São Paulo, sexta, 2 de outubro de 1998

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PAINEL DO LEITOR

Desemprego
"Com relação aos dados sobre emprego no Brasil divulgados anteontem pelo IBGE e que comentei em breve entrevista coletiva, gostaria de reiterar minha avaliação de que o desempenho da geração de empregos no mês de agosto foi excelente: naquele período, foram criados 177 mil novos postos de trabalho. Esse valor é bem superior à média nos meses de agosto nos últimos anos, em torno de 120 mil postos. Assim, e dadas as circunstâncias, notadamente a eclosão da crise internacional precisamente naquele mês, de fato considero positivo esse resultado.
Gostaria de reiterar com muita ênfase, entretanto, que de modo nenhum acho positiva a taxa de desemprego de 7,8%; esta continua elevada e permanece no centro das preocupações e dos esforços deste ministério e de todo o governo com vistas à criação e à preservação de empregos.
Julguei ter sido claro sobre essa diferença, mas, em respeito à opinião pública e pela importância do assunto, me pareceu oportuno voltar a repeti-la."
Edward Amadeo, ministro do Trabalho (Brasília, DF)

Debate
"A expectativa da nação era que a Cultura e a Folha promovessem um debate entre os presidenciáveis, mostrando as cadeiras vazias dos eventuais ausentes, da mesma forma como ocorreu no debate entre os candidatos ao governo do Estado de São Paulo."
Eduardo Matarazzo Suplicy, senador pelo PT-SP (São Paulo, SP)

Circo na TV
"Oportuna a crítica do jornalista Clóvis Rossi aos programas políticos e aos debates entre candidatos ("Um grande e inútil circo', pág. 1-2, Opinião, 29/9). É realmente uma esculhambação! De nada adiantam para o eleitor essas disputas entre marqueteiros. Só discordo quando o jornalista faz uma comparação entre política e circo. Afinal, circo é coisa séria."
Alvaro Bernal de Almeida (João Pessoa, PB)

Eleição em São Paulo
"Está chegando a hora de exercermos o sagrado direito do sufrágio eleitoral, um ato de cidadania, em que não pode falar apenas o coração, mas especialmente a razão. É o momento de darmos um basta ao continuísmo, casuísmo, nepotismo e, por que não, à bandalheira.
O povo bom e trabalhador está cansado de mentiras, falsas promessas e papo furado. O que se espera é que São Paulo tenha um governador independente nas decisões, com autoridade sem ser autoritário, honrado, trabalhador, competente, capacitado e sobretudo sensível com as causas populares e sociais."
Florisvaldo Oliveira de Andrade (Osasco, SP)

O voto e o FMI
"Por que devemos votar? Trabalho em vão, uma vez que, seja lá quem for eleito para a Presidência da República, será apenas um mero detentor de cargo figurativo. O nosso país será dirigido nos próximos anos pelo sr. Michel Camdessus, que ditará as normas socioeconômicas para o povo brasileiro, arrochando ainda mais os grilhões que já nos sufocam."
Wilson Ferracini (São Paulo, SP)

Olho no Voto
"Nota dez para o especial Olho no Voto desta terça-feira. Se já tinha dúvidas com relação a em quem votar, agora sei, com certeza, em quem não votar de forma alguma. Acredito que, se houvesse mais publicações do gênero, teríamos condições de não reeleger candidatos que nada ou muito pouco fizeram em seus mandatos, os que faltam ou que apresentam tantos projetos inúteis."
Annie Britt Fischer (São Paulo, SP)

Palavras vazias
"Sem nos darmos conta, aos poucos nos afundamos num mundo de intrigas e insultos, onde as pessoas, divididas em facções -partidos políticos-, enfrentam-se a toda hora e, numa guerra de interesses, vão se aliando e se contrapondo, num jogo político de vida e morte em torno do poder, o qual representa a diferença e o distanciamento entre as pessoas.
É a era das palavras alucinógenas, enganadoras, em que se fala tanto sem dizer nada que represente o mundo de fato e real. Deparamos com os maravilhosos "balés' dos discursos, que vão sendo mudados constantemente e se adequando aos diversos momentos em que acontecem, aos espaços em que se revelam, às platéias-vítimas que a eles assistem sem nada entender.
É no instante do voto que selamos o nosso futuro, decidimos o nosso rumo. Se errarmos nesta largada, perdemos a corrida toda."
Eliézer Teixeira Cavalcante (Itapipoca, CE)

Reeleição
"Eu não acredito que o sr. Fernando Henrique queira mesmo se reeleger. As previsões para a economia do Brasil, decorrentes da crise são tão graves que ele só permanece em campanha porque não tem outro jeito.
Se pudesse, ele deixaria a bomba estourar nas mãos de Lula ou de outro candidato qualquer. Maluco ele não é."
Odilon Martins Fonseca (Rio de Janeiro, RJ)

Déficit e exclusão
"Perguntar não ofende: será que, do explosivo aumento de R$ 243 bilhões da dívida pública nos últimos quatro anos, não poderia ter sido extraída uma "migalha' de R$ 1,5 bilhão para programas de renda mínima que visam minorar a vergonhosa situação dos 25 milhões de miseráveis revelados pelo Datafolha (caderno especial Mapa da Exclusão, de 26/9)?"
Ademir Antonio Gargiulo Soares (Santos, SP)

Minidesvalorizações
"A minha intenção é alertar sobre a urgente necessidade de alterar a política de minidesvalorizações. É ela a responsável pela crise atual, e a saída de dólares não cessará enquanto a sistemática atual não for alterada.
A elevação dos juros visando conter a fuga de capitais, além de não estar atingindo o seu objetivo, agravará acentuadamente a solução no futuro, e os cortes orçamentários tampouco serão suficientes. É preciso alertar que unicamente cortes orçamentários não irão resolver, pois superávit fiscal interno não gera superávit cambial externo.
A política cambial tem que ser modificada de maneira acertada, pois um passo em falso pode ser fatal para o que ainda resta de estabilidade. A concorrência suicida nas desvalorizações cambiais dos países emergentes levará à desarticulação completa das economias internas.
No nosso caso, a solução mais adequada parece ser o controle do câmbio. Gostaria modestamente de motivar a Folha a reunir sua equipe econômica para iniciar e liderar um amplo debate que objetive formar um consenso sobre o modelo a ser adotado, de maneira a direcionar o pensamento econômico oficial e afastar a possibilidade de se adotarem medidas totalmente disparatadas, pela simples ignorância dos princípios mais elementares de administração das finanças públicas."
Aldo Portolano (São Paulo, SP)

Contribuição facultativa
"Importantíssima a observação do leitor Alan Henrique Pardo de Carvalho ("Painel do Leitor', 29/9) com relação à possibilidade de o cidadão manter-se como segurado da Previdência, contribuindo como facultativo, no período em que estiver desempregado.
É vital essa manutenção para o segurado, não apenas pela contagem do tempo de contribuição, mas também pelo fato de continuar com direito ao benefício previdenciário, em caso de perda temporária da capacidade de trabalho. Os segurados que desejarem mais informações podem ligar gratuitamente para o Prevfone, pelo número 0800-780191."
Verônica Teixeira de Assumpção, assessora de Comunicação Social do INSS -Instituto Nacional de Seguro Social (Brasília, DF)



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