Cartões corporativos
"Estou muito feliz e gostaria de compartilhar com todos os brasileiros a notícia veiculada pela Folha sobre o pedido de demissão da ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, pelo mau uso do dinheiro público, em que se utilizava do cartão corporativo de maneira furtiva e sem escrúpulos, gastando desordenadamente com locações de veículos para suas viagens desnecessárias, diárias em hotéis do mais alto glamour, sem contar os gastos noturnos nos bares e restaurantes do Rio de Janeiro. Questiono-me: como pode alguém erguer uma bandeira "proclamando igualdade" sem jamais ter pensado na verdadeira causa? Igualdade! Racial, social. Justiça seja feita."
RONEI JOSÉ PEINADO (Lorena, SP)

 

Desmatamento
"Concordo plenamente com o sr. Sergio Rezende, ministro da Ciência e Tecnologia ("Ministro diz ter certeza sobre desmate", Ciência, 31/1). O Inpe é um dos poucos órgãos sérios e técnicos que nos restam, e o presidente Lula, o Ministério da Agricultura e o governo de Mato Grosso têm a coragem de questionar o último levantamento realizado. É mesmo curioso como ninguém questiona o órgão quando os dados mostram quedas no desmatamento. Mais uma vez o governo mostra que "preservar" sua imagem é muito mais vantajoso do que preservar um patrimônio natural."
HARRISON RIVELLO , biólogo (Três Corações, MG)

Polícia Militar
"Analisando somente o ato dos oficiais fluminenses, concordo plenamente com o editorial "Motim policial" (Opinião, 31/1). Porém não se pode olhar esse fato sem fazer um raio-X da situação. Os militares, pela Carta Magna de 1988, são proibidos de fazer greves e de se organizar em sindicatos. O espírito do legislador constitucional era nobre e dignificava a atuação dos militares, dizendo nas entrelinhas do texto: "Vocês, militares, são tão importantes para a sociedade que esta não pode ficar sem vocês um minuto sequer". Uma forma simpática e elegante de dizer como a atividade dos policiais era importante e essencial. Com essa legislação, sem pensar em seu espírito, mandatários olham suas forças policiais como "objeto de segunda categoria'; onde está o tratamento digno aos profissionais que doam sua vida para defender a sociedade? E aos que se doaram por mais de 30 anos às causas públicas? E suas famílias, que perderam seus entes queridos em combate? Como os políticos são passageiros, e as instituições, perenes, a sociedade tem o dever de defender sua força estadual contra os revanchismos e a sede de poder contra os "indefesos" policiais que lutam somente com sua determinação, sem amparo legal nenhum."
RICARDO JACOB tenente-coronel da PM de São Paulo e jornalista (São Paulo, SP)

Razão
"Francisco Borba e João Pereira Coutinho defendem, em artigos ("Quem tem medo da razão?", Tendências/Debates, 1º/2, e "A fogueira das vaidades", Ilustrada, 22/1), o direito à livre expressão de Joseph Ratzinger, o papa atual -a mesma pessoa que mandou o frei Leonardo Boff e a Teologia da Libertação calarem sumariamente a boca. Quem tem medo da razão?"
LAERTE COUTINHO (São Paulo, SP)

 

Educação
"Se a nossa Constituição prega o direito aos jovens de ter educação, saúde, alimentação, cultura e dignidade, por que a nossa juventude é tão desrespeitada? A quem interessa que nossas crianças e adolescentes vivam no mundo do crime, da miséria e da prostituição? Será que somente a desigualdade social, que é fruto do capitalismo em que vivemos, é a responsável por esse triste quadro de exclusão? Quantas crianças são aliciadas diariamente por traficantes com a promessa da obtenção de recursos para comprar o que jamais pensaram ter? O consumismo ajuda, e muito, para que o jovem venere o tráfico. Para acabarmos com essa vergonhosa captação que está corrompendo os jovens em nosso país, é preciso investir em educação, esporte, cultura e termos uma maior e melhor distribuição de renda."
DEBORAH FARAH (Rio de Janeiro, RJ)

Jango
"Volta à baila com certa contundência o assunto sobre a morte do ex-presidente Jango Goulart ("Tarso manda a PF interrogar ex-agente preso sobre Jango", Brasil, 30/1), trazido pelo deputado Miro Teixeira, cujo trabalho em comissão anterior chegou a conclusões de que não havia evidências de assassinato. Parece que estão de volta as costumeiras investidas contra os governos militares, o que certamente dará muita exposição na mídia aos "donos da verdade" em ano de eleição e firmará o evidente propósito de manter a idéia de que os militares foram um mal para o país. Pergunto: já que há tanta vontade de esclarecer, por que não investigar também profundamente as verdadeiras circunstâncias das mortes de Castello Branco, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Severo Gomes e sobretudo as recentes e nebulosas de Celso Daniel e Toninho do PT?"
JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA (Lins, SP)

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