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POLICIAIS CLANDESTINOS
Há poucas atitudes mais suspeitas do que a do policial que
não quer identificar-se. Diante disso,
é extremamente preocupante a notícia de que vários veículos das Polícias
Civil e Militar de São Paulo têm problemas de identificação em suas placas. As irregularidades são de vários
tipos e incluem desde a ausência de
uma ou das duas chapas até letras e
algarismos apagados.
Em alguns casos, tinta foi utilizada
para proceder à adulteração, o que
elimina quaisquer dúvidas em relação às intenções dos envolvidos. Podem-se imaginar muitas coisas que
alguém que tenha poderes de polícia
e não seja identificável possa fazer,
mas nenhuma delas é abonadora.
Igualmente inquietante é a declaração do secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo Castro de
Abreu Filho, de que o problema já
havia sido diagnosticado. Ora, se a
fraude já era conhecida antes, como
explicar que carros continuem circulando com irregularidades?
Como bem afirmou o governador
Geraldo Alckmin, a atitude dos policiais que adulteram placas é inadmissível: "Um carro público tem que
estar identificado como qualquer outro carro. Não se pode admitir que alguém que tem de zelar pelo cumprimento da lei a desrespeite".
E o não-cumprimento da norma
dificulta o trabalho das autoridades
encarregadas de fazer o controle das
polícias. Segundo o ouvidor do Estado, Itajiba Farias Ferreira Cravo, várias investigações relativas a abusos
cometidos por policiais são prejudicadas por problemas na identificação dos veículos.
É urgente, portanto, que a cúpula
da polícia paulista cumpra sua promessa de resolver o quanto antes esse angustiante problema.
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