São Paulo, segunda-feira, 03 de abril de 2006

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Saída de Serra
"Às favas o compromisso assumido por Serra. Ou seria razoável entregar o governo do Estado de bandeja ao PT? Ele vai pagar e já está pagando alto preço por deixar a prefeitura, mas o que seria de sua administração, engessada por um governador petista, em toda a sua segunda metade? Só a oposição deve aproveitar-se de sua renúncia e condená-lo por isso, porque os que votaram nele devem pensar no que seria de São Paulo na hipótese de um governo petista. Na verdade, Serra foi para o sacrifício, jogando sua imagem e sua carreira por um objetivo maior."
Geraldo de Menezes Gomes (São Paulo, SP)
 

"Com a renúncia, José Serra deixa claro que ele e e o PSDB "venderam" a cidade de São Paulo ao PFL na eleição de 2004 em troca de apoio futuro na eleição presidencial de 2006. Percebe-se, conseqüentemente, que o único interesse de candidato e partido na prefeitura era o de obter moeda de troca para para barganhar apoios. Como Alckmin, para azar de Serra e dos três "grandes eleitores" do PSDB, "atravessou" a negociação e levou a candidatura à Presidência, a única saída, para poder entregar o que venderam, foi lançar Serra ao governo do Estado. Fica evidente, então, que é mais importante o compromisso assumido para com os coronéis do PFL do que aquele assumido, por escrito, com a população de São Paulo. Se isso não é estelionato, político nenhum nesta terra tem do que se envergonhar."
Celso Balloti (São Paulo, SP)

Sobre o caseiro
"São estarrecedores os relatos que a mídia, em especial esta Folha, faz dos últimos momentos do ex-ministro da Fazenda no cargo. Nada mais evidente da natureza e motivação deste governo do que esse episódio, coroamento de tudo o que vem acontecendo no país. Dando crédito ao que disse Carl Bernestein -"a reportagem é a melhor versão da realidade possível de se obter'-, a única coisa que ainda não se encaixa, e precisa de uma "versão" mais crível, é novamente a alienação de Lula. Afinal, em que mundo vive o nosso "líder"?
Antonio Queiroga (Rio de Janeiro, RJ )
 

"Não duvido de que Francenildo Costa tenha falado a verdade sobre Palocci. Acredito até que ele tenha mesmo prestado um serviço ao Brasil com a denúncia que fez. Daí, entretanto, a ser recebido e homenageado como herói pela Ordem dos Advogados do Brasil, um cidadão que usou a chantagem para extorquir dinheiro do próprio (suposto) pai, é distorcer completamente o significado de valores éticos e morais. Nos políticos presentes ao ato e na mídia, essa demonstração explícita de hipocrisia é compreensível e, afinal, só reflete o que é a nossa sociedade, mas, numa instituição como a OAB, é lamentável."
Rosalina Fernandes (Belo Horizonte, MG)

1964
"O 31 de março insere-se, pois, na História pátria e é sob o prisma dos valores imutáveis de nossa Força". Esse é o Exército, o nosso Exército, que, como afirma nota do general Francisco de Albuquerque nos 42 anos do golpe militar, orgulha-se de ter feito a história do país e de preservar o espírito democrático em cada brasileiro. Nosso Exército -não se envergonhando de ter torturado, matado e dado sumiço a milhares de pessoas-, que, com escárnio do sofrimento de familiares e amigos das vítimas da ditadura, no dia que marca o início de uma tragédia, em vez de oferecer sua vergonha como ombro amigo, estende seu braço forte e orgulhoso de ter matado impunemente, durante anos, sem que seus crimes fossem julgados. E assim, intoleravelmente impune, o Exército, o nosso Exército, estampa em sua página da internet: "Exército brasileiro: ontem, hoje e sempre os mesmos valores princípios e ideais".
Wady Issa Fernandes (São Paulo, SP)
 

"Então, o general acha bonito a "carteirada" que o Exército deu na nação, solapando a democracia, iniciando um ciclo de repressão e tortura, consolidando as bases da corrupção com os grandes empréstimos externos que incubaram as grandes construtoras que se apossaram de verdadeiras "bancadas" de congressistas? E, é claro, ele insiste, também, na mentira de que o golpe não foi em 1º de abril. Se bobear, acha que foi mesmo uma "revolução".
Luiz Prado (Rio de Janeiro, RJ)

Única opção
"Excepcional o artigo "Crime: primeiro emprego", de Ferreira Gullar (Ilustrada, 2/4). Ele "radiografa" o documentário "Falcão - meninos do tráfico", colocando-o realmente na realidade do país. Destaca a sua frase final, por demais pertinente: "O tráfico de drogas sofreria um golpe mortal se não tivesse a quem vender a sua mercadoria". Estou convencido de que o alto nível de violência da nossa sociedade está relacionado com a questão das drogas: dependência e tráfico. Se ninguém usar drogas, o traficante muda de atividade. Há necessidade de ser reforçado o papel da família na formação das crianças e dos adolescentes."
José Antonio Marques Almeida, vereador do PDT de Santos (Santos, SP)

O valor real
"Há muito tempo que leio na Folha artigos e matérias criticando a valorização da moeda nacional diante do dólar e seu impacto danoso sobre a economia. São artigos e mais artigos de economistas de todas as correntes e muitos dizem que a única vantagem seria a maior facilidade no controle da inflação. Acho que é fácil compreender os danos que causam, principalmente, aos exportadores de produtos agrícolas e industriais, que vêem baixar suas margens de lucro. Também é fácil entender o motivo de facilitar o controle da inflação. Contudo, o que falta é que todos os críticos, empresários e economistas mostrem a nós, leigos leitores, o que deve ser feito em matéria de controle cambial para que o dólar passe a ter um valor que de fato ajude o crescimento da economia e que não se reduza ao simplismo de achar que o Banco Central possa comprar todos os dólares da praça. São muitos os economistas que transitam do jornalismo ao governo e de um cargo governamental para o jornalismo e a nós, leigos em economia, parece sempre que todos os economistas têm a receita para todos os males quando não estão em cargo público e que são incapazes de aplicar suas receitas ou que elas são insuficientes quando tomam posse em qualquer governo."
Sergio Alexandre Antunes de Carvalho (São Paulo, SP)

Custo-benefício
"Enquanto mandamos um "Gagarin brasileiro" ao espaço por US$ 10 milhões, nossa estação científica na Antártida a cada dia que passa torna-se mais obsoleta e brevemente poderá ter de ser fechada por falta de recursos para sua manutenção. A importância dos estudos ecológicos e climáticos que de lá emanam são indiscutivelmente e estratosfericamente mais úteis ao país do que a aventura espacial de nosso cosmonauta/astronauta. Sem contar a situação de desprezo do governo federal em relação ao setor de pesquisa nas universidades federais. E nossos brilhantes professores universitários continuam com uma única opção, ainda que não seja espacial: América do Norte ou União Européia."
Clovis Ramalho Maciel (Sete Lagoas, MG)

Forma X conteúdo
"O ministro Gilberto Gil está com toda a razão ("Tendências/Debates", 2/4), o que importa na televisão é seu aspecto público. Digo isso porque o "monopólio" da TV aberta não precisa ter medo do conteúdo das TVs universitárias e comunitárias e mais as TVs políticas, pois elas não vão tomar receita publicitária da "grande "rede".
Robson Cerqueira (São Paulo, SP)

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