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TUDO PARA EMAGRECER
Relatório anual da Junta Internacional Fiscalizadora de
Entorpecentes (Jife), ligada à ONU,
mostra que o Brasil é o maior consumidor mundial de remédios para
emagrecer. De acordo com o órgão,
utilizaram-se por aqui 9,1 doses diárias de substâncias anorexígenas por
grupo de mil habitantes entre 2002 e
2004 -aumento de mais de 30% em
relação à década anterior.
Outros grandes consumidores dessa classe de drogas, cujas principais
representantes são as anfetaminas,
são os EUA, com 7,7 doses diárias, a
Argentina (6,7) e a Coréia do Sul e
Cingapura (6,4). O problema das anfetaminas é que elas viciam e produzem uma série de efeitos adversos,
notadamente o aumento da pressão
arterial, que pode levar a derrames e
problemas cardíacos.
Mas, diferentemente das substâncias ilícitas, anfetaminas têm uso
médico legítimo. Além de reduzir o
apetite, servem para o tratamento da
narcolepsia e do déficit de atenção
em crianças. Não se deve buscar,
portanto, a eliminação do consumo,
mas, sim, um controle eficaz.
No Brasil, a maior parte do uso
abusivo pode ser atribuído às fórmulas emagrecedoras, muitas vezes receitadas por médicos, mas também
vendidas irregularmente pela internet e por farmácias de manipulação.
Em teoria, qualquer preparado que
contenha anfetaminas só pode ser
vendido mediante receita médica.
Em primeiro lugar, é preciso que
programas de educação continuada
ensinem aos médicos novas abordagens para o problema da obesidade.
Tratamentos com anfetaminas, embora às vezes justificáveis, são perigosos e tendem à ineficiência. Boa
parte dos pacientes que conseguem
perder peso o recupera em um ano.
Ainda mais importante, porém, é
investir na educação do consumidor.
Além de desconhecer os riscos da
utilização de anfetaminas, as pessoas freqüentemente não sabem o
que estão tomando quando adquirem as fórmulas. É preciso alertá-las
para os perigos desse hábito.
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