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Celso Furtado
"O texto "O exemplo de Celso
Furtado", de Fernando de Barros e
Silva [Opinião, 31/10], aborda a
edição comemorativa de 50 anos de
"Formação Econômica do Brasil",
de meu pai.
A abordagem é louvável
e fiel à narrativa do prefácio do livro, além de salientar seu compromisso como homem público e imune aos interesses do capital privado. No entanto, o relato sobre a preparação da segunda versão do livro
após o extravio da primeira carece
involuntariamente de precisão.
Segundo minha mãe, Lucia Tosi,
já falecida e sua mulher na época,
essa tarefa envolveu também sua
participação. Ela esteve em Cambridge, junto com ele durante todo
o processo de preparação e remessa
dessa versão definitiva do livro.
Ambos discutiram as múltiplas correções. Após 50 anos de sucesso e
reconhecimento dessa segunda
versão, contrariam-se, portanto, os
efeitos das mazelas produzidas pelo subdesenvolvimento, relatadas
no livro posterior "Fantasia Organizada", e também pelo colunista da
Folha. Donde, conclui-se, há males
que vêm para bem."
MARIO TOSI FURTADO (Campinas, SP)
Drogas
"Luiz Eduardo Soares ["A guerra
às drogas fracassou", "Tendências/
Debates", 31/10] foi muito feliz em
seus argumentos. Parece que, diante das duas abordagens, a resposta
foi a mesma: repressão policial e
criminal contra as drogas estão longe de se firmarem como soluções
eficazes.
O "não" de Bo Mathiasen
["O mito da legalização das drogas",
"Tendências/Debates", 31/ 10] parece contradizer o próprio autor.
Para o argumento simplista de
que as práticas, no caso da legalização, apenas seriam reorientadas para novos "nichos de mercado", vale a
contundente resposta: "mudaria a
dinâmica de recrutamento para o
crime, que perderia vigor, pois outros crimes envolvem outras modalidades organizativas e outras linguagens simbólicas, muito menos
sedutoras e acessíveis aos pré-adolescentes"."
DANIEL GUERRINI (Porto Alegre, RS)
"Dever-se-ia, em um primeiro
momento, legalizar a droga e, posteriormente, depois de cadastrar os
usuários e comerciantes, enviar os
primeiros obrigatoriamente para
instituições de saúde a fim de curá-los. Em seguida, proibir totalmente
o uso, o porte e o comércio de drogas, tudo isso na forma da lei."
PAULO MARCOS G. LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ)
"Após conhecer de perto a realidade da Holanda, país historicamente leniente em relação ao consumo de drogas, mudei de ideia
quanto a sua legalização. O Brasil
não me parece um país preparado
para suportar o resultado dessa
abertura, seja pela péssima condição da rede pública de saúde, seja
pelo baixo nível de conscientização
do povo brasileiro.
Na Holanda, por
trás da permissão, há controle rigoroso de uso e distribuição das drogas. As leis são duras e a máquina
estatal punitiva funciona. E o principal: o país conta com um sistema
público de saúde extremamente
eficaz, acessível a todos. A legalização das drogas no Brasil teria provavelmente um efeito caótico."
CIRILO AUGUSTO VARGAS (Belo Horizonte, MG)
Microvestido
"Em 1977, cavalos da polícia invadem a PUC-SP, espancam e prendem centenas de alunos em repressão à UNE. Em 2009, a polícia de
um ex-presidente da UNE é chamada para salvar aluna acuada por
centenas de cavalos matriculados.
Concluo que o Brasil vai bem em
democracia. Mas a universidade
tem faltado às aulas de história."
FLÁVIO DE ALMEIDA MOGADOURO (São Paulo, SP)
"Fico com pena do baixo nível intelectual dos "universitários" fazedores de algazarra. Mas essa nobre
senhorita se veste com tamanha
vulgaridade ao ir à igreja, ao trabalhar, num velório? A infeliz aluna
fez por merecer os insultos. Faculdade é lugar de estudar. Que desrespeito à figura do professor!"
