São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Celso Furtado
"O texto "O exemplo de Celso Furtado", de Fernando de Barros e Silva [Opinião, 31/10], aborda a edição comemorativa de 50 anos de "Formação Econômica do Brasil", de meu pai.
A abordagem é louvável e fiel à narrativa do prefácio do livro, além de salientar seu compromisso como homem público e imune aos interesses do capital privado. No entanto, o relato sobre a preparação da segunda versão do livro após o extravio da primeira carece involuntariamente de precisão.
Segundo minha mãe, Lucia Tosi, já falecida e sua mulher na época, essa tarefa envolveu também sua participação. Ela esteve em Cambridge, junto com ele durante todo o processo de preparação e remessa dessa versão definitiva do livro.
Ambos discutiram as múltiplas correções. Após 50 anos de sucesso e reconhecimento dessa segunda versão, contrariam-se, portanto, os efeitos das mazelas produzidas pelo subdesenvolvimento, relatadas no livro posterior "Fantasia Organizada", e também pelo colunista da Folha. Donde, conclui-se, há males que vêm para bem."
MARIO TOSI FURTADO (Campinas, SP)

Drogas
"Luiz Eduardo Soares ["A guerra às drogas fracassou", "Tendências/ Debates", 31/10] foi muito feliz em seus argumentos. Parece que, diante das duas abordagens, a resposta foi a mesma: repressão policial e criminal contra as drogas estão longe de se firmarem como soluções eficazes.
O "não" de Bo Mathiasen ["O mito da legalização das drogas", "Tendências/Debates", 31/ 10] parece contradizer o próprio autor. Para o argumento simplista de que as práticas, no caso da legalização, apenas seriam reorientadas para novos "nichos de mercado", vale a contundente resposta: "mudaria a dinâmica de recrutamento para o crime, que perderia vigor, pois outros crimes envolvem outras modalidades organizativas e outras linguagens simbólicas, muito menos sedutoras e acessíveis aos pré-adolescentes"."
DANIEL GUERRINI (Porto Alegre, RS)

"Dever-se-ia, em um primeiro momento, legalizar a droga e, posteriormente, depois de cadastrar os usuários e comerciantes, enviar os primeiros obrigatoriamente para instituições de saúde a fim de curá-los. Em seguida, proibir totalmente o uso, o porte e o comércio de drogas, tudo isso na forma da lei."
PAULO MARCOS G. LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ)

"Após conhecer de perto a realidade da Holanda, país historicamente leniente em relação ao consumo de drogas, mudei de ideia quanto a sua legalização. O Brasil não me parece um país preparado para suportar o resultado dessa abertura, seja pela péssima condição da rede pública de saúde, seja pelo baixo nível de conscientização do povo brasileiro.
Na Holanda, por trás da permissão, há controle rigoroso de uso e distribuição das drogas. As leis são duras e a máquina estatal punitiva funciona. E o principal: o país conta com um sistema público de saúde extremamente eficaz, acessível a todos. A legalização das drogas no Brasil teria provavelmente um efeito caótico."
CIRILO AUGUSTO VARGAS (Belo Horizonte, MG)

Microvestido
"Em 1977, cavalos da polícia invadem a PUC-SP, espancam e prendem centenas de alunos em repressão à UNE. Em 2009, a polícia de um ex-presidente da UNE é chamada para salvar aluna acuada por centenas de cavalos matriculados. Concluo que o Brasil vai bem em democracia. Mas a universidade tem faltado às aulas de história."
FLÁVIO DE ALMEIDA MOGADOURO (São Paulo, SP)

"Fico com pena do baixo nível intelectual dos "universitários" fazedores de algazarra. Mas essa nobre senhorita se veste com tamanha vulgaridade ao ir à igreja, ao trabalhar, num velório? A infeliz aluna fez por merecer os insultos. Faculdade é lugar de estudar. Que desrespeito à figura do professor!"
MAURÍCIO NERI DA SILVA (Diadema, SP)

