São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2008

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TENDÊNCIAS/DEBATES

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E vamos trabalhar, agora em dobro!

GILBERTO KASSAB


Dizem que agora começa a campanha eleitoral. Não para um prefeito que precisa continuar se dedicando aos problemas municipais

DEFINIDO O quadro político das eleições municipais, inicia-se o processo da campanha eleitoral, dizem os analistas. Não para um prefeito que tem quatro anos pela frente e precisa, mais do que nunca, continuar se dedicando inteiramente aos problemas municipais. Faremos as mudanças administrativas e as adequações necessárias para que a Prefeitura de São Paulo apresente um desempenho ainda melhor.
Meu desafio é manter o nível de aprovação da nossa administração, os 60% de ótimo e bom apontados pelo Datafolha, do qual eu e minha equipe de trabalho nos orgulhamos. Mas não faremos isso a qualquer custo.
Pés no chão e cabeça no lugar é o que o cenário mundial exige de todo administrador consciente de suas responsabilidades. Por mais distante do epicentro da crise econômica que possamos imaginar que estejamos.
O presidente Lula e sua equipe -a quem cabe a apresentação das soluções macroeconômicas- deverão adotar as medidas adequadas para que a economia brasileira sofra o mínimo possível. O governador José Serra está atento e sua competência no gerenciamento do Estado é visível.
Aqui na prefeitura, antecipando parte do impacto que a crise poderá ter sobre a arrecadação, elaboramos uma proposta orçamentária mais conservadora. Trabalhamos com uma hipótese mais modesta para o crescimento da economia no ano que vem. Na proposta encaminhada, supomos que o PIB crescerá 3,7% em 2009, menos que os 4,5% previstos pela União em proposta orçamentária encaminhada ao Congresso.
Aparentemente, nenhum tsunami à vista, mas, como prefeito recém-reeleito, com proposta orçamentária encaminhada e programa de governo apresentado na campanha eleitoral, sinto-me na obrigação de dizer que nossas prioridades sociais serão mantidas: saúde, educação e transporte.
Isso é investir no fortalecimento da cidadania -no bem-estar dos paulistanos e no futuro dos nossos jovens.
Já no fim do primeiro turno, sentimos que o Orçamento deveria garantir verbas para esses setores e prever um crescimento adequado ao cenário que se desenhava. Como expus várias vezes, nosso governo é de continuidade. Continuar significa terminar o que está iniciado, melhorar e expandir os serviços de saúde, educação e transporte.
À área de saúde serão destinados R$ 90 milhões para o início da construção de três novos hospitais: Vila Brasilândia (zona norte), Parelheiros (zona sul) e Arthur Alvim (zona leste). Além disso, outros R$ 165 milhões serão destinados à construção, ampliação e reforma de equipamentos. Destacamos a continuidade na implantação das AMAs, particularmente das AMAs Especialidades.
Na educação, para dar continuidade à ampliação da oferta do número de vagas em creches a fim de zerar o déficit existente até o final do próximo mandato, destacamos na proposta R$ 75 milhões para o estabelecimento de Parcerias Público-Privadas, R$ 85 milhões para ampliação e construção de novas unidades e R$ 390 milhões para manutenção e expansão dos convênios com organizações sociais. Também estão previstos recursos para aumentar o número de salas de aula com dois educadores e para acabar com o turno da fome.
O investimento da prefeitura no Metrô, R$ 1 bilhão até dezembro, está mantido, e, para o ano que vem, estão reservados mais R$ 250 milhões. Vamos monitorar a entrada de recursos e administrá-los de maneira ainda mais responsável e rigorosa.
Não há obras faraônicas nem promessas mirabolantes a serem cumpridas. Isso facilita o cumprimento dos compromissos assumidos. Com dedicação, trabalho sério, em quatro anos vamos avançar. Manter a cidade limpa, as praças e os lugares públicos bem conservados; assegurar a manutenção dos equipamentos municipais; aperfeiçoar o atendimento aos munícipes e melhorar os serviços -tudo isso se pode fazer, evitando desperdícios e fiscalizando com rigor a aplicação dos recursos.
Várias vezes fomos criticados por ter dinheiro em caixa. Claro, eram ataques eleitoreiros, demagógicos.
Mas quem poupa tem. E paga compromissos, serviços e obras assumidos. Responsabilidade é trabalhar com o que se tem, não desperdiçar e atender prioridades e expectativas dos que mais precisam.
Move-me não apenas a confiança, mas o otimismo proveniente da capacidade, da criatividade e do trabalho da minha equipe. Temos ao nosso lado, como sempre, um governador parceiro desse desafio. Continuaremos caminhando e, com a ajuda dos paulistanos, vencendo juntos.
E vamos trabalhar!


GILBERTO KASSAB, 48, engenheiro e economista, é o prefeito de São Paulo pelo DEM. Foi deputado federal (1999-2004) e estadual (1995-1998) e secretário municipal de Planejamento (gestão Celso Pitta).


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