São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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Editoriais

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O melhor caminho

MORREM NO Brasil cerca de 30 mil pessoas por ano em desastres automobilísticos. Grande parte das fatalidades se deve à imprudência dos motoristas, mas não se pode desconsiderar a contribuição das más condições das estradas para essa tragédia.
Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes revela que 70% das rodovias estão em condições classificadas de "péssimas", "ruins" ou "regulares". O levantamento mostra que 46% das estradas não possuem acostamento; 51% têm traçado péssimo ou ruim; a sinalização é insuficiente em 24% da malha.
O mapa rodoviário expõe enormes discrepâncias regionais: entre as dez piores vias, cinco estão no norte do país -três passam pelo Pará. Por outro lado, as dez líderes do ranking situam-se no Estado de São Paulo.
O contraste entre a realidade paulista e a das demais unidades federativas fica patente pelo avanço de São Paulo na concessão de rodovias a empresas. A pesquisa evidencia como as estradas privatizadas deixam federais e as outras estaduais a comer poeira: as primeiras conquistam avaliação positiva em 76% dos casos, enquanto as demais estacionam na casa dos 30%.
Os recursos escassos que o governo destina aos transportes rodoviários precisariam se concentrar na expansão da malha. Vias já construídas cujo fluxo de veículos desperte interesse deveriam ser repassadas à iniciativa privada, a fim de livrar o erário do ônus de sua manutenção. Desde outubro de 2007, quando sete lotes de estradas federais foram concedidos, só houve leilão de um trecho, na Bahia.
Evidentemente não se desata esse nó como num passe de mágica. Os pedágios, por exemplo, se multiplicarão país afora. A experiência mostra, contudo, que a competição pode diminuir a tarifa para o usuário -e que um contrato de concessão bem elaborado e fiscalizado redunda em benefícios para os motoristas.


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