"Sobre a análise de Anna Veronica Mautner ["O martírio de Geyse nos faz pensar", Cotidiano, 31/10] relativa ao caso da estudante de turismo, ela não errou ao usar um vestido curto, pois estava exercendo seu direito, não ofendendo ninguém com tal atitude.
A reação descabida dos universitários representa os preconceitos de gênero ainda existentes, que estabelecem uma dicotomia entre a "santa" e a "prostituta" e condenam quem sai dos padrões."
LUCIANA CARVALHO (Belo Horizonte, MG)

Saramago
"Tenho lido com atenção os comentários dos "teólogos" conservadores da Folha sobre o último romance de José Saramago, "Caim". Não é um manifesto ateu; é um romance, é literatura, é ficção, e como tal deve ser lido. O princípio da crítica deve ser estético, não teológico, muito menos ideológico. Esteticamente, o livro é muito bom e tem mais relação com a morte da tragédia (George Steiner) do que com a morte de Deus (Nietzsche)."
MARTIN CEZAR FEIJÓ (São Paulo, SP)

Saúde
"Sobre o editorial "Reequilibrar o SUS" (Opinião, 26/10), esclareço que, na área de saúde mental, o fechamento de leitos para internação não foi acompanhado da criação de serviços substitutivos em número e variedade necessários para atender os múltiplos casos que necessitam de cuidados diversificados.
A simples multiplicação dos Caps não atenderá essas necessidades. É preciso atentar para os riscos da transferência de responsabilidades do serviço público para o privado.
Para dar conta dos pacientes oriundos dos hospitais fechados pelo Ministério da Saúde e dos casos que surgem diariamente, é preciso investir num sistema de atendimento em rede."
JOÃO ALBERTO CARVALHO, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (São Paulo, SP)

Asfalto
"Com relação à notícia ("Greve em MG agrava falta de asfalto no Nordeste", 30/10) sobre uma possível falta de cimento asfáltico de petróleo (CAP) para obras do PAC no Nordeste, a Petrobras reitera que não falta produto em suas refinarias para as distribuidoras. Em Betim (MG), a Refinaria Gabriel Passos produz atualmente 57 mil toneladas de asfalto por mês.
O movimento realizado pelos tanqueiros entre os dias 26 e 28 de outubro atrasou a entrega de 6.100 toneladas do produto, sendo 2.500 toneladas destinadas à região Nordeste do país. Os carregamentos foram retomados na tarde do dia 28.
A capacidade de produção da Petrobras é de 3 milhões de toneladas/ano de asfalto, enquanto a demanda total prevista para as obras do PAC é de 2,4 milhões. Lamentamos que a Folha não tenha aproveitado as respostas que a Petrobras encaminhou no dia 29."
LUCIO MENA PIMENTEL gerente de imprensa da Petrobras (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta das jornalistas Estelita Hass Carazzai e Anna Carolina Cardoso - A reportagem afirma que a paralisação de transportadores agravou problemas de fornecimento de asfalto para obras no Nordeste, e não que o produto esteja faltando nas refinarias da Petrobras. As informações passadas pela assessoria da Petrobras foram registradas no texto.

IPTU progressivo
"Em editorial publicado na edição de 31/10, a Folha defende a aprovação do projeto que institui o IPTU progressivo em São Paulo para imóveis que estiverem abandonados ou subutilizados. Diz que "a importância da taxação progressiva no tempo para a ocupação racional do espaço urbano é inconteste".
Essa também é minha opinião e, como líder do Democratas, já votei favoravelmente ao projeto. Quanto a minha bancada, não há nenhuma rebelião contra o IPTU progressivo.
No mesmo dia, após a votação, esclareci minha bancada sobre sua importância e todos tomaram uma decisão favorável ao projeto. Este fato já foi comunicado por mim à imprensa. Na próxima semana, estaremos no mesmo terreno, votando a favor da proposta."
CARLOS APOLINARIO líder do Democratas na Câmara Municipal (São Paulo, SP)

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman


Texto Anterior: Sônia Barbosa Magalhães e Francisco Del Moral Hernandez: Belo Monte de problemas
Próximo Texto: Erramos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.