MAURÍCIO NERI DA SILVA (Diadema, SP)
"Sobre a análise de Anna Veronica Mautner ["O martírio de Geyse
nos faz pensar", Cotidiano, 31/10]
relativa ao caso da estudante de turismo, ela não errou ao usar um
vestido curto, pois estava exercendo seu direito, não ofendendo ninguém com tal atitude.
A reação descabida dos universitários representa os preconceitos de gênero ainda
existentes, que estabelecem uma
dicotomia entre a "santa" e a "prostituta" e condenam quem sai dos padrões."
LUCIANA CARVALHO (Belo Horizonte, MG)
Saramago
"Tenho lido com atenção os comentários dos "teólogos" conservadores da Folha sobre o último romance de José Saramago, "Caim".
Não é um manifesto ateu; é um romance, é literatura, é ficção, e como
tal deve ser lido. O princípio da crítica deve ser estético, não teológico,
muito menos ideológico. Esteticamente, o livro é muito bom e tem
mais relação com a morte da tragédia (George Steiner) do que com a
morte de Deus (Nietzsche)."
MARTIN CEZAR FEIJÓ (São Paulo, SP)
Saúde
"Sobre o editorial "Reequilibrar o
SUS" (Opinião, 26/10), esclareço
que, na área de saúde mental, o fechamento de leitos para internação
não foi acompanhado da criação de
serviços substitutivos em número e
variedade necessários para atender
os múltiplos casos que necessitam
de cuidados diversificados.
A simples multiplicação dos Caps não
atenderá essas necessidades.
É preciso atentar para os riscos
da transferência de responsabilidades do serviço público para o privado.
Para dar conta dos pacientes
oriundos dos hospitais fechados
pelo Ministério da Saúde e dos casos que surgem diariamente, é preciso investir num sistema de atendimento em rede."
JOÃO ALBERTO CARVALHO, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (São Paulo, SP)
Asfalto
"Com relação à notícia ("Greve
em MG agrava falta de asfalto no
Nordeste", 30/10) sobre uma possível falta de cimento asfáltico de petróleo (CAP) para obras do PAC no
Nordeste, a Petrobras reitera que
não falta produto em suas refinarias para as distribuidoras. Em Betim (MG), a Refinaria Gabriel Passos produz atualmente 57 mil toneladas de asfalto por mês.
O movimento realizado pelos tanqueiros
entre os dias 26 e 28 de outubro
atrasou a entrega de 6.100 toneladas do produto, sendo 2.500 toneladas destinadas à região Nordeste do
país. Os carregamentos foram retomados na tarde do dia 28.
A capacidade de produção da Petrobras é de 3 milhões de toneladas/ano de asfalto, enquanto a demanda total prevista para as obras
do PAC é de 2,4 milhões. Lamentamos que a Folha não tenha aproveitado as respostas que a Petrobras encaminhou no dia 29."
LUCIO MENA PIMENTEL gerente de imprensa da Petrobras (Rio de Janeiro, RJ)
Resposta das jornalistas Estelita Hass Carazzai e Anna Carolina Cardoso - A reportagem afirma que a paralisação de transportadores agravou problemas
de fornecimento de asfalto para
obras no Nordeste, e não que o
produto esteja faltando nas refinarias da Petrobras. As informações passadas pela assessoria da Petrobras foram registradas no texto.
IPTU progressivo
"Em editorial publicado na edição de 31/10, a Folha defende a
aprovação do projeto que institui o
IPTU progressivo em São Paulo para imóveis que estiverem abandonados ou subutilizados. Diz que "a
importância da taxação progressiva
no tempo para a ocupação racional
do espaço urbano é inconteste".
Essa também é minha opinião e, como líder do Democratas, já votei favoravelmente ao projeto. Quanto a
minha bancada, não há nenhuma
rebelião contra o IPTU progressivo.
No mesmo dia, após a votação,
esclareci minha bancada sobre sua
importância e todos tomaram uma
decisão favorável ao projeto. Este
fato já foi comunicado por mim à
imprensa. Na próxima semana, estaremos no mesmo terreno, votando a favor da proposta."
CARLOS APOLINARIO líder do Democratas na Câmara Municipal (São Paulo, SP)
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