capacidade produtiva ociosa, já emitem sinais de expansão dos investimentos.
Porém a recuperação gradual da demanda, mediante a expansão do crédito, não deverá impulsionar os investimentos nos setores direcionados ao mercado interno, uma vez
que estão com elevada capacidade
ociosa. Isso significa que a taxa de investimento da economia brasileira
poderá permanecer por mais tempo
em patamar baixo, como tem ocorrido nos últimos sete anos.
A ruptura desse padrão parece exigir mecanismos indutores e de coordenação dos investimentos privados
e públicos. É necessário reduzir as
incertezas regulatórias e reorganizar
as condições de financiamento. Devem, também, ser estimuladas as
parcerias com o setor privado, atualmente em debate no governo, que
poderiam mobilizar o mercado de
capitais e o sistema bancário para investir em projetos.
A situação do país sugere que os setores de infra-estrutura e de exportação deveriam ser os escolhidos para
impulsionar a expansão. Investir em
energia e transporte será indispensável para evitar futuros e previsíveis
gargalos. As exportações são relevantes para reduzir a vulnerabilidade
das contas externas. Em ambos os
casos, porém, os investimentos requeridos são vultosos, têm risco elevado e prazo de retorno dilatado.
Essas dificuldades apenas acentuam o desafio que o atual governo
tem pela frente. Se não souber vencê-lo, o preço a pagar será prosseguir
numa trajetória de crescimento baixo
e descontínuo.
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