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Editoriais
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O melhor caminho
MORREM NO Brasil cerca
de 30 mil pessoas por
ano em desastres automobilísticos. Grande parte das
fatalidades se deve à imprudência dos motoristas, mas não se
pode desconsiderar a contribuição das más condições das estradas para essa tragédia.
Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes revela
que 70% das rodovias estão em
condições classificadas de "péssimas", "ruins" ou "regulares". O
levantamento mostra que 46%
das estradas não possuem acostamento; 51% têm traçado péssimo ou ruim; a sinalização é insuficiente em 24% da malha.
O mapa rodoviário expõe enormes discrepâncias regionais: entre as dez piores vias, cinco estão
no norte do país -três passam
pelo Pará. Por outro lado, as dez
líderes do ranking situam-se no
Estado de São Paulo.
O contraste entre a realidade
paulista e a das demais unidades
federativas fica patente pelo
avanço de São Paulo na concessão de rodovias a empresas. A
pesquisa evidencia como as estradas privatizadas deixam federais e as outras estaduais a comer
poeira: as primeiras conquistam
avaliação positiva em 76% dos
casos, enquanto as demais estacionam na casa dos 30%.
Os recursos escassos que o governo destina aos transportes
rodoviários precisariam se concentrar na expansão da malha.
Vias já construídas cujo fluxo de
veículos desperte interesse deveriam ser repassadas à iniciativa privada, a fim de livrar o erário
do ônus de sua manutenção.
Desde outubro de 2007, quando
sete lotes de estradas federais foram concedidos, só houve leilão
de um trecho, na Bahia.
Evidentemente não se desata
esse nó como num passe de mágica. Os pedágios, por exemplo,
se multiplicarão país afora. A experiência mostra, contudo, que a
competição pode diminuir a tarifa para o usuário -e que um contrato de concessão bem elaborado e fiscalizado redunda em benefícios para os motoristas.
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